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sábado, 21 de maio de 2011

" A DANÇA DOS UMBIGOS "


                   ” A DANÇA DOS UMBIGOS “

                          “ A  DANÇA  DOS  UMBIGOS “

No mundo oriental, por muitos séculos, o umbigo se destacou entre danças e rebolados, tornando-se um poder de atração e de sedução. Em meio aos véus que lhes deixavam transparecer o corpo, as dançarinas do ventre, agitando os seus umbigos frenéticos, hipnotizavam os homens e arrancavam-lhes o que bem queriam. A cabeça de João Batista foi a mais célebre de suas vítimas. Em nossos dias, sem véus ou grinaldas e, aos montões, os umbigos saíram às ruas e, por eles, já não se perde tanto a cabeça. A oferta em demasia e a quebra do mistério, desmistificam e desvalorizam o produto; esta é a lei fundamental em uma sociedade consumista, vazia, sem rumo e prumo. Em qualquer lugar os umbigos são exibidos sem qualquer cerimônia ou recato. De forma tímida e ousada, estão eles por aí, em toda a parte, por todos os cantos, recantos e lados. Calculo que, neste exato momento, muitos bilhões de umbigos estão às soltas nas ruas, avenidas, passarelas, salas e salões do mundo inteiro. É tão grande a “umbigagem” que, se existirem mulheres em outros planetas, creio que, também lá, estarão elas exibindo os seus umbigos. A “febre” dos umbigos é tão contagiante que poucas, ainda, não foram contagiadas.

Por toda a terra, as mulheres estão com os seus umbigos de fora; mostrando-os com muita desenvoltura e pouco embaraço. Estão à vista de tudo e de todos. Não há regras ou limites para a revoada umbilical que, repentinamente, passou a fazer parte da nossa paisagem diária. Estamos sem  exagero,cercados por umbigos por todos os lados. Eles se apresentam de todas as formas, cores e modelos. Com enfeites ou sem enfeites; nus e crus, de todos os tamanhos, modelos e idade. Desfilam por aí umbigos feios, bonitos, deformados, salientes, retraídos, doentes, sadios, fracos, normais e anormais. Enfim, umbigos de todos os jeitos, para o gosto de muitos e desgosto de poucos. Na passeata dos umbigos, estão solidárias quase todas as mulheres do mundo. O contágio “umbigocionista” ( misto de umbigo+exibicionismo) atingiu a maioria delas,de forma mais democrática possível. Mulheres de todas as posições sociais, credo, raça, cor, peso e tamanho, aderiram a essa gigantesca cruzada umbilical (para a sorte nossa  não é,também,belicosa!). É invejável a solidariedade entre elas! Parece que guiados por um comando invisível e único, os umbigos foram arregimentados, em massa, para esse monumental desfile que, ora, presenciamos. Andando pelas ruas de qualquer cidade; freqüentando qualquer ambiente, por mais insignificante que se considere; nos lares pobres, ricos ou miseráveis, vêem-se umbigos e mais umbigos de fora; uma enxurrada monumental deles!  Afoitos e sem qualquer etiqueta, lá estão eles a nos expiar, por todos os cantos e  encantos. De onde vieram tantos umbigos? Porque, de repente, se desinibiram tanto? Porque se desnudaram desse jeito? Vieram para ficar ou passarão céleres como muitos outros modismos? Meninas que mal saíram das fraldas, já estão a nos mostrar os seus tenros umbigos, condicionadas pelos exemplos de suas mamães que,também, se comprazem em mostrar os seus, para o mundo. Não é raro encontrarmos em uma só ocasião, três gerações de umbigos à mostra: avó, mãe, filhas e netas, juntas e felizes da vida, mostrando, orgulhosa e vaidosamente a Deus e ao mundo, os vestígios de seus cordões  umbilicais. Acredito que o mundo até goste disso; mas, o Todo Poderoso…?  É muito duvidoso que Ele esteja apreciando  esse “umbigocionismo.”

Este assunto é muito interessante e provoca indagações que bem merecem ser analisadas. Será que alguém já parou para pensar sobre as razões que levaram a essa revolução dos umbigos? Acho que não; pois são  tantos e tamanhos os problemas da nossa vida diária que não nos sobra tempo para pensarmos em umbigos; muito menos no umbigo alheio. O que deu nas mulheres do planeta que de uma hora para a outra resolveram rebaixar as suas calças e encolher as suas blusas!? Chegarão elas a um limite epidérmico para as roupas? Ninguém sabe ao certo!  Tudo indica que vai depender de mais uma desconhecida  ”ordem superior”.  Já vemos aqui, ali e alhures, algumas mulheres com os coses das calças tão rebaixados  que se vêem os seus pêlos pubianos. Aliás, estes também, em breve, serão farta e sedutoramente  mostrados, com destemor  e profundidade!  Enquanto isso, outras tantas mostram as suas calcinhas com vaidade e pouca elegância. E quanto às grávidas? Antes, elas cobriam com conforto, segurança e pudor os seus ventres dilatados e, com cuidado e recato, resguardavam os seus fetos dos olhares mais curiosos e impudicos. Hoje!  Nem um e nem outro! Barrigas enormes andam por aí,  saindo fora do reduzido invólucro,com umbigo e tudo, desfilando nas ruas entulhadas de gente e de coisas. Qualquer queda, esbarrão ou pancada podem afetar a integridade física e mental de seus filhos em formação que se encontram  logo atrás dos seus imensos umbigos.

Entretanto, nesse verdadeiro “tulsiname” de umbigos, não são  só eles que estão emergindo impetuosamente das calças; estão sendo,também,mostrados,de mansinho; mas,vigorosamente, o baixo-ventre que de tão baixo já deixa à mostra  o íntimo dos traseiros: este, de origem não tão nobre quanto à dos umbigos! Basta que os umbigos se agachem para vermos o que há milhares de anos o “homo sapiens” (que já não é mais tão sábio assim!) vem escondendo da vista do outro, com muita reserva e pudor. Antes o que se escondia por vergonha; hoje, se exibe com orgulho e vaidade! Pensando bem…, tudo isso é, no mínimo, curioso!

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Belo Horizonte, outono de 2011.

Carleial. Bernardino Mendonça.

 

Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas gerais;

Estudante de direito da Universidade Estácio de Sá;

Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.

 


terça-feira, 10 de maio de 2011

" A IDOLATRIA DA BELEZA FÍSICA "

                  "A  IDOLATRIA  DA  BELEZA  FÍSICA"

 

Muitas pessoas famosas aceitam propostas para se exibirem nuas em revistas, jornais filmes, vídeos, etc.  Esse tipo de notícia vem se repetindo, há décadas,  e com muita freqüência, em nossos noticiários. Mais e mais mulheres conhecidas ou não; ricas ou pobres estão a oferecerem seus corpos desnudados à curiosidade da maioria dos homens e de muitas outras mulheres. Muitas dessas exibicionistas-narcisistas, algumas, até em franca decadência física, concorrem com suas plásticas, "Botox" e outros remendos, nessa imensa vitrine de açougue, onde estão expostos peitos, traseiros, pernas, pés, coxas e miúdos. Deixam-se fotografar e filmar em poses acrobáticas, quase radioscópicas, como se isso fosse a coisa mais importante de suas vidas. Muitas delas possuem fama e dinheiro; todavia, sentem prazer e ganância na exposição dos seus corpos, numa oferenda pública à voracidade fantasiosa e doentia dos imaturos erotomaníacos.  Boa parcela dessas mulheres exibicionistas se diz realizada,quando expostas publicamente, são desejadas por todos os leitores e expectadores; nestes, incluindo-se todo tipo de marginal, maníacos sexuais, decréptos, foragidos e  degenerados de todo naipe.

 Não raro essas exibicionistas se mostram com tamanho despudor que pensamos não mais ser possível criarem novas posições eróticas. A necessidade em se mostrar tornou-se uma obsessão em nossos dias, em todo o mundo. Antes, as pessoas se envaideciam por seu conhecimento, cultura e saber; o que era muito bom e útil para elas e para todos nós. A  competição vaidosa entre sábios, leva à descoberta de remédios,inovações tecnológicas,vacinas,utilidades,conforto,felicidade e tantas outras benfeitorias geradas da "vaidade" cultural entre os grandes vultos da humanidade, como: Oswaldo Cruz,Carlos Chagas,Édson,Ford,Bell e tantos outros. Ao contrário, a vaidade moderna se liga aos bens e riquezas materiais, à beleza física e qualquer outro tipo de futilidade. A maioria das mulheres ( e, muitos homens também) , principalmente adolescentes, está obcecada na exibição pública de seus corpos. Estamos na Era do Umbigo; no tempo (e Templo) da vaidade,do exibicionismo material,do narcisismo patológico, do voyeurismo e, logicamente, na Era da tolice, da nulidade, do vazio existencial,do niilismo global ,da depressão e...do suicídio físico,espiritual,mental e moral ! A regra do nudismo-pervertido está generalizada. Desde as mais humildes até  às mais sofisticadas, a preocupação maior  é a de exibir a anatomia externa, principalmente quando tem alguma "saliência" ou algum atributo físico exagerado (mesmo que por uma aberração genética), que seja "atraente" para o sexo oposto (ou até mesmo para o mesmo sexo).

 As ruas se tornaram passarela de um constante desfile estético, cuja submissão à moda, atesta a nulidade interior dos seus seguidores, cuja racionalidade deixa muito a desejar. Deixar-se levar pelos outros, pelo modismo desenfreado e furta-cor do momento, demonstra a imensa decadência mental e cultural da maioria das pessoas deste nosso pobre tempo. Às vezes a roupa está em flagrante desacordo com o clima ambiente e com o estado fisiológico e financeiro do exibicionista. Entretanto, permanece usando-a, até que outro vendedor de moda resolva ditar e impor novas regras no jogo exibicionista. A exploração do corpo, principalmente do feminino tornou-se o filão comercial explorado por todos. Em nossos dias, o contorno epidérmico da mulher considerada "bonita", está vendendo tudo, nas múltiplas facetas da publicidade mercantil, influenciando as mentes frágeis das numerosas pessoas imaturas. É claro que todo homem normal aprecia a nudez feminina! O que nos impressiona, como clínico, é o condicionamento do valor humano à epiderme, às formas físicas das pessoas; logo hoje, que se fala tanto em valores humanos e dignidade das pessoas! Essas discrepâncias e incoerências estão de acordo com a imaturidade e desequilíbrio da maioria das pessoas que escolheram como ídolo o exterior, o invólucro e a casca do seu semelhante. Preocupa-nos muito a origem e as conseqüências desse desenfreado exibicionismo corpóreo. A justificativa comumente que se ouve, para tal comportamento, é a de esses exibicionistas estão se mostrando para eles mesmos; se "embelezam" para si; por pura satisfação pessoal, suprindo dessa forma um gosto e prazer individuais. Parecem-nos remota as possibilidades de alguém mentalmente são; se enfeite e se exiba para ela mesma. Isto é, uma pessoa que sai à rua vestida de forma a exibir o seu corpo, estaria, unicamente, satisfazendo   o seu "Ego"!  Seria muita ingenuidade aceitar-se tal premissa; pois estaríamos negando as necessidades inconscientes, peculiares à mente humana, principalmente às das pessoas imaturas; que é a da maioria desfilante. Na busca da aceitação, por se sentirem vazias, dependentes dos aplausos e da aceitação dos outros. Cada vez mais as pessoas necessitam mostrar aos demais, aquilo que elas acham ser o mais importante, nelas mesmos.  Alguns (poucos), mostram conhecimento e saber;  outros, ostentam riqueza material e, a maioria, exibe seus corpos como seu único valor demonstrável. O carnaval; os concursos de beleza; as revistas, os jornais, a televisão e a internet, comprovam muito bem essa carência mental e espiritual.

A valorização excessiva do corpo não é mais que o corolário do sentimento interior de nulidade e  vazio existencial, sentido e pressentido pelo exibicionista. Quem se sente realizado como Ser Humano, sente-se rico interiormente; pouco ou nada necessitando dos aplausos e aceitação dos demais. Porque o formato do corpo e a pele que o cobre valorizou-se de modo tão intenso e evidente em nossos dias? Por quais razões o conteúdo mental, a alma, o espírito, a sabedoria e o interior pessoal se desvalorizaram tanto? É, que o enriquecimento interno é um processo  lento e penoso que exige introspecção,quietude,esforço,dedicação,renúncia, e isolamento, para lapidar o cérebro e a mente ,através do conhecimento e prática cultural . A herança genética constitui-se, tão somente, nos instintos indispensáveis às necessidades iniciais da vida biológica da espécie, como o choro,o sono, a sucção,a fome,etc. O seu aprimoramento decorre do acúmulo de dados captados pelos órgãos dos sentidos:visão,audição,gustação,tato e olfação que são as entradas naturais do cérebro para a percepção do mundo que nos cerca. Sem essa percepção, o indivíduo ficará imaturo, incapaz de sobreviver sem a dependência de outrem; dependência física e ou psíquica. Poucas pessoas dedicam tempo a esse penoso, porém indispensável processo de desenvolvimento interno ou mental. Por esta razão é que vemos tantos, se preocuparem tanto com o invólucro externo, cujos defeitos podem e são mascarados pelos arranjos alegóricos disponíveis na crescente e lucrativa indústria de cosmético e da moda. A maior parte das pessoas  desconhece a finalidade do cérebro. Por tal heresia biológica tornam-se mais vítimas que sujeito, de suas próprias e empobrecidas vidas. A exortação apoteótica da beleza física, ao contrário do que muitos pensam, é uma deficiência interna, uma desestruturação mental inconsciente que contribui, severamente para originar diversos transtornos à pessoa e aos demais. Conheço casos de pessoas que eram bonitas antes; e, hoje, ao passar dos anos ,ou devido à doenças ou um acidente desfigurante, sofrem graves conflitos mentais depressivos,motivados pela rejeição daqueles que, antes, as cobriam de ofertas,admiração e bajulação. Sem a força interior da sabedoria elas sucumbem quando desaparecem  os seus adornos físicos; ou seja, quando deixam de ser bonitinhas. Muitos terapeutas se ocupam em casos como esses, cujo tratamento é difícil e oneroso. Passemos a analisar, agora, um tipo de discriminação, cuja origem está no excessivo culto da beleza externa.

                             A  Discriminação  Estética
 
 
É bastante notória, mais  na atualidade, a preferência por pessoas dotadas de beleza exterior ou física. Esse tipo de preferência é injusto e fere os direitos humanos; que são muito falados em verso e em prosa, porém, pouco respeitados na prática. A distinção estética discrimina aqueles que não foram contemplados por esses atributos genéticos, sofreram alguma doença degenerativa ou sofreram algum acidente deformador. Essa descriminação é fruto da imaturidade mental que afeta a maioria das pessoas, principalmente as de menos idade, porque se prende a valores e predicados efêmeros e ilusórios. Ninguém, a não serem alguns tipos de psicóticos, duvida da fragilidade do corpo. Um acidente, uma enfermidade e, principalmente, a passagem (cada vez mais rápida) dos anos, encarregam-se de desmoronar a formosura física; é só uma questão de anos; ou melhor...., de dias.  Com a ruína externa, muitas vezes desaba também, a estrutura interna, que já se encontrava fragilizada pelo narcisismo. A valorização exagerada do envoltório anatômico prende-se ao próprio sentimento (às vezes inconsciente) de posse e usufruto do corpo alheio, como simples objeto de sexo.  A inversão dos valores naturais para os artificiais induzida pelos meios de comunicação, notadamente pela televisão, num condicionamento repetitivo e desestruturante, levou as pessoas carentes de afirmação  ao endeusamento e idolatria da Aparência, em prejuízo do seu Interior e dos seus valores humanos mais autênticos. Em tudo, e em quase todos, se nota a idolatria da aparência externa. Nas embalagens das mercadorias, nas aberrações de cores, na enxurrada de cosméticos, na moda que uniformiza e tiraniza, nos apelos comerciais que reduzem os valores da pessoa à sua epiderme, na exposição e oferta do corpo feminino (paradoxalmente criticada, consentida e desejada por muitos) ao consumo dos que se dizem não-manipuladores e igualitários.  O mundo não é constituído somente por coisas e pessoas "bonitas" ou "bonitinhas". Grande parte da população é formada por indivíduos com defeitos físicos; por pessoas de peles diferentes e ásperas; muitos são destituídos de contornos esculturais e outros com um imenso tipo de mazelas e, que nem por isso, são menos humanos que os "bem dotados" fisicamente. Muitos destes  até  superam, em valores humanos , os "bonitos" e "bem dotados". As mulheres, ao mesmo tempo em que induzem e alimentam a discriminação estética, são as suas maiores vítimas. Inicialmente, no frescor da juventude o sexo feminino se beneficia desse seu atributo físico. Mas, com o passar dos anos (cada vez mais rápido),por um acidente ou enfermidade; tornam-se vítimas da falta da beleza que perderam. A beleza exterior sem a solidez estrutural interior; resulta, quase sempre em  deterioração mental, quando os seus traços fisionômicos forem afetados pelos diversos fatores externos e internos a que todos nós estamos expostos. Como isto acontece? Novamente nos reportamos à Psicobiologia para nos responder com acerto científico.  Repetindo: sendo a beleza física apenas uma dádiva genética, independe da nossa vontade e esforço próprios. Está além do querer consciente o  querer, ou, o ser fisicamente  bonito e perfeito. Por se tratar de uma dádiva aleatória, a beleza física é efêmera, inconsistente e inconsistente.

Quando alguém valoriza algo que não tem o respaldo da realidade; está se iludindo; deixando de ver a transitoriedade do atributo, sendo, portanto, uma pessoa guiada por seu Inconsciente e, dessa maneira, é uma pessoa imatura.  Nela o consciente ( a Razão) perdeu,ou não teve a condição fundamental de sobrevivência , que é a Predição. A capacidade preditiva se verifica graças ao conhecimento do passado e do presente, com todos  os estímulos acessórios ambientais, registrados e acumulados no  cérebro, que capacita a mente humana na planificação e planejamento da vida futura  da pessoa, tornando-o previdente e precavido. A ausência dessa capacidade torna a pessoa insegura quanto ao seu futuro, ainda no presente. Inseguro, portanto, de forma dupla. Todo aquele que escolhe unicamente pelos atributos estéticos, não passa de uma pessoa insegura e vazia, espiritual e mentalmente. Não é de se espantar, pois, que atravessamos uma era de incertezas  e, ao mesmo tempo, um período de excessivas sofisticações materiais que não trouxeram, não trazem e nunca trarão a felicidade e paz tão falados e desejados por todos. Inúmeras pessoas capacitadas e ricamente dotadas dos verdadeiros valores morais, espirituais e humanitários são rejeitadas e preteridas  do social pelos muitos nulos e apavonados da estética  facial.

                                 A  Realidade da Vida 
 
_ R.A., 26 anos, filho de fazendeiro, nasceu com um dos braços atrofiado, causando-lhe fortes sentimentos de auto depreciação. Foi crescendo e notando o afastamento dos colegas, principalmente das meninas da sua idade, apesar destas, afirmarem que não tinham preconceitos contra ninguém.  Na verdade, todos tinham namorados, menos R.A.  Não lhe faltava companhia para os estudos,para as brincadeiras, passeios e conversas; mas, para namorar, não conseguia uma parceira. O pior é que R.A., além do defeito físico que se acentuava com a idade, não era o tipo considerado "gato" pelas meninas, como alguns do seu grupo. Cedo veio morar na Capital e com o apoio do pai, montou um apartamento luxuoso e tornou-se muito festivo. Logo suas festinhas passaram a ser conhecidas e muito freqüentadas por pessoas de sua idade. Fazia festa todo fim-de-semana; com  todos os gastos por sua conta(do pai) e os convidados davam-lhe "alegria"e companhia, semanalmente. Falavam de tudo nas suas festinhas, desde "reforma agrária, até de  "sexo livre". O esquisito,notava ele,era  que, apesar de falarem tanto em  "sexo livre"; as meninas não queriam nada de sexo com ele; apesar dos seus desejos,tentativas e...gastos.  R.A. conseguiu um vasto círculo de amizade, principalmente do sexo oposto( o que mais queria). O som, no mais alto volume, incomodava com freqüência os seus vizinhos. Seus "amigos" festivos chegavam e saíam pela madrugada, acelerando as suas máquinas" e "rocando" seus estridentes  motores; o que lhe valeu algumas denúncias e ocorrências policiais. O tempo foi passando e ele se sentia cada vez mais só; apesar dos seus esforços, despesas, sorrisos e de ser considerado pela turma como um "cara legal". Na verdade, R.A. sempre ficava sozinho, após as sua noitadas festivas, quando todos os seus convidados se retiravam bêbados e/ou drogados, cada um deles "ficando" com uma coleguinha, para a sua  tristeza,ciúme,inveja e frustração. Para o desespero de R.A., nenhuma garota lhe dava nada, além dos dois beijinhos em sua face corada. As mais desejadas por ele, se "amarravam" mesmo era nos garotões mais "bonitinhos" e  nos esteticamente normais. Pobre R.A.; sempre se sentia rejeitado e sozinho, com o seu defeito estético, cheio de fantasias eróticas com as suas coleguinhas, a duvidar da solidariedade dos jovens, tão falada e propagada por suas convidadas. Ele também notou que raramente era visitado ou tinha companhia feminina, quando não fazia as suas festinhas. Quando lamentava o seu defeito físico e a falta de beleza estética, os outros sempre corriam a consolar-lhe com palavras bonitas de solidariedade, consolo e incentivo, apontando a sua "simpatia" e "solidariedade" com os colegas que ele tanto ajudava nos trabalhos em grupos, etc., (R.A., era muito estudioso). Mas, apesar de tanta oratória de consolo que as coleguinhas lhe ofertavam, o que ele realmente queria, era sexo; muito sexo mesmo (estava muito carente). Mas elas só queriam satisfazer-se com os seus amiguinhos mais "bonitos" e "gatões" da turma. Hoje, com 26 anos, solitário, impedido de atrair as garotas com as suas festinhas ( o pai cortou-lhe metade da mesada), ele se encontra sob forte depressão, sob risco de atentar contra a própria vida. Seus festivos e barulhentos "amigos" deixaram de visitá-lo, salvo uns poucos, menos estéticos, solidários na rejeição estética.

-N.S.:, de 24 anos, foi salva do suicídio(após uma tentativa), graças a presteza do atendimento psicoterápico. Está muito abatida e magra. Nem de longe lembra a beleza física que tanto atraía a moçada, há alguns anos. Aproveitou-se (contou ela) de seu contorno epidérmico por apenas 10 anos. Nunca imaginou que o tempo iria lhe passar tão depressa. Julgava-se bonita para sempre. Aos 14 anos era considerada a garota mais bonita de sua cidade. Era desejada por todos (ou quase todos) homens dali.  Era muita "convencida", diziam muitos. Começou a sair, ora com um e ora com outro; procurando na variedade erótica precoce, o prazer efêmero das ilusões coloridas da sua imaturidade mental. Na escola, desfilava lascivamente, pelos corredores e pátio, vendo e sentindo os olhares "gulosos" dos seus colegas, de toda a idade. Isto era o máximo que desejava, "inflando" o seu Inconsciente narcisista dominante. Estava sempre cercada  pelos "caras" mais ricos e  mais "bonitos" e com eles estava sempre envolvidas nos encontros furtivos,em barzinhos(onde aprendeu os "bons costumes" de fumar,bebericar e outros menos saudáveis), festinhas ,etc. Seus pais se mudaram para um grande centro e N.S., mudou de palco e de...platéia.  Continuou a receber elogios e favores duvidosos de admiradores que espreitavam e cobiçavam as deliciosas curvas e arremates cuidadosos do seu, sempre, exposto corpo. Ela se deliciava em saber-se desejada por tantos e tantas. Um séquito de homens a acompanhava para onde fosse; obviamente, interessado apenas em sexo (iguais aos machos dos animais inferiores, que acompanham e brigam pela fêmea, quando no cio). Noites sem dormir, barzinhos, botecos, bebidas, churrascos semanais, sexo variado e promíscuo, etc.; foram marcando o corpo e a sua mente. Um dia, por insistência dos seus colegas e "amigos", para não desapontá-lo e  não ser chamada de  "quadrada", N.S. fumou o seu primeiro "baseado". Daí foi um "pulo" para a dependência de drogas variadas. Então, rapidamente, foi perdendo a sua atração, a sua saúde e a sua única força atrativa e seu único valor: a beleza física! Fora a Estética, o que mais tinha ela a oferecer? Esgotou-se o seu manancial erótico e se viu solitária, engravidada, rejeitada e destruturada no físico e na mente. Quase todos os seus admiradores, fãs e "comensais" se afastaram por ela não ter mais belos traseiros, dianteiros, pernas, coxas e miúdos; tal como são exibidas aos fregueses, as diversas partes bovinas nos balcões dos açougues. Segundo nos  confessou: "os homens acabaram com a sua beleza e saúde"!  Quando procurou a terapia, N.S.  estava muito deprimida e sem ânimo para viver; assim como muitas outras, sem conteúdo interior, vítimas da imaturidade mental e da discriminação estética; algozes de si mesmas.

Conversando com famílias do Interior, ouviam-se, com freqüência, relatos sobre "moças bonitas" que deixaram seus lares e cidadezinhas para se prostituírem nos grandes Centros; condicionadas e ludibriadas pelos exemplos negativos das novelas e comerciais da televisão que enaltecem e idolatram os atributos físicos e externos das pessoas. Quantas pessoas capacitadas, principalmente femininas, são rejeitadas para determinadas funções e empregos, unicamente por serem consideradas "feias"? Quantos outros são bem aceitos, bajulados, cortejados e indicados para empregos, apenas por seus dotes físicos exteriores! Muitos até incompetentes e incapacitados para esses empregos; mas, como são fisicamente "bonitos" e atraentes são colocados no lugar de quem tem competência,honestidade e capacidade para exercerem as mesmas funções; mas, não é"bonita" por fora!

                                                As  Raízes  do  Mal
 
A formação vem do berço, diz o ditado popular. Com efeito; a criança é condicionada pelos adultos que a rodeam. E esses primeiros adultos e modelos; são os pais. Estes são os seus mais importantes exemplos, principalmente a mãe, com relação à filha e o pai, com respeito ao filho. Aí residem as principais causas de todo comportamento futuro da criança, do adulto e do futuro cidadão maduro ou imaturo; consciente ou inconsciente; negativo ou positivo; animal ou Ser Humano; útil ou nocivo à Humanidade. No que toca ao exibicionismo estético e a sua idolatria; temos que, quando uma mãe veste a sua filha pequena, de forma a expor o seu corpo, esta mãe está projetando na criança os seus desejos exibicionistas, narcisistas e eróticos. Ela está usando a filha  para aquilo que gostaria de fazer; mas, que se o fizesse, encontraria resistência e crítica de outras pessoas. Essa mesma mãe andando nas ruas com a sua filha de saia curta ou justa, por exemplo, canaliza para si (de forma inconsciente ou  mesmo sabendo) os olhares lascivos e desejosos  dos homens , que a filha possa atrair. Vejam o quanto um distúrbio mental se liga a outro! Imaginem, quantos doentes, desajustados  e maníacos sexuais estão soltos no meio da multidão e daqueles que estão expiando o corpo da filha desta mãe!  Multiplique este fato pelas vezes que as mulheres fazem isso com as suas crianças com o número de indivíduos inconscientizados e desestruturados no mundo inteiro! Aí, vemos um dos fatores comportamentais que levam à prostituição, à idolatria do corpo, à miséria material e mental que tanto assola a humanidade. Na maioria das vezes as mães que procedem assim com as suas filhas; são mães imaturas, sem o conhecimento das bases do comportamento negativo e pouco ou nada sabem das motivações que as levam a agir dessa forma doentia. Uma criança assim formada ( e são milhões e milhões) será um adulto imaturo e, conseqüentemente, inseguro,tanto quanto os seus pais. Dá para se avaliar a quantidade de pais e filhos imaturos e mentalmente desestruturados na nossa sociedade e no mundo.

O que se deve esperar deles?  Se o indivíduo, principalmente a mulher, possui os atributos físicos desejados; se o seu corpo for atraente para os homens e vice-versa, condicionados que estão para verem somente o lado externo do outro,; tornar-se-á um exibicionista até  que entrem em decadência esses mesmos atributos físicos que lhes dava boniteza e servia de "isca" para atrair  indivíduos imaturos e volúveis. Quando a degradação física vier, seja pela idade, por doença, pelo uso de drogas e vícios ou por algum acidente ( que pode  nos  acontecer a qualquer momento da vida), a pessoa "bonita" sofrerá a rejeição daqueles que antes a desejavam e, que agora, irão em busca (à "caça") de novos corpos, mais novos e bonitos, a fim de satisfazerem as suas lascívias e fantasias sexistas . Quando aquela criança, exemplificada acima, tornar-se adulta não apresentar seu exterior físico de acordo com o padrão de beleza tipificado, exigido e condicionado pela sociedade; ela será rejeitada e corre o risco de ser depreciada de maneira material, social e moral; além dos transtornos psíquicos que poderão atormentá-la por toda a vida; como nos dois exemplos clínicos citados acima. Ela, mesmo destituída dessas "belezas" físicas, poderá suplantar a "deficiência" com o  enriquecimento interior,fortalecendo a sua mente Consciente(o Consciente Cérebro-Mental), através do Conhecimento,da cultura ,dos Estudos e do Saber.

 Uma pessoa internamente Bela é mais interessante, útil, Formosa e promissora; que, uma centena de beldades unicamente estéticas e cheias de curvas, retas e triângulos eqüiláteros ou obtusos! As pessoas "pouco dotadas" fisicamente são comparadas e confrontadas com aquelas esteticamente "bem-dotadas".  São os valores internos,mentais,humanísticos e espirituais que advogamos, cuja constituição dará a segurança necessária para se sentir útil e desejado, não pela efêmera e ilusória embalagem epidérmica; mas, sim, pelo conteúdo rico e duradouro da solidez mental e espiritual; um autêntico Ser Humano. Lembremo-nos que, não raro a beleza física e a permissividade sexual (que difere da liberdade sexual) estão ligadas ao crime, às drogas, às doenças físicas e mentais e à prostituição do corpo,da mente e do espírito. Comumente vemos nos noticiários criminosos famosos com "carrões", iates e mansões luxuosas, cercados por mulheres bonitas, distribuindo largos sorrisos de uma pseuda felicidade que de um momento para o outro poderão ser substituídos por lágrimas e choro, quando forem desprezadas (quando não sofrem o pior) e substituídas por outras mais novas e bonitas. É notório que a beleza externa é seduzida,facilmente, pelo dinheiro e pela fama.  Agora, analisemos outros prejuízos e perigos que causados pela beleza física.  Pensemos na frustração que sente uma pessoa que vê na rua, no cinema,na televisão,nas revistas,internet e vídeos pornô-eróticos. Essa pessoa sendo pobre, que tenha alguma deficiência física ou mental, que seja "feio"; ou, que seja um excluído social, como mendigos, marginais, tarados, foragidos, etc.  Como reagirão tão carentes  pessoas  ao verem centenas de mulheres desfilando e se exibindo, com seus corpos desnudos,exuberantes,lascivos e provocadores ?  Seguramente, em sua mente consciente e/ou inconsciente formar-se-á  uma imensa frustração por saber que uma mulher bonita e atraente não vai querer,normalmente, se envolver com uma pessoa que ela percebe não poder lhe proporcionar riqueza,poder e fama. Assim, na cabeça daquele pobre e desesperançado admirador da "beldade", um  turbilhão de impulsos nervosos o levarão a tomar duas atitudes: resignação ou agressão. Para se resignar diante de tanta descarga  eletroquímica,  impulsionadoras de comportamento animalesco-sexual; é necessário que aquele cérebro-mente esteja bastante forte, com um consciente vigoroso para conter e dispersar tanta energia do seu Inconsciente. O que é pouco provável em uma pessoa sem conhecimento, depauperado, revoltado, frustrado e faminto. O que mais deve ocorrer é o ataque à vítima bonita e desnudada, principalmente quando as encontram sozinhas e à noite; como faz qualquer fera faminta. Daí, tantos ataques sexuais. Décadas atrás, o psicólogo americano Eckhard Hess comprovou   que as pupilas de um homem se dilatam muito ao verem mulheres nuas e que as pupilas femininas pouco se dilatam ao verem homens nus. Tal fato já havia sido notado, há vários séculos, pelos comerciantes chineses que observavam as pupilas dos seus  fregueses para saberem do seu interesse pelas suas "mercadorias".
É provável que muitos homens, com suas pupilas muito dilatadas, estejam "vendo"  e tratando as mulheres "bonitas" e sedutoras como "mercadoria" e "objetos" que após o seu uso e desgaste, rejeitam-nas em troca de outras mais "bonitinhas", deixando muitas delas deprimidas e "desgastadas" pelo "mau uso" que delas fazem eles.  Devem, pois, as mulheres, aprimorarem as suas mentes para saber distinguir os homens imaturos  dos conscientes e responsáveis. Outro problema que merece a nossa análise é quando se expõe o corpo em mostruário público; ele passa a ser visto e avaliado como uma mercadoria que se pode comprar trocar e vender. Exibindo-se desta maneira, as mulheres terão grandes dificuldades em se impor, além de objetos de uso e descarte. . Quando alguém valoriza em demasia a sua casca, não pode exigir que os outros reconheçam e dêem valor ao cerne, ao  seu conteúdo; como querem muitos e muitas. Ao terminar este Trabalho, não poderíamos deixar de enfatizar que o nosso propósito foi o de esclarecer a opinião pública (voltado mais para  a segurança,saúde e bem-estar feminino), sobre eventos inconscientes,capazes de provocar transtornos mentais e fisiológicos. Focalizamos mais a beleza física porque esta, sem o devido respaldo da maturidade mental, torna-se responsável por grande número de conflitos, notadamente entre as mulheres, alvo preferido pelo condicionamento dos interessados na obtenção de lucros e no prazer sexual dos neuróticos sexistas. Certa vez, atendemos a uma  jovem mulher que aos 15 anos tinha perdido a beleza exterior e se encontrava em deplorável estado psicossomático, em decorrência do doentio erotismo precoce, vítima da própria idolatria estética ( dela e dos outros). Focalizamos mais o sexo feminino, neste Trabalho,  por causa dos séculos de submissão a que foi submetido, causando-lhe dificuldades ao acesso à cultura científica; razão pela qual, somente agora é que elas estão tendo mais destaque (com muita competência) no mundo científico. Dessa forma, o conhecimento sobre o seu universo mental lhe foi subestimado, restando-lhes, apenas, o cultivo de suas formas externas; do seu lado material subserviente aos homens imaturos de todos os tempos. É lamentável que até hoje, muitas, ainda, se encontram  neste deplorável estágio mental.  Assim, ficaram vulneráveis  frente às vicissitudes da idade, dos defeitos físicos, da genética não-embelezadora e das desfigurações estéticas.  Não tivemos a intenção de criticar ou julgar  quem quer que seja; pois não somos juízes,puritanos  ou salvadores. Focalizamos como terapeuta as causas e efeitos do tema aqui abordado. È  claro que nem todas as mulheres encontram-se voltadas, unicamente, para as suas peles. Cremos que muitas "Tereza de Calcutá" passam despercebidas por nós. Seus valores estão além..., muito além da epiderme, onde os olhos vesgos do nosso tempo não alcançam.


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Nota: todos os dados pessoais, citados nos exemplos clínicos acima, foram trocados e modificados em respeito às suas dignidades.

Obs.: Este Trabalho, com algumas atualizações pelo autor, foi publicado no Jornal "O Estado de Minas",em 12 de janeiro de 1986, sob o patrocínio da Jornalista e Editora Anna Marina Siqueira.


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Autor: CARLEIAL. Bernardino Mendonça;

 

CARLEIAL Bernardino Mendonça 
             
 
 Perfil do Autor:

 CARLEIAL. Bernardino Mendonça;
 Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas Gerais;
 Estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá-BH
 Escritor e Pesquisador nas áreas Jurídicas e Psicobiológicas.





 

domingo, 8 de maio de 2011

" A COSTELA DE ADÃO "

                              
                               “ A  COSTELA  DE  ADÃO “ 


“Mandou, pois, o Senhor Deus um profundo sono a Adão,
 e  quando ele estava dormindo, tirou Deus uma das suas
 costelas e pôs carne em seu lugar. E da costela que tinha
 tirado de Adão, formou o Senhor Deus uma Mulher.” (Gê-
 nesis:2,vv.21-22).



Que me perdoe o Senhor Deus ou os primeiros tradutores das Sagradas Escrituras; tenho comigo a impressão, talvez sacrílega, que se deu o contrário: foi da costela de Eva que o Criador tirou Adão. Por vários motivos que neste Artigo procuraremos demonstrar. Durante décadas temos observado e analisado o comportamento humano sob os aspectos psicológico e biológico, procurando entender as motivações internas que levam ao comportamento exteriorizado, quer positivo e/ou negativo. Na verdade, corpo e mente se fundem e não devem ser estudados e analisados separadamente, como se fazia e, ainda hoje, alguns fazem. Assim, sob o enfoque da Psicobiologia, oferecemos à Mulher este resumido Estudo sobre a “Costela de Adão”. Ou melhor, ofertamos às Mulheres-Mães, neste mês, quando se celebra o “Dia das Mães” e o consagramos a mais Bela e Perfeita de todas as mães: A  Santíssima Virgem Maria.

Homenageamos primordialmente as mães que tiveram e tenham como modelo a Mãe do Senhor. Imaginemos o quão perfeita e primorosa  foi a educação do Menino Jesus, no seio da Sagrada Família! Podemos vislumbrar os modelos de pais que foram José e Maria, quando aqui estiveram, criando, educando e cuidando de Jesus!  Pensemos no exemplo de Mulher, Esposa e Mãe que foi Nossa Senhora para o Esposo e Filho Divino! Ela que amamentou, fez dar os primeiros passos e educou o nosso Salvador! Pois é para as mães como ela que, agora, homenageamos. Comparemos a educação, zelo e formação que a Celeste Mãe deu ao seu Filho, com a formação e educação que a maioria das mães de hoje estão dando aos seus filhos!  Ainda, de acordo com as “Sagradas Escrituras”, o homem foi feito à imagem de Deus. É difícil  acreditar que nos dias atuais, em qualquer lugar do Planeta, alguma família esteja criando,formando e educando filhos semelhantes à imagem de Deus ! É certo que, pelo menos em algumas pouquíssimas famílias, mães estejam seguindo o exemplo da Mãe de Deus, que tão bem modelou Jesus com o seu exemplo sagrado. Sabemos que existem dessas raríssimas exceções familiares porque ainda estão entre nós alguns membros das famílias de Madre Tereza de Calcutá, de Irmã Dulce, do Papa João Paulo ll e de alguns poucos exemplos da verdadeira educação familiar.  É para elas, essas preciosas e escassas mães, que oferto, também, este Trabalho.

Todavia, a dedicatória e homenagem que presto, estão dirigidas a todas as mães, com especial apreço àquelas mães maduras que souberam modelar filhos honestos, patriotas, cultos, competentes, humanistas e cristãos. Mães trabalhadoras, dedicadas, femininas, humildes, pobres ou não que, com os seus exemplos e esforços, nos deram Homens autênticos e úteis à Humanidade. Mães do passado, que ao invés de matarem no ventre os seus filhos, optaram por salvá-los, mesmo quando avisadas por parteiros e médicos que somente um deles poderia ser salvo: Ela ou o Filho! Algumas dessas valorosas Mulheres morreram por eles! Hoje, muitas matam os filhos e por eles são mortas também, por um punhado de moedas para comprarem drogas. Louvamos as mães que sofrendo ao lado de maridos insanos, permaneceram e permanecem firmes na defesa do lar, da família e da própria Nação, que não as merece! Rendemos tributo às esquecidas Mães dos nossos soldados (pracinhas) que entregaram os seus amados filhos (às vezes filhos únicos), para lutarem pela Pátria, em solo estrangeiro, na Segunda Grande Guerra Mundial; de onde muitos deles jamais voltaram aos braços e abraços maternos!  Não podemos deixar de homenagear as centenas de mães solitárias, esquecidas e humildes dos policiais, bombeiros e outros profissionais vivos ou que tombaram na guerra diária contra as forças do Mal, protegendo uma Sociedade, enferma, desestruturada, insana e hipócrita que valoriza,enriquece e idolatra os nulos e os vazios de cérebro, mente e corações.

Penso que somente estas mães e suas famílias, são merecedores do sacrifício de seus filhos e não isto, que chamamos de Sociedade. São os filhos dessas Mães a quem recorremos, quando estamos pálidos, a tremer de medo diante dos inúmeros marginais e desequilibrados que nos ameaçam diariamente! Depois de passado o perigo, nem podemos agradecer-lhes por nossa vida salva, porque não as conhecemos e, o que é mais grave, nem queremos conhecê-las! Além de hipócritas, somos também desumanos e mal-agradecidos! Pois bem; são para essas gloriosas mães que presto sinceras homenagens em nome dos gratos e dos ingratos cidadãos que lhes devem a segurança. Mães que não encontramos muitos exemplos em nossos conturbados dias, em que a maioria absoluta está entorpecida pelo modismo, pelo exibicionismo físico de seus corpos, pelo afastamento de Deus e pela deterioração física e mental causada por décadas de condicionamento da televisão, através das novelas degradantes, do cinema, do teatro  e por todo o lixo moral,psicológico e espiritual destilados por alguns dos nossos meios de comunicação que se infiltram em nossos lares, sem a nossa autorização.

As mulheres viveram, por séculos, sob o jugo de homens mentalmente desequilibrados. Desequilibrados porque não é concebível que uma pessoa mentalmente sadia, necessite dominar outrem. Quem quer que exerça dominação sobre outra pessoa, demonstra sintoma de carência; carência essa que procura ser compensada através do “poder” agressivo ou violento. O domínio é sempre exercido com agressividade, violência ou maneiras sutis de sedução e condicionamento. Podemos dizer que a emancipação feminina se iniciou no Século XVIII, com os primeiros movimentos de contestação contra a dominação masculina. Desde aquela época, na Inglaterra, a Mulher vem se destacando em todas as áreas da atividade social, sobressaindo-se em funções até então reservadas aos homens. Nas Ciências, nas Artes, na Literatura e nos esportes, as mulheres têm atuado com competência e seriedade, muitas delas em trabalhos pesados e forçados, além da prática em lutas agressivas como o Box, futebol e outras de embates físicos e corporais (nestes, que se cuidem os homens!). Se atentarmos para a prática feminina na atualidade social, verificamos que as atividades mais simples, como dirigir veículos, por exemplo; nota-se que a Mulher no volante tem dado bons exemplos aos homens, pois não há dúvida que a Mulher-motorista tem provocado menos acidentes que eles.

No País desgovernado, irresponsável e violento como o nosso, líder na criminalidade no trânsito e fora dele; é um alívio verificarmos que as mulheres estão, cada vez mais, assumindo a direção dos veículos, nas nossas cidades. Em meio da violência bestial de homens-imaturos motorizados (principalmente na era moykana), é tranqüilizante quando vemos que o carro que está ao nosso lado ou o que está na nossa traseira  é dirigido por uma Mulher; pois, saberemos que não iremos ouvir buzinadas, “freadas” e/ou “arrancadas” bruscas,violentas e burras de exibicionistas imaturos e perigosos, recém-saídos das fraldas. Por certo ela irá respeitar os semáforos, fará a gentileza de deixar que os pedestres retardatários atravessarem a frente de seu carro, num gesto de benevolência, educação e respeito ao próximo que somente a mulher-motorista e alguns homens educados, inteligentes e maduros sabem fazer. Além disso, quando é uma mulher que está ao volante do carro ao nosso lado, dificilmente nos forçará a ouvir aquela barulheira infernal, de milhares de decibéis, que saem das “bocas” dos muitos alto-falantes daqueles motoristas infanto-juvenis.

Mais tranqüilidade nos dá no trânsito é quando vemos uma Mulher-Mãe dirigindo. O seu cuidado é redobrado, mesmo que esteja a levar os filhos à escola, ao hospital, à creche, à ginástica, ao tratamento de um filho doente! Mesmo assim, ela não se apressará ao ponto de desrespeitar  as normas do trânsito e de civilidade ao volante. Mesmo estando atrasada ou preocupada em alguma atividade particular, a mulher-motorista (com algumas exceções) tem mais paciência e respeito que qualquer homem-imaturo-morista. Comparar uma mulher dirigindo a um moykano-insano no volante; é uma verdadeira heresia e um atentado aos bons costumes. Além disso, verifica-se a índole pacifista e sadia da Mulher  nas suas raras participações em crimes como os de estupro, desvios de verbas, assaltos, atentados e outros delitos cruéis e violentos, cuja presença feminina se dá mais como vítimas que autoras. É claro que, se as mulheres-imaturas-moykanas continuarem a imitar os comportamentos negativos dos homens imaturos e insanos ( o que está acontecendo a “passos-largos”); irão elas vencê-los, também nessa competição desastrosa para elas e para todos nós!
Acredito que o comportamento positivo das mulheres no trânsito se explica porque elas não querem que aconteça com os outros o que pode acontecer com os seus entes queridos. Ao contrário da maioria dos motoristas-imaturos que pensam unicamente em si e no próprio umbigo; além de olharem para os umbigos alheios, em pleno trânsito, causando muitos desastres.

Daí, verificarmos poucos acidentes graves provocados pela mulher no trânsito; trânsito esse que provoca cerca de 350 mil acidentes por ano no Brasil, com mais de 50 mil mortos e outros milhares de paralíticos, órfãos, viúvos, lares desfeitos e enfermos que causam bilhões de reais em prejuízos aos cofres públicos com o atendimento a essas vítimas da irresponsabilidade generalizada e reinante. Além da pacificadora, tranqüilizadora e competente  presença da Mulher nas nossas várias atividades diárias, louvamos e aplaudimos a sua índole pacífica( talvez genética) e o seu amor maternal, não somente por seu filhos; mas, também, pelos filhos das outras mulheres. Pode-se notar o semblante angelical de toda e qualquer Mulher ao se tornar Mãe. Na face de cada uma delas estão estampados os traços inefáveis do rosto virginal da Virgem Maria. A Mulher-Mãe deve ser sublimada por todos, não somente no segundo domingo de maio; mas, em todos os dias, meses e anos de nossa vida e por todos os séculos e séculos...Amém !


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Belo Horizonte, Dia das Mães, maio de 2011.


CARLEIAL. Bernardino Mendonça.


Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas Gerais;
Estudante de Direito da Universidade Estácio de Sá;
Escritor e pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.