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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

" OS DRAGÕES DA MENTE "

                                      " Os  DRAGÕES  DA  MENTE "      


Este título lembra o livro “Os Dragões do Éden”, do conhecido escritor de ficção, o americano Carl Sagan, autor da série “Cosmos”. Além de consagrado escritor, Sagan foi, também, físico e biólogo. O seu Best seller “Os Dragões do Éden”, foi lançado há alguns anos no Brasil e traduz uma perfeita analogia dos processos cerebrais e mentais do homem, com a conduta instintiva dos animais que nos precederam durante a evolução das espécies, de acordo com a teoria evolucionista.

O grande escritor e cientista utilizou-se de convincentes comparações entre o desenvolvimento do cérebro e da mente com as aquisições neuronais dos nossos ancestrais irracionais, desde o aparecimento dos seres vivos, há alguns bilhões de anos. Por ser mais conhecido como ensaísta de ficção, o livro de Sagan não despertou na comunidade científica o interesse que merecia, tendo sido considerado por alguns, como mais uma de suas obras de ficção. A história do Homem está contida em seu cérebro e o desenvolvimento deste exigiu, pelo menos, um percurso de 500 milhões de anos. Para atingir a complexidade do nosso órgão do pensamento, a natureza sacrificou um incontável número de organismos, em infindáveis experiências de “ensaio-e-erro”.

Passamos por sucessivas etapas evolucionárias, desde as macromoléculas, protozoários, celenterados, platelmintos e cordados. Evoluímos para os vertebrados, passando pelos peixes, anfíbios, aves, répteis e mamíferos. Continuamos, até atingir os primatas, em cuja vizinhança encontramos hoje  apenas os macacos, esses nossos parentes mais próximos. Quando atingimos o estágio dos vertebrados, há milhões de anos atrás, o cérebro ganhou o Córtex; a camada externa de células (que lhe deu a cor cinza), proporcionando-lhe a capacidade de analisar os estímulos do meio ambiente. O cérebro, assim enriquecido, deixava de ser  instintivo e impulsivo. Peixes, anfíbios, répteis e aves, passaram a ter alguma “consciência” de seu habitat.

Foi nos mamíferos que a capacidade analítica mais evoluiu, principalmente com os Primatas ( macacos e homens ), com uma nova aquisição cerebral, que foi o novo cérebro (neocórtex), resultado do espessamento daquela camada cerebral externa, efetuando assim, uma verdadeira revolução no comportamento animal, em decorrência da formação da consciência, principalmente nos humanos. O cérebro é o resultado mais aprimorado da evolução biológica. Ele é o efeito mais feliz desse aperfeiçoamento de bilhões de anos, cuja finalidade foi a de preservar a vida em um ambiente cada vez mais hostil e competitivo. Entretanto, como veremos a seguir, parece que houve um desvirtuamento do projeto evolucionista; pois, infelizmente, muitos humanos, hoje, continuam a se comportar  de forma instintiva e animalesca.

O cérebro tornou-se o maior causador da sua própria extinção e a do seu meio ambiente, através da desestruturação da sua mente; justamente esta que foi a mais extraordinária capacidade adquirida pelos mamíferos quando desenvolveu o Neocórtex. O homem, a quem cabe o peso da responsabilidade dessa destruição maciça e sistemática, recebeu do seu neocórtex mais desenvolvido, o mais elevado nível de consciência, dotando-lhe das faculdades do pensamento abstrato, da razão, do raciocínio, da análise, da predição e do seu vasto potencial de memória, estimado em cerca de 10 elevados a 30 bits de dados. A mente se desenvolveu no homem a fim de melhor adequá-lo ao seu planeta e, assim, viver bem consigo, com os demais seres e com o seu meio ambiente. Entretanto, criou-se um paradoxo! É justamente a mente que está em vias de destruir, não só o seu portador, como, também, a própria terra, com todos os seres viventes. Os meios de comunicação nos trazem com freqüência as notícias e as imagens da destruição do homem pelo homem.

A todo o momento tomamos conhecimento das atrocidades praticadas por aquele que se auto-rotulou, vaidosamente, de “sapiens sapiens”; isto é, sábio em dobro! A ferocidade do homem contra o seu semelhante não tem limites. Cada vez mais agride a sua própria espécie com requinte crescente de bestialidade. Não é só contra a sua própria espécie que ele investe com fúria e insanidade. Todo o ecossistema é vítima deste seu furor destrutivo. Além disso, o “animal racional” está levando a destruição a outros planetas, gastando somas incalculáveis com delírios paranóicos de dominar o Cosmo; enquanto muitos milhões de seus semelhantes sofrem e morrem por lhes faltarem um mínimo de alimento.

Por que o homem age de maneira tão irracional, praticando toda espécie de crueldade com os demais seres? Por que é ele capaz de realizar feitos grandiosos como dar a vida por seu semelhante, sacrificar-se por ideais nobres, compor as mais belas sinfonias, escrever os mais emocionantes poemas e erigir as maiores obras de arte? Muito embora, na atualidade, quase não existem mais pessoas capazes destas façanhas; cremos que ainda há um punhado dessas pessoas de espírito nobre (os heróis estão quase todos mortos e não há mais motivação para sê-los!). A incoerência tem sido marcante no comportamento humano. O dualismo afetividade-agressividade tem sido uma constante no seu modo de vida. Consciência e inconsciência se alternam periodicamente na conduta dos humanos, desde que evoluiu dos insetívoros, há cerca de 100 milhões de anos. Antes, era somente instintivo, impulsivo e agressivo; tal como muitos dos seus progenitores. O neocórtex foi capaz de frear seus instintos animalescos, através de um controle vertical de seus neurônios, sobre as estruturas subcorticais embaixo dele no encéfalo.

Com o desenvolvimento do nosso cérebro, as suas partes inferiores pertencentes aos nossos ancestrais ferozes, como cobras, lagartos, jacaré, leões, lobos, hienas, etc., foram sendo recobertas pelas camadas evolucionárias mais recentes, sendo totalmente envolvidas pelo enorme tamanho dos dois hemisférios  e o seu envoltório cortical. Como já falamos acima, este foi o estágio final até os nossos dias. O cérebro, no decurso da evolução, modificou-se crescendo e se estruturando de dentro para fora e de baixo para cima, por meio da superposição de camadas e estruturas neuronais. Podemos afirmar que ele é hoje a somatória das estruturas dos cérebros das espécies animais que nos precederam.

As estruturas internas responsáveis pelo comportamento daqueles seres animalescos continuam ainda em atividade dentro de cada um de nós, controladas pelos neurônios do neocórtex, através de impulsos elétricos de cima para baixo. De baixo para cima, dentro do encéfalo humano, as estruturas primárias (arcaicas) enviam impulsos para o alto, alcançando a camada neuronal pensante (camada recente), a fim de fazer valer seus instintos irracionais, muitos deles geneticamente programados. Quase sempre esses impulsos são rechaçados ou neutralizados, dissipando desejos inconvenientes e negativos que iriam, caso fossem postos em prática, causar prejuízos ao seu portador e aos demais. Somos seres impulsivos e racionais ao mesmo tempo. Ora nos comportamos como irracionais, quando somos compelidos pelos impulsos dos “dragões” que residem enjaulados em nosso inconsciente e ora nos conduzimos como seres humanos, pela lógica presente em nosso córtex consciente.

O equilíbrio psicofísico encontra-se na capacidade de o consciente (córtex cerebral) controlar os impulsos instintivos inconscientes emanados das estruturas profundas do sistema nervosos central. Sob o prisma evolutivo, proposto pelo notável neurocientista  Mac Lean ,em 1970, o cérebro humano mantém três estratificações neuronais, pertinentes ao dos répteis, dos primeiros mamíferos e dos mamíferos atuais. O estrato mais antigo, o cérebro reptiliano, é representado em nós pela porção alta do tronco encefálico e os gânglios de base. Engloba partes como a formação reticular e mesencéfalo. O cérebro dos répteis coordena comportamentos tais como o acasalamento, a procriação, a vida gregária, a predação, etc. Estas estruturas primitivas respondem também pela fisiologia de nosso organismo, bem como pela regulação do sono e da vigília. Este primeiro cérebro é programado pelas instruções dos genes, tal como ainda programam o cérebro dos répteis atuais.

Com o correr de milênios, uma nova estratificação veio cobrir o cérebro dos répteis. Sobre ele, a evolução acrescentou uma camada que lhes deu as características dos mamíferos. Em conseqüência disso, apareceram os primeiros animais que dependiam da amamentação. Nessa nova estrutura cerebral, surgiram porções encefálicas responsáveis pelo comportamento emocional, como o sistema límbico, representado em nós pelo giro cíngulo, istmo, hipocampo, hipotálamo e outros, além do comportamento emocional, o sistema límbico importa nas funções da memória. Por último, na evolução do cérebro dos mamíferos inferiores até ao homem, foi-lhe acrescido o cérebro dos mamíferos superiores. Nesta última porção desenvolveram-se nos humanos, de forma exuberante, os dois hemisférios (telencéfalos) cerebrais que praticamente cobriram todas as demais estruturas “subalternas”. Soma-se a isto uma maior espessura do córtex formando o neocórtex, as áreas de associação mais desenvolvidas na frente do cérebro (córtex frontal e pré-frontal) e a imensa rede de intercomunicação entre os neurônios.

Estas inovações deram ao homem a capacidade ímpar da linguagem articulada, do raciocínio lógico e da abstração, capazes de fazê-lo lembrar-se do passado, analisar o presente e planejar o futuro (previdência), modificando-os conforme os seus interesses e necessidades vitais. Adquiriu ele a capacidade de controlar os instintos e através de sua inteligência deixou de ser dirigido por seus impulsos bestiais e cegos. A Razão e a Inteligência passaram a ser a sua característica principal, distinguindo-o dos demais animais que o precederam na Evolução. Com a descoberta da escrita, o homem revolucionou a Vida, transmitindo aos seus descendentes e aos demais, o conhecimento que ia adquirindo. Agora, não era mais necessário que cada um aprendesse isoladamente e “quebrando a cabeça”, o  que o outro ia aprendendo. Não mais precisava aprender com a repetição dos erros do seu passado vivenciado com sofrimento, dores e riscos; tal como ainda o fazem os outros animais ( e muitos de nós). Entretanto, a maioria dos homens vem apresentando um comportamento que contradiz essa extraordinária evolução cerebral, conduzindo-se ora, como verdadeiras Bestas; ora, como Homens Racionais! É notória a conduta paradoxal dos seres humanos. Preocupam-se com a sorte de algumas baleias encalhadas, unindo-se para salvá-las e gastando fortunas; enquanto permanecem insensíveis ao sofrimento crônico de milhões de outros de sua própria espécie. É incontável o número das vítimas do homem.

O comportamento deste animal racional  com relação ao seu irmão e o seu meio ambiente tem sido cada vez mais pautado por violência crescente que chega a ser um ultraje aos bichos, compará-lo a um irracional. Porque se comporta assim, se é dotado de inteligência, consciência e razão ? Porque destrói, sistematicamente a si, aos demais e o seu habitat? Alguns afirmam que o homem nasce “bom”, a sociedade é que o corrompe. Outros dizem que já nascemos “maus”, sendo o homem perverso por natureza, por imposição genética. Ambas as afirmações são ingênuas, com traços de veracidade. A  ingenuidade está nos conceitos de “mau” e “bom”, que têm conotação de avaliação moral. O cérebro não é bom e nem mau; ele é apenas fisiológico. Se as suas estruturas anatômicas e o seu funcionamento estão dentro dos parâmetros da normalidade biológica, ele é sadio e normal, prestando-se às expectativas para as quais foi desenvolvido. Caso escape dessas exigências naturais biológicas, ele é doente e anormal.

Cérebro anormal gera uma mente desestruturada, pois esta se regula pela organização anatômica e bioquímica dos conteúdos daquele. São inúmeros os fatores que danificam o cérebro e a mente, quer de forma passageira ou permanente. Microorganismos, traumatismos físicos e psíquicos, hábitos negativos de vida,ausência de conhecimentos , falta de cultura, poluição,genética,alimentação,educação,condicionamentos, etc. Relembrando a evolução do cérebro, desde os primeiros neurônios surgidos há muitos milhões de anos até o nosso cérebro atual; vimos que as velhas estruturas cerebrais de nossos antepassados ferozes ou mansos, foram sendo encobertos por novas estratificações de células nervosas, até atingir o estágio atual,onde o crescimento de baixo para cima e de dentro para fora, deu o enorme tamanho e complexidade ao cérebro do homem. É importante sabermos que as suas camadas inferiores, que são os substratos genéticos daqueles animais, não foram desativados ou isolados dentro do nosso encéfalo. Pelo contrário, elas continuam ativas, gerando os seus impulsos eletroquímicos, nem sempre condizentes com o comportamento social humano. Essas estruturas subcorticais (embaixo do córtex ou neocórtex) estão estreitamente ligadas às demais partes encefálicas; desta forma a filogenia se comunica intensa e intimamente com a ontogenia.

O cérebro é todo interligado e os seus neurônios formam uma rede tão intensa de comunicação através de seus fios condutores (axônios e dendrites) que, dizem alguns autores, se forem colocados em linha reta, em forma de fita, perfazeriam a distância de ida e volta da Terra à Lua. A quantidade de ligações dentro de um só cérebro é de aproximadamente 10X10 elevados a nona potência. Imaginemos este número fantástico de comunicação entre neorônios representativos de homens, cobras, ratos, lagartos, leões, gorilas, cachorros, gatos, hienas, coelhos, cavalos, urubus, toupeiras, tubarões, porcos, etc.! É extremamente desconfortante sabermos que não somos tão angelicais como pensamos. A evolução do cérebro está bem esquematizada, na sua evolução ontogenética, pelo gênio de Ernst Haeckel (1834-1919). Esse sábio biólogo alemão soube destacar as transformações no cérebro da criança, durante a sua gestação, no ventre materno.

Em sua época ele chamou a atenção para a grande semelhança do feto humano, em suas fases de crescimento, com o desenvolvimento das diversas espécies que nos precederam na evolução biológica. É legítimo supor que, aparentemente, a ontogênese recapitula a filogênese. Durante o desenvolvimento embrionário do homem (como também dos outros mamíferos) a natureza repete os estados anteriores evolutivos, passando o embrião pelos estágios cerebrais dos peixes, anfíbios, répteis, aves, etc. De fato, quem já viu os fetos de alguns desses animais, no início da gestação, e comparou-os com o do homem, no mesmo período, notará tão extraordinária semelhança. As diferenças entre eles só irão surgir na metade em diante na gestação, principalmente no feto humano, quando os grandes hemisférios cerebrais, com o seu espesso córtex, cobrirão os cérebros desses outros animais. O que vai prevalecer no homem é esse “último cérebro’, que nos distancia, a passos largos, de todos os nossos antecessores irracionais.

É nossa tese, proposta em 1989, que este cérebro recente, que caracteriza os humanos e que lhes dá a consciência e a inteligência superior, está perdendo a sua principal finalidade evolutiva que é a de contrapor-se ao cérebro antigo ( vide o nosso livro “ A Implosão do Homem, Ed.Interlivros, B.Hte.MG,1986 ). Explicamos melhor: baseando-nos em conhecimentos da Antropologia, Biologia, Psicologia, Paleontologia e da História, acreditamos que a maioria dos cérebros atuais vem sofrendo um processo involutivo, já há algumas décadas. Queremos dizer que a maioria dos seres humanos vem se desestruturando mentalmente nas últimas três décadas. A mente consciente, que acreditamos ser gerada pelos neorônios do neocórtex, vem encontrando grande dificuldade para neutralizar, controlar e lidar com o crescente número de impulsos nervosos provenientes dos neurônios das estruturas inferiores do encéfalo, como os do diencéfalo, tronco cerebral e medula, justamente os remanescentes dos animais irracionais que nos antecederam na evolução das espécies.

Estas estruturas nervosas inferiores são responsáveis, a nosso ver, pelos atos inconscientes de uma pessoa. Quanto mais mentalmente desestruturada estiver, mais se comportará movida pelos impulsos elétricos dessas estruturas primitivas, conduzindo-a a modos inadequados de viver. Diríamos que o Consciente cerebral (neocórtex) é o responsável pelo comportamento social do indivíduo e o Inconsciente cerebral é o encarregado das funções orgânicas das pessoas. Em casos de necessidade, o inconsciente cerebral, criando a mente inconsciente, assume o controle total do Ser, a fim de manter a sua integridade, como por exemplo, quando alguém se encontra no estado sonâmbulo, no sono profundo, nos estados alterados da consciência, como no coma, ou mesmo na embriaguês acentuada, nos estados de cólera intensa, etc. o inconsciente pode também assumir momentaneamente o controle das pessoas, quando por  exemplo, empurra-se alguém para frente, de surpresa, e a pessoa  tem uma forte reação para trás, equilibrando-se repentinamente do impulso recebido.

Diversos fatores negativos atuam nas estruturas conscientes, tornando-as frágeis e dificultando, ou mesmo anulando a sua capacidade de manter o controle sobre o inconsciente. Esses fatores podem ser químicos, biológicos, psíquicos e físicos. Os fatores químicos mais comuns são as drogas psicoativas e as alterações nos compostos bioquímicos do cérebro, com neurotransmissores, enzimas, hormônios, toxinas microbianas, etc.; os fatores biológicos são caracterizados pelas distorções anatômicas no encéfalo, de origem genética, tumores, desnutrição na infância, invasões bacterianas e outros. Os fatores psíquicos, são aqueles gerados pelos impactos emocionais aflitivos, decorrentes quase sempre de traumatismos mentais na infância, quando o córtex cerebral está ainda insuficientemente maduro para controlar  as forças do inconsciente, nas inúmeras dificuldades existenciais e outros eventos negativos. Finalmente, os fatores físicos que deterioram o consciente são os provenientes de traumas físicos cerebrais, como os acidentes vasculares e os impactos mecânicos no crânio. Quando o consciente é atingido por estes fatores, debilita-se o seu poder de controle sobre o inconsciente, como já frisamos acima, dando  oportunidade à intromissão indevida do inconsciente no comportamento social e fisiológico do indivíduo.

A atuação do inconsciente pode ser passageira, quando a pessoa se restabelece de uma injúria cerebral sofrida, como, por exemplo, ao se recuperar de uma intensa discussão com outra pessoa; após o estado de embriaguês; ao sair do estado de coma, do sono ou do sonambulismo, etc. Nesses casos, o consciente volta a atuar e a pessoa  terá a sua personalidade reestruturada, através do uso da razão, do bom senso e da inteligência; isto, se a pessoa já possuía estes atributos antes. Em outras palavras, volta a ser um “humano” novamente, após ter se comportando como um animal irracional, em virtude de ter permanecido, transitoriamente, sob o comando dos neurônios subcorticais ( do inconsciente), que são os mesmos que comandam o comportamento irracional dos cérebros das serpentes,cães,gatos,leões,gorilas ou dos mansos coelhinhos.

Pessoas que sofreram a infelicidade de terem seccionadas as ligações (os nervos) entre algumas partes do seu córtex, isolando-as das estruturas inferiores, tiveram os seus comportamentos alterados, tornando-se agressivas, apáticas e pouco inteligentes. Em primatas não-humanos, como os chimpanzés, normalmente dóceis, cujo cérebro é quase idêntico ao do homem, ao se extirpar o seu córtex cerebral eles se tornam extremamente agressivos e perigosos. Muitos são os fatos e pesquisas que apontam ser o córtex a sede da consciência, da inteligência e do controle sobre os impulsos agressivos e sexuais. Sem o córtex (neocórtex no homem) , seríamos simulacros de homem, verdadeiras bestas sem inteligência e consciência, provavelmente com forte propensão a devorar,literalmente, os nossos vizinhos,parentes, amigos e agregados.

A destruição sistemática do homem pelo homem, através da competição desenfreada e pela violência insana é resultado da fraqueza dos conscientes da maioria dos seres humanos e,concomitantemente,da prevalência cada vez mais acentuada dos inconscientes cerebrais das pessoas, a nível individual e social. As tensões que o cérebro consciente, da maioria das pessoas, recebem diariamente, são cada vez maiores e tendem a se agrava com as inúmeras dificuldades que a vida atual impõe a todos. Fome, insegurança, superpopulação, competição, poluição, injustiça social, etc., causam diretamente tensões e conflitos mentais que sobrecarregam química e eletricamente os neurônios do córtex cerebral, que cada vez mais ficam impotentes para conterem as “feras” do inconsciente de cada um de nós. Mesmo a mais calma e equilibrada das pessoas, acabará por perder o domínio sobre esses “dragões” do cérebro inferior (inconsciente). A ascensão dessa poderosa força desintegradora dos impulsos animalescos, preocupam-nos muito como neuropsicólogo e terapeuta, pois somos testemunhas diárias do flagelo das doenças mentais através das famílias que procuram o tratamento clínico mental.

As doenças mentais, como as neuroses e psicoses tornaram-se, podemos dizer, endêmicas entre os humanos; sem falarmos da generalização das enfermidades psicossomáticas. É o maior ou menor afastamento da realidade ambiental que caracteriza a doença mental. Quanto mais desestruturada está uma pessoa, mais distante da realidade se encontra e mais se agrava a sua patologia. Entre neurose e psicose acentuam-se as distorções do real, e a fantasia enganadora prepondera. Quanto mais o consciente cede aos impulsos elétricos do inconsciente, mais distorcida ficará para o cérebro e a mente, a realidade que cerca o indivíduo.  Desta maneira, podemos encarar os distúrbios mentais como resultantes da “guerra” entre o inconsciente e o consciente, travada entre os impulsos arcaicos e impulsos modernos. Vencerá quem “bombardear” mais o outro com rajadas elétricas disparadas por seus neurônios. É uma luta constante entre o “civilizado” e o animalizado feroz e inadequado.

Só podemos falar de doenças ou desestruturação mental, quando o inconsciente cerebral está negativo e,ao dominar o consciente, impõe os seus instintos prejudiciais à própria pessoa ou ao social. Alguém cujos órgãos dos sentidos captaram para dentro de seu cérebro estímulos negativos em demasia, provenientes de decepções, medos, perdas, frustrações, contrariedades, etc.,  estará estruturando, de forma patológica o seu inconsciente  que irá repercutir danosamente em seu comportamento futuro;principalmente se tais estímulos nocivos incidiram na fase da gestação,infância e puberdade. Nestas etapas da vida o consciente (córtex) não está apto a exercer controle sobre o inconsciente, devido à imaturidade de suas estruturas nervosas. Sendo social, o consciente é afetado diretamente pelas mudanças políticas, ecológicas, sociais e econômicas. Enquanto que o inconsciente é mais biológico e só indiretamente recebe as influências do meio ambiente. Nota-se que progressivamente as forças dos inconscientes estão sendo liberadas de formas inadequadas e com elas, as “feras” contidas nos genes dos seus neurônios estão nas ruas a nos devorarem. A agressividade, a violência, a competição brutal, a imaturidade, as doenças mentais e psicossomáticas, se fazem presentes, acentuadamente, nas sociedades contemporâneas. Poucas chances existem para se atenuar essa tendência desumanizadora e brutalizante. As dificuldades de vida em nosso País, por exemplo, para a maior parte da população, são as causadoras maiores da liberação dos “animais ferozes” de nosso inconsciente, principalmente entre aqueles mais sofridos e injustiçados.

É muito perigosa para todos nós a liberação desses “bichos”; são eles que já estão aí,por todos os lados nos atacando, roubando, agredindo e matando-nos de forma cruel, crescente e penetrantes em todos os setores  das sociedades mundiais. Já se nota o risco que todos corremos, na criminalidade e na violência reinantes. Milhões de famintos, miseráveis e injustiçados estão libertando de suas jaulas as suas feras demasiadamente sedentas do sangue. Os principais responsáveis pelo predomínio comportamental do inconsciente entre nós, é a televisão, a internet, alguns meios de comunicação, os maus políticos, governantes, líderes sociais, comerciantes e industriais inescrupulosos que estão levando a maioria dos brasileiros a um crescente confronto entre as forças instintivas de sobrevivência animal (do inconsciente) e as forças do bom senso e da razão (do consciente) são eles os maiores causadores indiretos da liberação para as ruas, avenidas, praças e rodovias de uma variada fauna, aprisionada a milhões de anos nos porões de nossos inconscientes.

Tomara que esses irresponsáveis e insensatos criem juízo e também tenham medo, pois serão imolados, aniquilados e destruídos tanto quanto nós, por mais que eles se escondam por detrás do ilusório manto protetor  da riqueza, do poder, da impunidade, e da vaidade. Finalizando, repetimos o que já afirmamos  em dezenas de Trabalhos publicados em jornais,revistas,anais e livro : para que se possa atenuar a barbaria da “guerra” dos Inconscientes x Conscientes entre os humanos é necessário que os Conscientes dos homens que dirigem os destinos das pessoas, em todos os setores da vida, a nível mundial; assumam o comando de seus cérebros e mentes,proporcionando a cultura,conhecimento,educação e a saúde psicofísica de suas populações, para que as pessoas se tornem cultas,sábias e mais humanas, com os seus Conscientes fortes e saudáveis a fim de vencerem as Forças Brutas do Mau e se comportem como Seres Humanos Verdadeiros.

Mas, será isto ainda possível, na atual conjuntura mundial? Cremos que não! Não existe mais campo ou terreno propício ao cultivo do “Bem”. A Televisão, as Revistas, os Jornais, o Teatro, a barulheira infernal chamada de “música”, os Noticiários, a Internet e outros “Sinais dos Tempos”, nos indicam que não há mais chance para o “Bem”. Tudo está Consumado (Consummatum est), disse-nos o Redentor, no alto da Cruz, no momento final de Sua agonia, quando por nós foi assassinado, ao tentar nos resgatar do que hoje estamos presenciando,vivenciando e, sendo assassinados também!

O Autor agradece a valiosa e despretensiosa colaboração da Srta. Hellen Caroline de Morais, por ter resgatado do esquecimento este trabalho, pesquisado e publicado em junho de 1989, remontando-o e  digitando-o,  pacientemente, para esta sua nova e mais aprimorada reapresentação pública.
Nosso agradecimento,também, à futura advogada Andréia Oliveira Reis,brilhante estudante de direito da Faculdade de Direito estácio de Sá-BH, por sua assessoria jurídica. 


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Carleial. Bernardino Mendonça


Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas Gerais;
Estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá-BH;
Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

" A Obesidade Nacional "

                                   “A OBESIDADE NACIONAL”



Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou dados, através da Mídia, a respeito da saúde dos brasileiros, destacando a crescente obesidade nacional. De fato, esse distúrbio psicossomático é um perigoso fator de risco que atinge grande parte da população do nosso país. O excesso de peso das pessoas ocasiona inúmeros problemas de ordem individual, social e econômica, pela extensão do seu alcance social.  Em recente entrevista em São Paulo, com a fisioterapeuta Alessandra T., ouvimos daquela competente estudiosa, a mesma opinião e preocupação a respeito dos riscos a que estão expostas as pessoas com excesso de peso. Apesar do alerta da Dra. Alessandra e de outros profissionais da saúde, temos observado que esse grave distúrbio não tem sido tratado de forma mais abrangente, como merece. Os aspectos psicológicos, sociais e econômicos que envolvem e decorrem da obesidade, são tão ou mais graves que as suas conseqüências individuais.

Nos países mais pobres a obesidade se tornou um flagelo social, em virtude da grande ingestão de alimentos artificiais, massas, frituras, refrigerantes e os demais industrializados; pouco ou nada nutritivos. A falta de conhecimento da população e a propaganda maciça e condicionadora que as empresas alimentícias fazem, através da Mídia; são os principais responsáveis pela obesidade  crescente que se vê nas ruas, principalmente nas camadas mais pobres e desinformada, mais acentuada entre as mulheres. Nesta oportunidade, vale a pena reescrever um aprofundado Trabalho  publicado e divulgado em diversos sites, a respeito de tão importante assunto.

Os profissionais da saúde mental atendem, com certa freqüência, pessoas com problema de obesidade, decorrente de conflitos mentais. Nota-se que um grande número desses pacientes é do sexo feminino e, quase sempre, apresenta distúrbios somáticos, como efeitos decorrentes da psique abalada; são as disfunções psicossomáticas, inevitáveis nesses estados mentais.
Não é novidade para os estudiosos da Psicobiologia que os desequilíbrios mentais acarretam disfunções orgânicas e vice-versa. Se os negócios vão mal; o estômago poderá sofrer as conseqüências, com acidez, gastrite e erupção de úlcera gástrica. Em contrapartida, a preocupação repetida com o estômago, ocasionará um sofrimento na mente, um transtorno mental; um conflito que poderá levar alguém a engordar, provocar-lhe uma baixa estima, ao notar a deformação em seu corpo. Quando essa pessoa investiu muito em seu exterior, em sua beleza externa; obviamente, sofrerá mais abalo em sua personalidade que outra, cuja atenção se voltou para o seu interior e para o seu aprimoramento espiritual, cultural ou mental.

 Talvez seja esta a principal razão que leva à depressão, mais mulheres que homens; mormente agora, em que todas as sociedades do mundo valorizam e idolatram a beleza física, o invólucro, o exterior, a casca e a aparência, em detrimento do conteúdo, da alma, do espírito, do humanismo, da beleza e da riqueza interiores; tinha que dar, e deu, nisso mesmo: a decadência moral, mental, cultural e o sofrimento e desestruturação psicofísica da maioria das pessoas do nosso tempo.
É só observar, conversar e analisar o comportamento da maioria dos nossos amigos, colegas, companheiros, parentes e outros que estão ao nosso redor: estão eles irradiando paz e resplandecendo amor e felicidade; ou revoltados,reclamando,lamuriando com os semblantes sérios e agressivos?
Analisemos um indivíduo que ao se sentir frustrado porque foi rejeitado por outro; ou, que não esteja tendo sucesso na sua vida profissional! Além de se tornar mal-humorado e agressivo; poderá ele recorrer ao excesso de comida, como forma inconsciente de fugir da causa ansiógena.

Da mesma forma uma inadaptação conjugal pode levar o casal (e, os filhos) à obesidade, como subterfúgio de seus conflitos. Um estômago sempre cheio dá a sensação falsa de realização e plenitude. Outra pessoa poderá se voltar para o comer obsessivo, caso a sua vida não venha correspondendo aos anseios e expectativas que esperava; ou, à realização de suas fantasias infanto-juvenis. Uma jovem esposa poderá se decepcionar com o marido e julgar-se traída, por verificar que ele não corresponde ao "príncipe encantado" idealizado e condicionado pelos falsos ídolos das novelas, filmes e romances de escritores complacentes. E vice-versa, o imaturo esposo de uma jovem esposa "noveleira" e "novelesca", poderá descobrir que ela não se comporta com aquela "princesa" que um dia foi despertada pelo romântico beijo de outro "príncipe", do reino encantado, que o modernismo desencantou, há muitas décadas! Uma mãe, cheia de decepções, poderá projetar a sua ansiedade, empanturrando-se e empanturrando os seus filhos de comida, engordando e levando-os à obesidade. A adolescente desiludida por não ter a beleza externa que os seus amigos, colegas, parentes e o mundo exigem dela; poderá ser compelida, por seu Inconsciente, a comer em demasia, como uma forma de "saciar" a sua frustração por não atender àqueles (também) imaturos que desejariam usar e abusar do seu corpo, se fosse ele "bonitinho", conforme as exigências do "mercado da carne". A mocinha imatura tenderá a se punir na "bulimia" que a tornará obesa ou, na "anorexia", que a tornará esquelética; com todas as conseqüências psicossomáticas que isto promove. Seus amiguinhos e coleguinhas, condicionados pelos incontáveis apelos erotomaníacos do nosso tempo cibernético; preferem "ficar" mesmo é com aqueles de beleza física externa, mesmo que sejam tão vazios e ocos como o bambu seco.

Além desse tipo que recorre à bulimia; temos outras formas de ansiedade que concorrem para a obesidade, como aquela  devido a carência alimentar sofrida no passado por dificuldades econômicas passageiras ou pobreza material crônica. Neste caso, quando a pessoa,hoje, se encontra financeiramente em melhor situação, passará a comer em demasia, como forma de compensar a carência alimentar que passou. Tem-se uma idéia desses casos,quando a pessoa exagera, repetida vezes, nas quantidades de alimento que compra e estoca, bem como, nas grandes proporções de comida que põe em seu prato, nos dos familiares e nos das visitas, embora se verifique que, ao final das refeições, poucos conseguiram comer todo o alimento depositado em seus pratos. Na casa dessas pessoas que estão a "compensar" hoje, a carência alimentar de ontem, há sempre um excesso de comida na geladeira, na mesa, nos pratos e... na lixeira.

 É claro que essa fuga para compensação gástrica, assim como qualquer das outras formas de escape da realidade, caracteriza a personalidade imatura, em cujo cérebro predominam os impulsos irracionais da mente Inconsciente; gerados pelos núcleos neuronais subcorticais, remanescentes dos animais inferiores  que herdamos, durante a evolução do nosso cérebro. Na obesidade de origem neurótica, há uma forte e incontrolável compulsão para a ingestão anormal de alimentos (hiperfagia). O Inconsciente "ordena" que o Consciente da pessoa procure a comida, a fim de dissipar a energia ansiógena contida em suas células (neurônios). A obesidade, assim como quase todos os distúrbios psíquicos e somáticos, implica no desequilíbrio  entre os três fatores que intervém na vida de qualquer criatura; dos mamíferos inferiores ao homem. Esses fatores são: mente-corpo-ambiente. Qualquer deles, ou todos juntos, pode detonar a "síndrome obésica", assim como outra qualquer disfunção psicossomática. O obeso de origem neurótica ao receber do seu meio ambiente os estímulos que o levam ao "consolo" na comida; acabará tendo o seu sistema endócrino desregulado. Nenhum sistema orgânico suporta, por muito tempo, às pressões contínuas e negativas da mente, mormente quando se encontra  "carregada negativamente"; como na maioria  das doenças mentais. É bom lembrar que a glândula hipófise (chamada de "rainha" das glândulas) regula a produção de hormônios das outras glândulas de secreção interna; estando ela situada no interior do cérebro e submetida ao controle direto do Hipotálamo, com quem se liga anatomicamente.

É aí, onde reside quase  todo o "mal" e todo o "bem" do corpo e da mente da pessoa e...da Sociedade. Da Sociedade? Sim; de todos nós! Um só hipotálamo de uma pessoa pode causar danos terríveis e irreparáveis a muito de nós. Pense em um neurótico dirigindo em alta velocidade e com dezenas de alto-falantes explodindo os seus ouvidos com aquela barulheira infernal daquele "som" de "bate-estacas"! Imagine aquele aluno que tira a sua atenção, com conversas altas e tolas, durante as aulas, palestras e conferências que tanto você queria aprender! Imagine você entrar em um banheiro público ou de uma Escola (mesmo de nível superior) e ver torneiras deixadas abertas, escoando a preciosa água e sentir o odor de dejetos de alunos neuróticos que ali estiveram antes! Imagine um psicopata pichando e depredando os bens públicos que você pagou! Note o estado dos Hipotálamos que comandam as mentes de milhares de moykanos ao saírem de um jogo de futebol, após a derrota de seus times!

 

Continuando, vimos que o hipotálamo, que é um conjunto de minúsculos núcleos de neurônios que  compõe  o Sistema Límbico; o regulador principal das emoções. Como somos Seres emocionais, ele regula tudo: a vida privada e pública de todos nós. Em outras palavras; a Sociedade é muito dependente dos hipotálamos de cada um dos seus membros! O Hipotálamo, como já falamos, é o importante ponto de intercessão da mente e o corpo e vice-versa. Ainda mais que, a estrutura hipotalâmica rege também os impulsos inerentes à fome, à sede, ao sexo e à agressividade; regulando, ainda, os diversos processos vegetativos como a temperatura, hormônios, o ritmo cardíaco, etc.  É ele que ajuda a transformar o pensamento em ações físicas, químicas e comportamentais. Quando uma pessoa vê um alimento delicioso, os sinais codificados da imagem da comida chegam ao cérebro e estimulam uma parte ( um de seus núcleos) do hipotálamo onde se origina o desejo de comer. O desejo viaja até o córtex cerebral para ser analisado pelo consciente (razão) para verificar se, de fato, há necessidade daquele alimento que foi visto pela pessoa. O Córtex é a estrutura cerebral mais evoluída, sendo o detentor da razão e do bom-senso. Caso aquela pessoa tenha a real necessidade de se alimentar, o Córtex ordenará que ela coma,  quando, então toda estrutura emocional e muscular será impulsionada pelo Inconsciente, a fim de se adquirir o alimento e "devorá-lo"; seja lá de que forma for. Se o indivíduo for Conscientizado, "comerá com o suor do seu rosto" (como ordenam as Sagradas Escrituras), pagando pelo alimento e se alimentando com parcimônia e civilidade. Se a pessoa tiver suas estruturas mentais desequilibradas (nas neuroses e psicoses), ela, ao ver um alimento atraente, mesmo que esteja saciada, procurará devorá-lo, de qualquer forma, jeito ou modo. Veja como "devoram" os alimentos os internos psiquiátricos; as pessoas que estão esfomeadas há dias; os náufragos ou sobreviventes isolados e as criancinhas!

Todos eles estão com a mente em conflito, mesmo que sejam pessoas normais como as criancinhas, os carentes, momentaneamente, de alimentos, etc. Já os obesos por neurose, estão carentes não por falta de alimentos; mas, sim, por frustração, necessidade afetiva, sentimento de rejeição, etc.  Repetindo, caso a pessoa tenha a real necessidade de se alimentar, o córtex cerebral ordenará a procura do alimento. Porém, se o córtex estiver fragilizado por doenças mentais ou orgânicas, ele perdeu a capacidade da ordenação mental; então será o Inconsciente quem irá "mandar", ordenando que o indivíduo neurotizado ou psicotizado, mesmo sem fome, vá "caçar" a presa; de qualquer modo ou maneira. Se ele tiver condições materiais e sua neurose for "leve", por certo se dirigirá a um local de refeição, onde "saciará" a sua frustração de não ser o que gostaria de ser e/ou, por não ter aquilo que gostaria de ter ( estes, são os motivos de todas as frustrações). Assim, o seu estômago o aliviará... por enquanto! Em se tratando de uma desestruturação mental mais grave, como nas psicoses, o indivíduo irá "caçar", literalmente, a presa! De qualquer maneira procurará obter a sua comida; daí o perigo que oferece um homem ou outro animal esfomeado.

Os governos e os indivíduos muito abastados deveriam pensar seriamente nisto; até mesmo pela segurança física deles; e, de todos nós, é claro!  Quanto à obesidade neurótica, onde  a mente da pessoa está em conflito,  motivado pela baixa estima,rejeição,estética e outros fatores neurotizantes; o que a faz "devorar" o alimento ,mesmo sem fome, é o seu Inconsciente que  comandando o seu hipotálamo, exigirá que coma,continuadamente, na tentativa de saciar a sua frustração; é um mecanismo automático de defesa neurótica, que tem a finalidade (ilusória) de remediar uma situação que só é possível com o uso Consciente da razão,bom-senso,inteligência e auto-estima; ou seja, com a intervenção sadia de um Consciente vigoroso capaz de exercer o controle permanente sobre o Inconsciente animalesco. Lembrando do nosso Trabalho " A Descendência de Caim",publicado repetidamente pelos meios de comunicação, onde procuramos explicar que o nosso Inconsciente cerebral vem dos mamíferos inferiores e o nosso Consciente evoluiu dos animais superiores e Primatas. Por isso é que, quando estamos nos comportando de forma a causar qualquer dano a si ou a outrem; estamos com o nosso Consciente enfraquecido e, por tal, estamos animalizados. Daí, assistirmos, constantemente, cenas de agressividade leonina e violência canina entre pessoas, principalmente entre moykanos e outras de menor idade. Dificilmente vemos ou sabemos de velhinhos ou velhinhas que se atracaram e se agrediram com unhas, dentes, patas, paus e pedras nas ruas, saídas de boates, jogos e botecos. Ou mesmo, idosos sujando os banheiros públicos ou de Escolas, desperdiçando água, esbanjando e roubando papel-higiênico e toalhas de papel; sem dar descarga nos vasos, pichando paredes, depredando bens públicos, dando tiros a esmo, escrevendo pornografia, palavrões e tantas asneiras nas paredes alheias, gritando palavrões pelas ruas, dirigindo alcoolizados e se exibindo com velocidade e barulhos de lixos sonoros desestruturados, assaltando-nos com crueldade, ateando fogo em pobres índios e mendigos nas ruas, por puro sadismo, etc. etc. Resumindo; sobre a obesidade; ela é decorrente, principalmente, dos seguintes fatores:

 -Hereditários: quando os centros da fome e da saciedade, do hipotálamo, bem como os demais mecanismos endócrinos estão desregulados por anomalias genéticas ou congênitas (má formação);
-Patológicos: quando esses núcleos hipotalâmicos estão acometidos por agressões patológicas, advindas de tumores, toxinas, infecções, inflamações, etc.,  e ,por:

 -Condicionamentos: quando há descontrole hipotalâmico provocado por hábitos negativos e irregulares de alimentação. Por exemplo; um adulto pode se tornar obeso porque desde criança foi motivada pelos maus hábitos de seus familiares que por ignorância, patologias ou irresponsabilidade, modelaram a personalidade e o comportamento dos filhos, com os seus  exemplos negativos e nocivos à sua existência e a dos demais. Devemos ter em mente que, se um adulto hiperalimenta uma criança, ele estará projetando a sua ansiedade nessa criança. É como se ele estivesse  resolvendo  os seus próprios conflitos, através do filho. Esta enganosa resolução de conflitos se chama: projeção neurótica; pois está projetando em alguém a sua ansiedade, medos e frustrações. Obviamente é um processo inconsciente em que a pessoa encontra-se repleta de ansiedade, proveniente de frustrações, tensões ou stress. Esse hábito, ao se tornar crônico, forçará o sistema límbico a uma hiperatividade, levando a pessoa à obesidade; além de outros efeitos secundários e colaterais. Certa vez atendemos, na clínica, um jovem executivo angustiado por sua crescente obesidade. Ocupava ele o cargo de Chefe de vendas de uma importante empresa comercial. Ao analisarmos juntos a sua vida pregressa, comparando-a com a presente, verificamos que ele projetava nos seus vendedores as suas frustrações e angústia, não só do passado, como também, do seu casamento recente, em que a sua impotência vinha provocando conflitos conjugais. Ansioso e frustrado porque não se realizava sexualmente; ele, inconscientemente, "descarregava" o seu fracasso conjugal nos seus subalternos e em si mesmo, na gula e na agressividade. Tornou-se perverso e perseguidor dos seus infelizes empregados e um obeso muito ansioso. O ciclo vicioso "neurótico-compulsivo" tendia a se acentuar com graves conseqüências para ele, para a sua família e para todos que com ele conviviam. Quanto mais engordava, mais neurótico e desestruturado ficava. 

 Outro caso clínico que muito bem exemplifica este nosso estudo é o de um paciente que nascera e convivera na pobreza material antes e, agora, adquirira fortuna graças a um prêmio milionário que recebera. Em pouco tempo vivendo na riqueza tornou-se um obeso e obsessivo. Sua família nos contou que o exagero no comer e em estocar alimentos era de espantar. Em casa lotava os três "frízeres" com alimentos, principalmente, com carnes, que não conseguia consumir, sendo obrigado a dar e perder muita comida; conforme nos disse a sua esposa. Nos restaurantes aonde ia, sempre deixava grandes porções de comida sem ao menos prová-la. Sentia-se feliz e realizado com toda aquela fartura sobrando ( e desperdiçada) à sua frente. Tal comportamento, além de demonstrar uma compulsão e obsessão, trazendo-lhe obesidade e propensão a muitas outras enfermidades mentais e físicas, como: ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes, acidentes cardiovasculares, etc.; é um atentado aos que sentem fome e a Deus, pelo pecado da gula. Além disso, o seu comportamento neurótico de comer, compulsivamente (bulimia), jamais o livrará do seu penoso passado de privações. As causas emocionais (mentais) da obesidade são as mais importantes para este Estudo, por serem elas os maiores geradores da obesidade ( e de quase todos os conflitos psicossomáticos), como ficou demonstradas nos exemplos clínicos acima citados. Leve-se em consideração que o nosso "viver" tornou-se cada vez mais angustiante devido aos incontáveis estímulos negativos do meio ambiente que recaem sobre os nossos cérebros. Basta que nos lembremos dos fatores mais negativos que afetam, diariamente, o nosso sistema cérebro-mente.  A insegurança, motivada pela fome, miséria material e mental, violência de toda ordem, etc., levam-nos a pensar na desagregação psicossomática (corpo e mente) de quase todos os seres humanos.

É neste contexto que a obesidade provocada pelo desequilíbrio mental ou emocional, assume a liderança sobre as demais formas de gênese do obeso. Desta forma, mesmo que tenham mais  fatores  detonantes da obesidade; não podemos negligenciar a implicação da mente na sua etiologia. A obesidade emocional ou neurótica se origina e se caracteriza pelo processo seguinte: o sistema límbico do indivíduo recebe os estímulos negativos do seu  ambiente, como rejeição,frustração,ansiedade,angústia e outros; e, através do Hipotálamo gera impulsos de fome que vão para o córtex cerebral(que é o Consciente da pessoa) decidir se come ou não. Como na neurose o Consciente está ou é fragilizado, ele se deixa levar (se submete) pelo Hipotálamo (um dos componentes principais do Inconsciente) e aceita as ordens deste para ingerir alimentos, mesmo que o organismo já esteja saciado. O indivíduo assim estimulado recorre à comida, sempre que o seu Hipotálamo (Inconsciente) esteja ativado; o que ocorre com freqüência com o obeso-neurótico que procura no comer, a compensação de suas frustrações do dia-a-dia. Como a obesidade além de deformar a estética, que é idolatrada por todos os imaturos atuais (leia "A Idolatria da Beleza Física", deste autor), acarreta patologias mais sérias, como os distúrbios cardiovasculares, diabetes, hipertensão e outros tantos; devemos suspeitar que a obesidade neurótica encobrisse uma programação de morte (Thanatos), ditada pelo Inconsciente negativo do seu portador (vide "O Instinto de Morte  x  Instinto de Vida", deste autor).

 De fato, o obeso emocional negligenciou não só do seu aspecto físico; como, também, da sua própria existência. Procure observar as pessoas obesas comendo em bares, restaurantes, cantinas e lanchonetes! Verá que continuam se empanturrando  de alimentos que mais engordam como os açúcares, gorduras e massas; além de refrigerantes, enlatados, etc.  Muita vez o sucesso alcançado na política e na economia por uma pessoa obesa esconde  a nível inconsciente, o próprio vazio existencial, motivado por insucessos em sua área emocional.

 É comum  as pessoas se equivocarem quando discutem as origens da obesidade. Muitos a colocam como um distúrbio genético, citando exemplos de pessoas obesas que tiveram ou têm pais e outros parentes gordos. Ninguém pode afiançar que os genes não tenham nada a ver com a obesidade; porém, é pouco provável que os "gulosos" comam tanto, motivados por suas cargas genéticas. Também, seria difícil a genética explicar o gosto tão diversificado dos glutões que se tornam obesos, atraídos pelos diversos tipos de alimentos que engordam.  Custa-nos crer  que existam genes que  geram atração por doces; outros por macarronadas; outros por pães e biscoitos; outros por cerveja e incontáveis genes que dariam o apetite exagerado pra centenas e variados tipos de sabores e comidas que engordam. Acreditamos que os neurônios e as glândulas endócrinas sejam mais culpados pela obesidade que o DNA. Vale ressaltar que a gordura acumulada pelas pessoas ociosas tem muito a ver com os neurônios dos seus inconscientes que não os motivam a exercitarem os seus músculos e nem para a manutenção de seus "regimes", sempre adiados para o dia seguinte.

Geralmente filhos de pais gordos são gordos também porque, desde crianças vêem naqueles o exemplo da comilança, assim como encontram fartura de comida em suas casas. Em casa de gordo, comida é o que não falta; diz o ditado. É bom também lembrar que os pais tem a motivarem inconscientemente os filhos a serem cópias de si. O inconsciente de um pai  tende A fazer com que se assemelhe consigo a personalidade e comportamento dos filhos. Se o pai é um marginal, o seu inconsciente incentivará o filho ao crime; se o pai é estudioso e culto; o seu inconsciente e consciente lutarão para que seu filho seja estudioso e culto, também; caso o pai seja inseguro; a tendência é que o filho se torne inseguro; etc. Este processo mental é o que chamo de "hereditariedade psicológica"; e confunde muito  os que apelam em demasia para a genética. É comum, por exemplo, um alcoólatra ter em casa um variado estoque de bebidas; portanto, é natural também que seus filhos, em contato com a bebida e vendo o exemplo dos pais (que são seus primeiros modelos), sejam tentados a imitarem seus pais no prazer experimentado por eles, no ato de beberem. Veja o caso de pais que fumam. Os seus inconscientes não se importam em saberem que algum dos filhos fuma às escondidas. Nada disso acontecerá se os conscientes dos pais forem mais evoluídos que os seus inconscientes. O fortalecimento do consciente só acontece através da leitura, da prática, da pesquisa, dos estudos, da observação e do conhecimento variado em todas as áreas do saber humano.

Dá para se notar que, quanto menos conhecimento e cultura têm uma pessoa; mas frágil e vulnerável é o seu consciente. Como o consciente é o Senhor da Razão e do Bom-Senso; fica claro porque estamos presenciando tantos comportamentos negativos, nocivos e anti-sociais que prejudicam o indivíduo e a todos nós. Uma Sociedade composta de cérebros e mentes em que predomina o Inconsciente; está fadada à ruína, ao fracasso e à barbaria; uma sociedade animalizada e animalesca que se autodestruirá. Elevar-se o grau de conscientização das pessoas, através do estudo, da pesquisa, do conhecimento e da cultura geral; deveria ser prioridade de todo Governo que, de fato, não queira manter seu povo na ignorância, cujos cidadãos permaneçam sob o domínio de seus Inconscientes, incapazes de se oporem aos impulsos negativos e nocivos deles; com as conseqüências desastrosas para a própria Espécie, nesta verdadeira autofagia que ora presenciamos. Poucos entendem e se interessam por saber a respeito dessas poderosas forças que atuam na nossa mente, quando nos encontramos sob o império do domínio do Inconsciente negativo,desestruturada e desintegradora do indivíduo e da sociedade. É o que estamos vendo no cotidiano de todos os povos. São forças geradas, como já falamos em muitos escritos, nos núcleos que ficam abaixo do córtex cerebral. Esses centros nervosos, subcorticais, são remanescentes dos cérebros mais primitivos que evoluíram até o nosso atual cérebro. São resíduos cerebrais de  nossos antepassados peixes, répteis, mamíferos inferiores, primatas e... Homem.
 São, justamente, as formações cerebrais dos encéfalos desses ancestrais que ainda continuam ativos, dentro do cérebro de cada um de nós, em franco antagonismo com a camada cortical mais evoluída e recente (neocórtex) desse nosso órgão maior. Em razão do desequilíbrio entre o nosso Consciente (humano) e o nosso Inconsciente (animal/irracional) é que a maior parte da população mundial está se comportando como um autêntico animal... e, muito feroz. A prova disso é que, por qualquer motivo fútil e tolo; os indivíduos se atracam e se matam, com requintes de perversidade. Estamos nos destruindo, agredindo o semelhante e desestruturando a Natureza porque estamos virando Feras, comportando-nos e agindo pelo Inconsciente animalizado e desestruturado pelos milhões de estímulos negativos que recaem sobre o nosso cérebro, diariamente, formando uma mente desestruturada, irresponsável e, perigosamente inconseqüente para todos. Paul Mac Lean, um dos mais notáveis neurocientistas deste tempo, criou o termo "sistema límbico", apontando a divisão trina do nosso cérebro, onde ainda estão nos afetando: o cérebro dos répteis, dos mamíferos inferiores e dos primatas. Mac Lean disse, jocosamente, "quando levamos um paciente ao divã; também estamos deitando com ele Cobras Lagartos e Cavalos". Devem ter muito cuidado os sexistas de plantão! Quando forem para a cama com alguém; saibam que estarão deitados com cobras e lagartos; também!

Finalizando este Trabalho, não poderíamos deixar de citar a importante observação, extraída de longa e apurada observação sobre a Obesidade. Além de ser mais comum em mulheres; por serem mais susceptíveis e sensíveis aos desgostos, decepções e frustrações; atente-se ao fato que as pessoas pertencentes às camadas mais humildes, pobres e carentes de conhecimentos científicos, a obesidade é resultante do excesso de comida rica em amido que além de mais barata, produz a sensação de estômago cheio e de saciedade, como: pães, bolos, pastéis, sanduíches e outras comidas baratas, encontradas à venda em qualquer boteco, restaurante, bares, cantinas e calçadas de qualquer cidade; sem falarmos na facilidade de transmissão de inúmeras doenças pela qualidade das mesmas e higiene dos que as manipulam, cujo conhecimento biológico é ignorado ou nulo. Procure observar as pessoas comendo suas merendas nesses bares, lanchonetes e cantinas do seu colégio, escola, da sua faculdade ou de conhecidos menos instruídos! Vejam o que comem!  Vejam como e o que comem aqueles que desejam ser ricos e não são; aqueles que gostariam de ser "bonitos" e se sentem "feios";nesta sociedade falsa que idolatra e valoriza somente a beleza física e rejeita os mais humildes e aqueles que não são "bem dotados" fisicamente! Essa maioria de hipócritas que escolhe, valoriza e julga pelo invólucro supérfluo e efêmero da pele, cabelo, idade, unhas, pernas, coxas, traseiros e dianteiros, principalmente as mulheres que, sendo mais vítimas desse desumano preconceito  estético, procuram compensar as frustrações decorrentes da rejeição; no excesso no comer e no beber; criando o círculo vicioso patológico: rejeição----frustração----voracidade----obesidade----maior rejeição----frustração----voracidade----mais obesidade----maior rejeição.....depressão........doenças  psicossomáticas ....etc., etc.

 Conseqüentemente, a Obesidade não é só um assunto médico e psicológico; mas também, um grave problema de Saúde Pública, de Educação, de Cultura Social e...... de humanidade.


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Nota: O autor não poderia deixar de agradecer o apoio técnico e digital prestado pelos Drs. André Luiz Silveira e Fábio Villarim, ambos do Estado de São Paulo.



   Perfil do Autor:

Carleial. Bernardino Mendonça.

Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica-MG;

Estudante de Direito da Faculdade Estácio de Sá-BH;

Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.





" A OBESIDADE NACIONAL "

                                          “A OBESIDADE NACIONAL”



Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou dados, através da Mídia, a respeito da saúde dos brasileiros, destacando a crescente obesidade nacional. De fato, esse distúrbio psicossomático é um perigoso fator de risco que atinge grande parte da população do nosso país. O excesso de peso das pessoas ocasiona inúmeros problemas de ordem individual, social e econômica, pela extensão do seu alcance social. Em recente entrevista em São Paulo, com a fisioterapeuta Alessandra T., ouvimos daquela competente estudiosa, a mesma opinião e preocupação a respeito dos riscos a que estão expostas as pessoas com excesso de peso. Apesar do alerta da Dra. Alessandra e de outros profissionais da saúde, temos observado que esse grave distúrbio não tem sido tratado de forma mais abrangente, como merece. Os aspectos psicológicos, sociais e econômicos que envolvem e decorrem da obesidade, são tão ou mais graves que as suas conseqüências individuais.

Nos países mais pobres a obesidade se tornou um flagelo social, em virtude da grande ingestão de alimentos artificiais, massas, frituras, refrigerantes e os demais industrializados; pouco ou nada nutritivos. A falta de conhecimento da população e a propaganda maciça e condicionadora que as empresas alimentícias fazem, através da Mídia; são os principais responsáveis pela obesidade crescente que se vê nas ruas, principalmente nas camadas mais pobres e desinformada, mais acentuada entre as mulheres. Nesta oportunidade, vale a pena reescrever um aprofundado Trabalho publicado e divulgado em diversos sites, a respeito de tão importante assunto.

Os profissionais da saúde mental atendem, com certa freqüência, pessoas com problema de obesidade, decorrente de conflitos mentais. Nota-se que um grande número desses pacientes é do sexo feminino e, quase sempre, apresenta distúrbios somáticos, como efeitos decorrentes da psique abalada; são as disfunções psicossomáticas, inevitáveis nesses estados mentais.
Não é novidade para os estudiosos da Psicobiologia que os desequilíbrios mentais acarretam disfunções orgânicas e vice-versa. Se os negócios vão mal; o estômago poderá sofrer as conseqüências, com acidez, gastrite e erupção de úlcera gástrica. Em contrapartida, a preocupação repetida com o estômago, ocasionará um sofrimento na mente, um transtorno mental; um conflito que poderá levar alguém a engordar, provocar-lhe uma baixa estima, ao notar a deformação em seu corpo. Quando essa pessoa investiu muito em seu exterior, em sua beleza externa; obviamente, sofrerá mais abalo em sua personalidade que outra, cuja atenção se voltou para o seu interior e para o seu aprimoramento espiritual, cultural ou mental.

Talvez seja esta a principal razão que leva à depressão, mais mulheres que homens; mormente agora, em que todas as sociedades do mundo valorizam e idolatram a beleza física, o invólucro, o exterior, a casca e a aparência, em detrimento do conteúdo, da alma, do espírito, do humanismo, da beleza e da riqueza interiores; tinha que dar, e deu, nisso mesmo: a decadência moral, mental, cultural e o sofrimento e desestruturação psicofísica da maioria das pessoas do nosso tempo.
É só observar, conversar e analisar o comportamento da maioria dos nossos amigos, colegas, companheiros, parentes e outros que estão ao nosso redor: estão eles irradiando paz e resplandecendo amor e felicidade; ou revoltados,reclamando,lamuriando com os semblantes sérios e agressivos?
Analisemos um indivíduo que ao se sentir frustrado porque foi rejeitado por outro; ou, que não esteja tendo sucesso na sua vida profissional! Além de se tornar mal-humorado e agressivo; poderá ele recorrer ao excesso de comida, como forma inconsciente de fugir da causa ansiógena.

Da mesma forma uma inadaptação conjugal pode levar o casal (e, os filhos) à obesidade, como subterfúgio de seus conflitos. Um estômago sempre cheio dá a sensação falsa de realização e plenitude. Outra pessoa poderá se voltar para o comer obsessivo, caso a sua vida não venha correspondendo aos anseios e expectativas que esperava; ou, à realização de suas fantasias infanto-juvenis. Uma jovem esposa poderá se decepcionar com o marido e julgar-se traída, por verificar que ele não corresponde ao "príncipe encantado" idealizado e condicionado pelos falsos ídolos das novelas, filmes e romances de escritores complacentes. E vice-versa, o imaturo esposo de uma jovem esposa "noveleira" e "novelesca", poderá descobrir que ela não se comporta com aquela "princesa" que um dia foi despertada pelo romântico beijo de outro "príncipe", do reino encantado, que o modernismo desencantou, há muitas décadas! Uma mãe, cheia de decepções, poderá projetar a sua ansiedade, empanturrando-se e empanturrando os seus filhos de comida, engordando e levando-os à obesidade. A adolescente desiludida por não ter a beleza externa que os seus amigos, colegas, parentes e o mundo exigem dela; poderá ser compelida, por seu Inconsciente, a comer em demasia, como uma forma de "saciar" a sua frustração por não atender àqueles (também) imaturos que desejariam usar e abusar do seu corpo, se fosse ele "bonitinho", conforme as exigências do "mercado da carne". A mocinha imatura tenderá a se punir na "bulimia" que a tornará obesa ou, na "anorexia", que a tornará esquelética; com todas as conseqüências psicossomáticas que isto promove. Seus amiguinhos e coleguinhas, condicionados pelos incontáveis apelos erotomaníacos do nosso tempo cibernético; preferem "ficar" mesmo é com aqueles de beleza física externa, mesmo que sejam tão vazios e ocos como o bambu seco.

Outro caso clínico que muito bem exemplifica este nosso estudo é o de um paciente que nascera e convivera na pobreza material antes e, agora, adquirira fortuna graças a um prêmio milionário que recebera. Em pouco tempo vivendo na riqueza tornou-se um obeso e obsessivo. Sua família nos contou que o exagero no comer e em estocar alimentos era de espantar. Em casa lotava os três "frízeres" com alimentos, principalmente, com carnes, que não conseguia consumir, sendo obrigado a dar e perder muita comida; conforme nos disse a sua esposa. Nos restaurantes aonde ia, sempre deixava grandes porções de comida sem ao menos prová-la. Sentia-se feliz e realizado com toda aquela fartura sobrando ( e desperdiçada) à sua frente. Tal comportamento, além de demonstrar uma compulsão e obsessão, trazendo-lhe obesidade e propensão a muitas outras enfermidades mentais e físicas, como: ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes, acidentes cardiovasculares, etc.; é um atentado aos que sentem fome e a Deus, pelo pecado da gula. Além disso, o seu comportamento neurótico de comer, compulsivamente (bulimia), jamais o livrará do seu penoso passado de privações. As causas emocionais (mentais) da obesidade são as mais importantes para este Estudo, por serem elas os maiores geradores da obesidade ( e de quase todos os conflitos psicossomáticos), como ficou demonstradas nos exemplos clínicos acima citados. Leve-se em consideração que o nosso "viver" tornou-se cada vez mais angustiante devido aos incontáveis estímulos negativos do meio ambiente que recaem sobre os nossos cérebros. Basta que nos lembremos dos fatores mais negativos que afetam, diariamente, o nosso sistema cérebro-mente. A insegurança, motivada pela fome, miséria material e mental, violência de toda ordem, etc., levam-nos a pensar na desagregação psicossomática (corpo e mente) de quase todos os seres humanos.

Dá para se notar que, quanto menos conhecimento e cultura têm uma pessoa; mas frágil e vulnerável é o seu consciente. Como o consciente é o Senhor da Razão e do Bom-Senso; fica claro porque estamos presenciando tantos comportamentos negativos, nocivos e anti-sociais que prejudicam o indivíduo e a todos nós. Uma Sociedade composta de cérebros e mentes em que predomina o Inconsciente; está fadada à ruína, ao fracasso e à barbaria; uma sociedade animalizada e animalesca que se autodestruirá. Elevar-se o grau de conscientização das pessoas, através do estudo, da pesquisa, do conhecimento e da cultura geral; deveria ser prioridade de todo Governo que, de fato, não queira manter seu povo na ignorância, cujos cidadãos permaneçam sob o domínio de seus Inconscientes, incapazes de se oporem aos impulsos negativos e nocivos deles; com as conseqüências desastrosas para a própria Espécie, nesta verdadeira autofagia que ora presenciamos. Poucos entendem e se interessam por saber a respeito dessas poderosas forças que atuam na nossa mente, quando nos encontramos sob o império do domínio do Inconsciente negativo,desestruturada e desintegradora do indivíduo e da sociedade. É o que estamos vendo no cotidiano de todos os povos. São forças geradas, como já falamos em muitos escritos, nos núcleos que ficam abaixo do córtex cerebral. Esses centros nervosos, subcorticais, são remanescentes dos cérebros mais primitivos que evoluíram até o nosso atual cérebro. São resíduos cerebrais de nossos antepassados peixes, répteis, mamíferos inferiores, primatas e... Homem.
São, justamente, as formações cerebrais dos encéfalos desses ancestrais que ainda continuam ativos, dentro do cérebro de cada um de nós, em franco antagonismo com a camada cortical mais evoluída e recente (neocórtex) desse nosso órgão maior. Em razão do desequilíbrio entre o nosso Consciente (humano) e o nosso Inconsciente (animal/irracional) é que a maior parte da população mundial está se comportando como um autêntico animal... e, muito feroz. A prova disso é que, por qualquer motivo fútil e tolo; os indivíduos se atracam e se matam, com requintes de perversidade. Estamos nos destruindo, agredindo o semelhante e desestruturando a Natureza porque estamos virando Feras, comportando-nos e agindo pelo Inconsciente animalizado e desestruturado pelos milhões de estímulos negativos que recaem sobre o nosso cérebro, diariamente, formando uma mente desestruturada, irresponsável e, perigosamente inconseqüente para todos. Paul Mac Lean, um dos mais notáveis neurocientistas deste tempo, criou o termo "sistema límbico", apontando a divisão trina do nosso cérebro, onde ainda estão nos afetando: o cérebro dos répteis, dos mamíferos inferiores e dos primatas. Mac Lean disse, jocosamente, "quando levamos um paciente ao divã; também estamos deitando com ele Cobras Lagartos e Cavalos". Devem ter muito cuidado os sexistas de plantão! Quando forem para a cama com alguém; saibam que estarão deitados com cobras e lagartos; também!

Finalizando este Trabalho, não poderíamos deixar de citar a importante observação, extraída de longa e apurada observação sobre a Obesidade. Além de ser mais comum em mulheres; por serem mais susceptíveis e sensíveis aos desgostos, decepções e frustrações; atente-se ao fato que as pessoas pertencentes às camadas mais humildes, pobres e carentes de conhecimentos científicos, a obesidade é resultante do excesso de comida rica em amido que além de mais barata, produz a sensação de estômago cheio e de saciedade, como: pães, bolos, pastéis, sanduíches e outras comidas baratas, encontradas à venda em qualquer boteco, restaurante, bares, cantinas e calçadas de qualquer cidade; sem falarmos na facilidade de transmissão de inúmeras doenças pela qualidade das mesmas e higiene dos que as manipulam, cujo conhecimento biológico é ignorado ou nulo. Procure observar as pessoas comendo suas merendas nesses bares, lanchonetes e cantinas do seu colégio, escola, da sua faculdade ou de conhecidos menos instruídos! Vejam o que comem!  Vejam como e o que comem aqueles que desejam ser ricos e não são; aqueles que gostariam de ser "bonitos" e se sentem "feios";nesta sociedade falsa que idolatra e valoriza somente a beleza física e rejeita os mais humildes e aqueles que não são "bem dotados" fisicamente! Essa maioria de hipócritas que escolhe, valoriza e julga pelo invólucro supérfluo e efêmero da pele, cabelo, idade, unhas, pernas, coxas, traseiros e dianteiros, principalmente as mulheres que, sendo mais vítimas desse desumano preconceito  estético, procuram compensar as frustrações decorrentes da rejeição; no excesso no comer e no beber; criando o círculo vicioso patológico: rejeição----frustração----voracidade----obesidade----maior rejeição----frustração----voracidade----mais obesidade----maior rejeição.....depressão........doenças  psicossomáticas ....etc., etc.

 Conseqüentemente, a Obesidade não é só um assunto médico e psicológico; mas também, um grave problema de Saúde Pública, de Educação, de Cultura Social e...... de humanidade.


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Nota: O autor não poderia deixar de agradecer o apoio técnico e digital prestado pelos Drs. André Luiz Silveira e Fábio Villarim, ambos do Estado de São Paulo.



   Perfil do Autor:

Carleial. Bernardino Mendonça.

Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica-MG;

Estudante de Direito da Faculdade Estácio de Sá-BH;

Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.



" O MAU HUMOR "




                                   “A OBESIDADE NACIONAL”





Nos países mais pobres a obesidade se tornou um flagelo social, em virtude da grande ingestão de alimentos artificiais, massas, frituras, refrigerantes e os demais industrializados; pouco ou nada nutritivos. A falta de conhecimento da população e a propaganda maciça e condicionadora que as empresas alimentícias fazem, através da Mídia; são os principais responsáveis pela obesidade  crescente que se vê nas ruas, principalmente nas camadas mais pobres e desinformada, mais acentuada entre as mulheres. Nesta oportunidade, vale a pena reescrever um aprofundado Trabalho  publicado e divulgado em diversos sites, a respeito de tão importante assunto.

Os profissionais da saúde mental atendem, com certa freqüência, pessoas com problema de obesidade, decorrente de conflitos mentais. Nota-se que um grande número desses pacientes é do sexo feminino e, quase sempre, apresenta distúrbios somáticos, como efeitos decorrentes da psique abalada; são as disfunções psicossomáticas, inevitáveis nesses estados mentais.
Não é novidade para os estudiosos da Psicobiologia que os desequilíbrios mentais acarretam disfunções orgânicas e vice-versa. Se os negócios vão mal; o estômago poderá sofrer as conseqüências, com acidez, gastrite e erupção de úlcera gástrica. Em contrapartida, a preocupação repetida com o estômago, ocasionará um sofrimento na mente, um transtorno mental; um conflito que poderá levar alguém a engordar, provocar-lhe uma baixa estima, ao notar a deformação em seu corpo. Quando essa pessoa investiu muito em seu exterior, em sua beleza externa; obviamente, sofrerá mais abalo em sua personalidade que outra, cuja atenção se voltou para o seu interior e para o seu aprimoramento espiritual, cultural ou mental.

 Talvez seja esta a principal razão que leva à depressão, mais mulheres que homens; mormente agora, em que todas as sociedades do mundo valorizam e idolatram a beleza física, o invólucro, o exterior, a casca e a aparência, em detrimento do conteúdo, da alma, do espírito, do humanismo, da beleza e da riqueza interiores; tinha que dar, e deu, nisso mesmo: a decadência moral, mental, cultural e o sofrimento e desestruturação psicofísica da maioria das pessoas do nosso tempo.
É só observar, conversar e analisar o comportamento da maioria dos nossos amigos, colegas, companheiros, parentes e outros que estão ao nosso redor: estão eles irradiando paz e resplandecendo amor e felicidade; ou revoltados,reclamando,lamuriando com os semblantes sérios e agressivos?
Analisemos um indivíduo que ao se sentir frustrado porque foi rejeitado por outro; ou, que não esteja tendo sucesso na sua vida profissional! Além de se tornar mal-humorado e agressivo; poderá ele recorrer ao excesso de comida, como forma inconsciente de fugir da causa ansiógena.

Da mesma forma uma inadaptação conjugal pode levar o casal (e, os filhos) à obesidade, como subterfúgio de seus conflitos. Um estômago sempre cheio dá a sensação falsa de realização e plenitude. Outra pessoa poderá se voltar para o comer obsessivo, caso a sua vida não venha correspondendo aos anseios e expectativas que esperava; ou, à realização de suas fantasias infanto-juvenis. Uma jovem esposa poderá se decepcionar com o marido e julgar-se traída, por verificar que ele não corresponde ao "príncipe encantado" idealizado e condicionado pelos falsos ídolos das novelas, filmes e romances de escritores complacentes. E vice-versa, o imaturo esposo de uma jovem esposa "noveleira" e "novelesca", poderá descobrir que ela não se comporta com aquela "princesa" que um dia foi despertada pelo romântico beijo de outro "príncipe", do reino encantado, que o modernismo desencantou, há muitas décadas! Uma mãe, cheia de decepções, poderá projetar a sua ansiedade, empanturrando-se e empanturrando os seus filhos de comida, engordando e levando-os à obesidade. A adolescente desiludida por não ter a beleza externa que os seus amigos, colegas, parentes e o mundo exigem dela; poderá ser compelida, por seu Inconsciente, a comer em demasia, como uma forma de "saciar" a sua frustração por não atender àqueles (também) imaturos que desejariam usar e abusar do seu corpo, se fosse ele "bonitinho", conforme as exigências do "mercado da carne". A mocinha imatura tenderá a se punir na "bulimia" que a tornará obesa ou, na "anorexia", que a tornará esquelética; com todas as conseqüências psicossomáticas que isto promove. Seus amiguinhos e coleguinhas, condicionados pelos incontáveis apelos erotomaníacos do nosso tempo cibernético; preferem "ficar" mesmo é com aqueles de beleza física externa, mesmo que sejam tão vazios e ocos como o bambu seco.

 Outro caso clínico que muito bem exemplifica este nosso estudo é o de um paciente que nascera e convivera na pobreza material antes e, agora, adquirira fortuna graças a um prêmio milionário que recebera. Em pouco tempo vivendo na riqueza tornou-se um obeso e obsessivo. Sua família nos contou que o exagero no comer e em estocar alimentos era de espantar. Em casa lotava os três "frízeres" com alimentos, principalmente, com carnes, que não conseguia consumir, sendo obrigado a dar e perder muita comida; conforme nos disse a sua esposa. Nos restaurantes aonde ia, sempre deixava grandes porções de comida sem ao menos prová-la. Sentia-se feliz e realizado com toda aquela fartura sobrando ( e desperdiçada) à sua frente. Tal comportamento, além de demonstrar uma compulsão e obsessão, trazendo-lhe obesidade e propensão a muitas outras enfermidades mentais e físicas, como: ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes, acidentes cardiovasculares, etc.; é um atentado aos que sentem fome e a Deus, pelo pecado da gula. Além disso, o seu comportamento neurótico de comer, compulsivamente (bulimia), jamais o livrará do seu penoso passado de privações. As causas emocionais (mentais) da obesidade são as mais importantes para este Estudo, por serem elas os maiores geradores da obesidade ( e de quase todos os conflitos psicossomáticos), como ficou demonstradas nos exemplos clínicos acima citados. Leve-se em consideração que o nosso "viver" tornou-se cada vez mais angustiante devido aos incontáveis estímulos negativos do meio ambiente que recaem sobre os nossos cérebros. Basta que nos lembremos dos fatores mais negativos que afetam, diariamente, o nosso sistema cérebro-mente.  A insegurança, motivada pela fome, miséria material e mental, violência de toda ordem, etc., levam-nos a pensar na desagregação psicossomática (corpo e mente) de quase todos os seres humanos.

Dá para se notar que, quanto menos conhecimento e cultura têm uma pessoa; mas frágil e vulnerável é o seu consciente. Como o consciente é o Senhor da Razão e do Bom-Senso; fica claro porque estamos presenciando tantos comportamentos negativos, nocivos e anti-sociais que prejudicam o indivíduo e a todos nós. Uma Sociedade composta de cérebros e mentes em que predomina o Inconsciente; está fadada à ruína, ao fracasso e à barbaria; uma sociedade animalizada e animalesca que se autodestruirá. Elevar-se o grau de conscientização das pessoas, através do estudo, da pesquisa, do conhecimento e da cultura geral; deveria ser prioridade de todo Governo que, de fato, não queira manter seu povo na ignorância, cujos cidadãos permaneçam sob o domínio de seus Inconscientes, incapazes de se oporem aos impulsos negativos e nocivos deles; com as conseqüências desastrosas para a própria Espécie, nesta verdadeira autofagia que ora presenciamos. Poucos entendem e se interessam por saber a respeito dessas poderosas forças que atuam na nossa mente, quando nos encontramos sob o império do domínio do Inconsciente negativo,desestruturada e desintegradora do indivíduo e da sociedade. É o que estamos vendo no cotidiano de todos os povos. São forças geradas, como já falamos em muitos escritos, nos núcleos que ficam abaixo do córtex cerebral. Esses centros nervosos, subcorticais, são remanescentes dos cérebros mais primitivos que evoluíram até o nosso atual cérebro. São resíduos cerebrais de  nossos antepassados peixes, répteis, mamíferos inferiores, primatas e... Homem.
 São, justamente, as formações cerebrais dos encéfalos desses ancestrais que ainda continuam ativos, dentro do cérebro de cada um de nós, em franco antagonismo com a camada cortical mais evoluída e recente (neocórtex) desse nosso órgão maior. Em razão do desequilíbrio entre o nosso Consciente (humano) e o nosso Inconsciente (animal/irracional) é que a maior parte da população mundial está se comportando como um autêntico animal... e, muito feroz. A prova disso é que, por qualquer motivo fútil e tolo; os indivíduos se atracam e se matam, com requintes de perversidade. Estamos nos destruindo, agredindo o semelhante e desestruturando a Natureza porque estamos virando Feras, comportando-nos e agindo pelo Inconsciente animalizado e desestruturado pelos milhões de estímulos negativos que recaem sobre o nosso cérebro, diariamente, formando uma mente desestruturada, irresponsável e, perigosamente inconseqüente para todos. Paul Mac Lean, um dos mais notáveis neurocientistas deste tempo, criou o termo "sistema límbico", apontando a divisão trina do nosso cérebro, onde ainda estão nos afetando: o cérebro dos répteis, dos mamíferos inferiores e dos primatas. Mac Lean disse, jocosamente, "quando levamos um paciente ao divã; também estamos deitando com ele Cobras Lagartos e Cavalos". Devem ter muito cuidado os sexistas de plantão! Quando forem para a cama com alguém; saibam que estarão deitados com cobras e lagartos; também!



Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou dados, através da Mídia, a respeito da saúde dos brasileiros, destacando a crescente obesidade nacional. De fato, esse distúrbio psicossomático é um perigoso fator de risco que atinge grande parte da população do nosso país. O excesso de peso das pessoas ocasiona inúmeros problemas de ordem individual, social e econômica, pela extensão do seu alcance social.  Em recente entrevista em São Paulo, com a fisioterapeuta Alessandra T., ouvimos daquela competente estudiosa, a mesma opinião e preocupação a respeito dos riscos a que estão expostas as pessoas com excesso de peso. Apesar do alerta da Dra. Alessandra e de outros profissionais da saúde, temos observado que esse grave distúrbio não tem sido tratado de forma mais abrangente, como merece. Os aspectos psicológicos, sociais e econômicos que envolvem e decorrem da obesidade, são tão ou mais graves que as suas conseqüências individuais.