"A IDOLATRIA DA
BELEZA FÍSICA"
Muitas mulheres famosas aceitam propostas para se exibirem nuas em revistas, jornais filmes, vídeos, etc. Esse tipo de comportamento vem se repetindo, há muitos anos e tem sido mostrado, com muita frequência,nos diversos noticiários. Mais e mais mulheres ricas, pobres, conhecidas e desconhecidas mostram a sua intimidade física e fisiológica para uma plateia mundial, compostas de toda espécie de degenerados mentais
.
Muitas mulheres famosas se
oferecem ou aceitam propostas para se exibirem nuas em revistas, jornais
filmes, vídeos, etc. Esse tipo de comportamento vem se repetindo, há
décadas e, com muita frequência, é visto em nossos noticiários. Mais e
mais mulheres conhecidas ou não; ricas ou pobres estão a oferecerem seus corpos
desnudados à curiosidade da maioria dos homens e de outras mulheres também. Muitas dessas narcisistas-exibicionista,
algumas, até em franca decadência física, se mostram com suas plásticas,
"Botox" e outros remendos, nessa imensa vitrine de açougue, onde
estão expostos peitos, traseiros, pernas, pés, coxas e miúdos. Deixam-se
fotografar e filmar em poses acrobáticas, quase radioscópicas, como se isso
fosse a coisa mais importante de suas vidas. Muitas delas possuem fama e
dinheiro; todavia, sentem prazer doentio e ganância desmedida na exposição dos
seus corpos, numa oferenda pública à voracidade fantasiosa e doentia dos
bilhões de homens imaturos, pervertidos e erotomaníacos. Boa parcela
dessas mulheres exibicionistas se diz realizada quando expostas publicamente e
são desejadas por todos os leitores e expectadores do mundo, incluindo-se neles
todo tipo de marginal, maníacos sexuais, decréptos, foragidos e
degenerados de todo naipe.
Não raro
essas exibicionistas se mostram com tamanho despudor que pensamos não mais ser
possível criarem novas posições eróticas. A necessidade em se mostrar tornou-se
uma obsessão em nossos dias, em todo o mundo. Antes, as pessoas se envaideciam
por seu Conhecimento, Cultura e Saber; o que era muito bom e útil para elas e
para todos nós. A competição vaidosa entre sábios, leva à descoberta de
remédios,inovações tecnológicas,vacinas,utilidades,conforto,felicidade e tantas
outras benfeitorias geradas da "vaidade" cultural entre os grandes
vultos da humanidade, como: Oswaldo Cruz,Carlos Chagas,Édson,Ford,Bell,Sabin,Fleming
e tantos outros que salvaram bilhões de pessoas e ainda continuam nos salvando
e proporcionando-nos comodidade e felicidade. Ao contrário, a vaidade moderna
se liga aos bens e riquezas materiais, à beleza física e qualquer outro tipo de
futilidade. A maioria das mulheres (e, muitos homens também) , principalmente
adolescentes, está obcecada na exibição pública de seus corpos. Estamos na Era
do Umbigo; no tempo (e Templo) da vaidade, do exibicionismo material, do
narcisismo patológico, do voyeurismo e, logicamente, na Era da tolice, da
nulidade, do vazio existencial, do niilismo global, da depressão e...do
suicídio físico,espiritual,mental e moral ! A regra do nudismo-pervertido está
generalizada. Desde as mais humildes até às mais sofisticadas, a
preocupação maior é a de exibir a anatomia externa, principalmente quando
tem alguma "saliência", um traseiro avantajado ou algum outro atributo
físico exagerado (mesmo que por uma aberração genética), que seja
"atraente" para o sexo oposto (ou até mesmo para o mesmo sexo).
As ruas
se tornaram passarela de um constante desfile estético-carnal, cuja submissão à
moda, atesta a nulidade interior dos seus seguidores, cuja racionalidade deixa
muito a desejar. Deixar-se levar pelos outros, pelo modismo desenfreado e
furta-cor do momento, demonstra a imensa decadência mental e cultural da
maioria das pessoas deste nosso pobre tempo. Às vezes a roupa está em flagrante
desacordo com o clima ambiente e com o estado fisiológico e financeiro do
exibicionista. Entretanto, permanece usando-a, até que outro vendedor de moda
resolva ditar e impor novas regras no jogo exibicionista. A exploração do
corpo, principalmente do feminino tornou-se o filão comercial explorado por
todos. Em nossos dias, o contorno epidérmico da mulher considerada
"bonita", está vendendo tudo, nas múltiplas facetas da publicidade
mercantil, influenciando as mentes frágeis das numerosas pessoas imaturas. É
claro que todo homem normal aprecia a nudez feminina! O que nos impressiona,
como clínico, é o condicionamento do valor humano à epiderme, às formas físicas
das pessoas; logo hoje, que se fala tanto em valores humanos e dignidade das
pessoas! Essas discrepâncias e incoerências estão de acordo com a imaturidade e
desequilíbrio da maioria das pessoas que escolheu como ídolo o exterior, o
invólucro e a casca do seu semelhante. Preocupa-nos muito a origem e as
conseqüências desse desenfreado exibicionismo corpóreo.
A
justificativa comumente que se ouve, para tal comportamento, é a de esses
exibicionistas estão se mostrando para eles mesmos; se "embelezam"
para si; por pura satisfação pessoal, suprindo dessa forma um gosto e prazer
individuais. Parecem-nos remota as possibilidades de alguém mentalmente são; se
enfeite e se exiba para ela mesma. Isto é, uma pessoa que sai à rua vestida de
forma a exibir o seu corpo, estaria, unicamente, satisfazendo o seu
"Ego"! Seria muita ingenuidade aceitar-se tal premissa; pois
estaríamos negando as necessidades inconscientes, peculiares à mente humana,
principalmente às das pessoas imaturas, narcisistas por excelência; que é a da
maioria desfilante na passarela pública universal. Na busca da aceitação, por
se sentirem vazias, dependentes dos aplausos e da aceitação dos outros. Cada
vez mais as pessoas necessitam mostrar aos demais, aquilo que elas acham ser o
mais importante, nelas mesmos. Alguns (poucos) mostram conhecimento e
saber; outros ostentam riqueza material e, a maioria, exibe seus corpos
como seu único valor demonstrável. O carnaval; os concursos de beleza; as
revistas, os jornais, a televisão e a internet, comprovam muito bem essa
carência mental e espiritual dos expositores carnais.
A
valorização excessiva do corpo não é mais que o corolário do sentimento
interior de nulidade e vazio existencial, sentido e pressentido pelo
exibicionista. Quem se sente realizado como Ser Humano, sente-se rico
interiormente; pouco ou nada necessitando dos aplausos e aceitação dos demais.
Porque o formato do corpo e a pele que o cobre valorizou-se de modo tão intenso
e evidente em nossos dias? Por quais razões o conteúdo mental, a alma, o
espírito, a sabedoria e o interior pessoal se desvalorizaram tanto? É, que o
enriquecimento interno é um processo lento e penoso que exige
introspecção,quietude,esforço,dedicação,renúncia, e isolamento, para lapidar a
personalidade através do cérebro e da mente pelo conhecimento e prática culturais . A herança
genética constitui-se, tão somente, nos instintos indispensáveis às
necessidades iniciais da vida biológica da espécie, como o choro, o sono, a
sucção, a fome, etc. O seu aprimoramento decorre do acúmulo de dados captados
pelos órgãos dos sentidos: visão,audição,gustação,tato e olfação que são as
entradas naturais do cérebro para a percepção do mundo que nos cerca. Sem essa
percepção, o indivíduo ficará imaturo, incapaz de sobreviver sem a dependência
de outrem; dependência física e ou psíquica.
Poucas
pessoas dedicam tempo a esse penoso, porém indispensável processo de
desenvolvimento interno ou mental. Por esta razão é que vemos tantos, se
preocuparem tanto com o invólucro externo, cujos defeitos podem e são
mascarados pelos arranjos alegóricos disponíveis na crescente e lucrativa indústria
de cosmético e da moda. A maior parte das pessoas desconhece a finalidade
do cérebro. Por tal heresia biológica tornam-se mais vítimas que sujeito, de
suas próprias e empobrecidas vidas. A exortação apoteótica da beleza física, ao
contrário do que muitos pensam, é uma deficiência interna, uma desestruturação
mental inconsciente que contribui, severamente para originar diversos
transtornos à pessoa e aos demais. Conheço casos de pessoas que eram bonitas
antes; e, hoje, ao passar dos anos, ou devido às doenças ou um acidente
desfigurante, sofrem graves conflitos mentais depressivos, motivados pela
rejeição daqueles que, antes, as cobriam de ofertas,admiração e bajulação. Sem
a força interior da sabedoria elas sucumbem quando desaparecem os seus
adornos físicos; ou seja, quando deixam de ser bonitinhas. Muitos terapeutas se
ocupam em casos como esses, cujo tratamento é difícil e oneroso. Passemos a
analisar, agora, um tipo de discriminação, cuja origem está no excessivo culto
da beleza externa.
A Discriminação Estética
É
bastante notória, mais na atualidade, a preferência por pessoas dotadas
de beleza exterior ou física. Esse tipo de preferência é injusto e fere os
direitos humanos; que são muito falados em verso e em prosa, porém, pouco
respeitados na prática. A distinção estética discrimina aqueles que não foram
contemplados por esses atributos genéticos, sofreram alguma doença degenerativa
ou sofreram algum acidente deformador. Essa descriminação é fruto da
imaturidade mental que afeta a maioria das pessoas, principalmente as de menos
idade, porque se prende a valores e predicados efêmeros e ilusórios. Ninguém, a
não serem alguns tipos de psicóticos, duvida da fragilidade do corpo. Um
acidente, uma enfermidade e, principalmente, a passagem (cada vez mais rápida)
dos anos, encarregam-se de desmoronar a formosura física; é só uma questão de
anos; ou melhor...., de dias. Com a ruína externa, muitas vezes desaba
também, a estrutura interna, que já se encontrava fragilizada pelo narcisismo.
A valorização exagerada do envoltório anatômico prende-se ao próprio sentimento
(às vezes inconsciente) de posse e usufruto do corpo alheio, como simples
objeto de sexo. A inversão dos valores naturais para os artificiais
induzida pelos meios de comunicação, notadamente pela televisão, num
condicionamento repetitivo e desestruturante, levou as pessoas carentes de
afirmação ao endeusamento e idolatria da Aparência, em prejuízo do seu
Interior e dos seus valores humanos mais autênticos. Em tudo, e em quase todos,
se nota a idolatria da aparência externa. Nas embalagens das mercadorias, nas
aberrações de cores, na enxurrada de cosméticos, na moda que uniformiza e
tiraniza, nos apelos comerciais que reduzem os valores da pessoa à sua
epiderme, na exposição e oferta do corpo feminino (paradoxalmente criticada,
consentida e desejada por muitos) ao consumo dos que se dizem não-manipuladores
e igualitários. O mundo não é constituído somente por coisas e pessoas
"bonitas" ou "bonitinhas". Grande parte da população é
formada por indivíduos com defeitos físicos; por pessoas de peles diferentes e
ásperas; muitos são destituídos de contornos esculturais e outros com um imenso
tipo de mazelas e, que nem por isso, são menos humanos que os "bem
dotados" fisicamente. Muitos destes até superam, em valores
humanos , os "bonitos" e "bem dotados". As mulheres, ao
mesmo tempo em que induzem e alimentam a discriminação estética, são as suas
maiores vítimas. Inicialmente, no frescor da juventude o sexo feminino se
beneficia desse seu atributo físico. Mas, com o passar dos anos (cada vez mais
rápido),por um acidente ou enfermidade; tornam-se vítimas da falta da beleza
que perderam. A beleza exterior sem a solidez estrutural interior; resulta,
quase sempre em deterioração mental, quando os seus traços fisionômicos
forem afetados pelos diversos fatores externos e internos a que todos nós
estamos expostos. Como isto acontece? Novamente nos reportamos à Psicobiologia
para nos responder com acerto científico. Repetindo: sendo a beleza
física apenas uma dádiva genética, independe da nossa vontade e esforço
próprios. Está além do querer consciente o querer, ou, o ser
fisicamente bonito e perfeito. Por se tratar de uma dádiva aleatória, a
beleza física é efêmera, inconsistente e inconsistente.
Quando
alguém valoriza algo que não tem o respaldo da realidade; está se iludindo;
deixando de ver a transitoriedade do atributo, sendo, portanto, uma pessoa
guiada por seu Inconsciente e, dessa maneira, é uma pessoa imatura. Nela
o consciente ( a Razão) perdeu,ou não teve a condição fundamental de
sobrevivência , que é a Predição. A capacidade preditiva se verifica graças ao
conhecimento do passado e do presente, com todos os estímulos acessórios
ambientais, registrados e acumulados no cérebro, que capacita a mente
humana na planificação e planejamento da vida futura da pessoa,
tornando-o previdente e precavido. A ausência dessa capacidade torna a pessoa
insegura quanto ao seu futuro, ainda no presente. Inseguro, portanto, de forma
dupla. Todo aquele que escolhe unicamente pelos atributos estéticos, não passa
de uma pessoa insegura e vazia, espiritual e mentalmente. Não é de se espantar,
pois, que atravessamos uma era de incertezas e, ao mesmo tempo, um
período de excessivas sofisticações materiais que não trouxeram, não trazem e
nunca trarão a felicidade e paz tão falados e desejados por todos. Inúmeras
pessoas capacitadas e ricamente dotadas dos verdadeiros valores morais,
espirituais e humanitários são rejeitadas e preteridas do social pelos
muitos nulos e apavonados da estética facial.
A Realidade da Vida
R.A., 26 anos, filho de fazendeiro, nasceu com
um dos braços atrofiado, causando-lhe fortes sentimentos de auto depreciação.
Foi crescendo e notando o afastamento dos colegas, principalmente das meninas
da sua idade, apesar destas, afirmarem que não tinham preconceitos contra
ninguém. Na verdade, todos tinham namorados, menos R.A. Não lhe
faltava companhia para os estudos, para as brincadeiras, passeios e conversas;
mas, para namorar, não conseguia uma parceira. O pior é que R.A., além do
defeito físico que se acentuava com a idade, não era o tipo considerado
"gato" pelas meninas, como alguns do seu grupo. Cedo veio morar na
Capital e com o apoio do pai, montou um apartamento luxuoso e tornou-se muito
festivo. Logo suas festinhas passaram a ser conhecidas e muito freqüentadas por
pessoas de sua idade. Fazia festa todo fim-de-semana; com todos os gastos
por sua conta (do pai) e os convidados davam-lhe "alegria"e
companhia, semanalmente. Falavam de tudo nas suas festinhas, desde
"reforma agrária, até de "sexo livre". O esquisito,notava
ele,era que, apesar de falarem tanto em "sexo livre"; as
meninas não queriam nada de sexo com ele; apesar dos seus desejos,tentativas
e...gastos. R.A. conseguiu um vasto círculo de amizade, principalmente do
sexo oposto( o que mais queria). O som, no mais alto volume, incomodava com
freqüência os seus vizinhos. Seus "amigos" festivos chegavam e saíam
pela madrugada, acelerando as suas máquinas" e "roncando" seus
estridentes motores; o que lhe valeu algumas denúncias e ocorrências policiais.
O tempo foi passando e ele se sentia cada vez mais só; apesar dos seus
esforços, despesas, sorrisos e de ser considerado pela turma como um "cara
legal".
Na verdade, R.A. sempre ficava sozinho, após as sua noitadas
festivas, quando todos os seus convidados se retiravam bêbados e/ou drogados,
cada um deles "ficando" com uma coleguinha, para a sua
tristeza, ciúme, inveja e frustração. Para o desespero de R.A., nenhuma garota
lhe dava nada, além dos dois beijinhos em sua face corada. As mais desejadas
por ele, se "amarravam" mesmo era nos garotões mais
"bonitinhos" e nos esteticamente normais. Pobre R.A.; sempre se
sentia rejeitado e sozinho, com o seu defeito estético, cheio de fantasias
eróticas com as suas coleguinhas, a duvidar da solidariedade dos jovens, tão
falada e propagada por suas convidadas. Ele também notou que raramente era
visitado ou tinha companhia feminina, quando não fazia as suas festinhas.
Quando lamentava o seu defeito físico e a falta de beleza estética, os outros
sempre corriam a consolar-lhe com palavras bonitas de solidariedade, consolo e
incentivo, apontando a sua "simpatia" e "solidariedade" com
os colegas que ele tanto ajudava nos trabalhos em grupos, etc., (R.A., era
muito estudioso). Mas, apesar de tanta oratória de consolo que as coleguinhas
lhe ofertavam, o que ele realmente queria, era sexo; muito sexo mesmo (estava
muito carente). Mas elas só queriam satisfazer-se com os seus amiguinhos mais
"bonitos" e "gatões" da turma. Hoje, com 26 anos,
solitário, impedido de atrair as garotas com as suas festinhas ( o pai
cortou-lhe metade da mesada), ele se encontra sob forte depressão, sob risco de
atentar contra a própria vida. Seus festivos e barulhentos "amigos"
deixaram de visitá-lo, salvo uns poucos, menos estéticos, solidários na
rejeição estética.
-N.S.:,
de 24 anos, foi salva do suicídio(após uma tentativa), graças a presteza do
atendimento psicoterápico. Está muito abatida e magra. Nem de longe lembra a
beleza física que tanto atraía a moçada, há alguns anos. Aproveitou-se (contou
ela) das “curvas” do seu corpo por apenas 10 anos. Nunca imaginou que o tempo
iria lhe passar tão depressa. Julgava-se bonita para sempre. Aos 14 anos era
considerada a garota mais bonita de sua cidade. Era desejada por todos (ou
quase todos) homens dali. Era muita "convencida", diziam
muitos. Começou a sair, ora com um e ora com outro; procurando na variedade
erótica precoce, o prazer efêmero das ilusões coloridas da sua imaturidade
mental. Na escola, desfilava lascivamente, pelos corredores e pátio, vendo e
sentindo os olhares "gulosos" dos seus colegas, de toda a idade. Isto
era o máximo que desejava, "inflando" o seu Inconsciente narcisista
dominante. Estava sempre cercada pelos "caras" mais ricos
e mais "bonitos" e com eles estava sempre envolvidas nos
encontros furtivos,em barzinhos(onde aprendeu os "bons costumes" de
fumar,bebericar e outros menos saudáveis), festinhas ,etc. Seus pais se mudaram
para um grande centro e N.S., mudou de palco e de...platéia. Continuou a
receber elogios e favores duvidosos de admiradores que espreitavam e cobiçavam
as deliciosas curvas e arremates cuidadosos do seu, sempre, exposto corpo. Ela
se deliciava em saber-se desejada por tantos e tantas. Um séquito de homens a
acompanhava para onde fosse; obviamente, interessado apenas em sexo (iguais aos
machos dos animais inferiores, que acompanham e brigam pela fêmea, quando no
cio). Noites sem dormir, barzinhos, botecos, bebidas, churrascos semanais, sexo
com fartura,variado e promíscuo, etc.; foram marcando o corpo e a sua mente. Um
dia, por insistência dos seus colegas e "amigos", para não
desapontá-lo e não ser chamada de "quadrada", N.S. fumou
o seu primeiro "baseado". Daí foi um "pulo" para a
dependência de drogas variadas. Então, rapidamente, foi perdendo a sua atração,
a sua saúde e a sua única força atrativa e seu único valor: a beleza física!
Fora a Estética, o que mais tinha ela a oferecer? Esgotou-se o seu manancial
erótico e se viu solitária, engravidada, rejeitada e destruturada no físico e
na mente. Quase todos os seus admiradores, fãs e "comensais" se
afastaram por ela não ter mais belos traseiros, dianteiros, pernas, coxas e
miúdos; tal como são exibidas aos fregueses, as diversas partes bovinas nos
balcões dos açougues. Segundo nos confessou: "os homens acabaram com
a sua beleza e saúde"! Quando procurou a terapia, N.S. estava
muito deprimida e sem ânimo para viver; assim como muitas outras, sem conteúdo
interior, vítimas da imaturidade mental e da discriminação estética; algozes de
si mesmas.
Conversando
com famílias do Interior, ouviam-se, com freqüência, relatos sobre "moças
bonitas" que deixaram seus lares e cidadezinhas para se prostituírem nos
grandes Centros; condicionadas e ludibriadas pelos exemplos negativos das
novelas e comerciais da televisão que enaltecem e idolatram os atributos
físicos e externos das pessoas. Quantas pessoas capacitadas, principalmente
femininas, são rejeitadas para determinadas funções e empregos, unicamente por
serem consideradas "feias"? Quantos outros são bem aceitos,
bajulados, cortejados e indicados para empregos, apenas por seus dotes físicos
exteriores! Muitos até incompetentes e incapacitados para esses empregos; mas,
como são fisicamente "bonitos" e atraentes são colocados no lugar de
quem tem competência, honestidade e capacidade para exercerem as mesmas
funções; mas, não é"bonita" por fora!
As
Raízes do Mal
A
formação vem do berço, diz o ditado popular. Com efeito; a criança é
condicionada pelos adultos que a rodeiam. E esses primeiros adultos e modelos;
são os pais. Estes são os seus mais importantes exemplos, principalmente a mãe,
com relação à filha e o pai, com respeito ao filho. Aí residem as principais
causas de todo comportamento futuro da criança, do adulto e do futuro cidadão
maduro ou imaturo; consciente ou inconsciente; negativo ou positivo; animal ou
Ser Humano; útil ou nocivo à Humanidade. No que toca ao exibicionismo estético
e a sua idolatria; temos que, quando uma mãe veste a sua filha pequena, de
forma a expor o seu corpo, esta mãe está projetando na criança os seus desejos
exibicionistas, narcisistas e eróticos. Ela está usando a filha para
aquilo que gostaria de fazer; mas, que se o fizesse, encontraria resistência e
crítica de outras pessoas. Essa mesma mãe andando nas ruas com a sua filha de
saia curta ou justa, por exemplo, canaliza para si (de forma inconsciente ou
mesmo sabendo) os olhares lascivos e desejosos dos homens , que a
filha possa atrair. Vejam o quanto um distúrbio mental se liga a outro!
Imaginem quantos doentes desajustados e maníacos sexuais estão soltos no
meio da multidão e daqueles que estão expiando o corpo da filha desta mãe!
Multiplique este fato pelas vezes que as mulheres fazem isso com as suas
crianças com o número de indivíduos inconscientizados e desestruturados no
mundo inteiro! Aí, vemos um dos fatores comportamentais que levam à
prostituição, à idolatria do corpo, à miséria material e mental que tanto
assola a humanidade. Na maioria das vezes as mães que procedem assim com as
suas filhas; são mães imaturas, sem o conhecimento das bases do comportamento
negativo e pouco ou nada sabem das motivações que as levam a agir dessa forma
doentia. Uma criança assim formada ( e são milhões e milhões) será um adulto imaturo
e, conseqüentemente, inseguro,tanto quanto os seus pais. Dá para se avaliar a
quantidade de pais e filhos imaturos e mentalmente desestruturados na nossa
sociedade e no mundo.
O que se
deve esperar deles? Se o indivíduo, principalmente a mulher, possui os
atributos físicos desejados; se o seu corpo for atraente para os homens e
vice-versa, condicionados que estão para verem somente o lado externo do
outro,; tornar-se-á um exibicionista até que entrem em decadência esses
mesmos atributos físicos que lhes dava boniteza e servia de "isca"
para atrair indivíduos imaturos e volúveis. Quando a degradação física
vier, seja pela idade, por doença, pelo uso de drogas e vícios ou por algum
acidente ( que pode nos acontecer a qualquer momento da vida), a pessoa
"bonita" sofrerá a rejeição daqueles que antes a desejavam e, que
agora, irão em busca (à "caça") de novos corpos, mais novos e
bonitos, a fim de satisfazerem as suas lascívias e fantasias sexistas . Quando
aquela criança, exemplificada acima, tornar-se adulta não apresentar seu
exterior físico de acordo com o padrão de beleza tipificado, exigido e
condicionado pela sociedade; ela será rejeitada e corre o risco de ser
depreciada de maneira material, social e moral; além dos transtornos psíquicos
que poderão atormentá-la por toda a vida; como nos dois exemplos clínicos
citados acima. Ela, mesmo destituída dessas "belezas" físicas, poderá
suplantar a "deficiência" com o enriquecimento interior,
fortalecendo a sua mente Consciente (o Consciente Cérebro-Mental), através do
Conhecimento, da cultura dos Estudos e do Saber.
Uma
pessoa internamente Bela é mais interessante, útil, Formosa e promissora; que,
uma centena de beldades unicamente estéticas e cheias de curvas, retas e
triângulos equilátero ou obtusos! As pessoas "pouco dotadas"
fisicamente são comparadas e confrontadas com aquelas esteticamente
"bem-dotadas". São os valores internos, mentais, humanísticos e
espirituais que advogamos cuja constituição dará a segurança necessária para se
sentir útil e desejado, não pela efêmera e ilusória embalagem epidérmica; mas,
sim, pelo conteúdo rico e duradouro da solidez mental e espiritual; um
autêntico Ser Humano. Lembremo-nos que, não raro a beleza física e a
permissividade sexual (que difere da liberdade sexual) estão ligadas ao crime,
às drogas, às doenças físicas e mentais e à prostituição do corpo, da mente e
do espírito. Comumente vemos nos noticiários criminosos famosos com
"carrões", iates e mansões luxuosas, cercados por mulheres bonitas, distribuindo
largos sorrisos de uma pseuda- felicidade que de um momento para o outro
poderão ser substituídos por lágrimas e choro, quando forem desprezadas (quando
não sofrem o pior) e substituídas por outras mais novas e bonitas. É notório
que a beleza externa é seduzida, facilmente, pelo dinheiro e pela fama.
Agora, analisemos outros prejuízos e perigos que causados pela beleza
física. Pensemos na frustração que sente uma pessoa que vê na rua, no
cinema, na televisão, nas revistas, internet e vídeos pornô-eróticos. Essa
pessoa sendo pobre, que tenha alguma deficiência física ou mental, que seja
"feia"; ou um excluído social, como mendigo, marginal, tarado,
foragido, etc.
Como
reagirão tão carentes pessoas ao verem centenas de mulheres
desfilando e se exibindo, com seus corpos desnudos,exuberantes,lascivos e
provocadores ? Seguramente, em sua mente consciente e/ou inconsciente
formar-se-á uma imensa frustração por saber que uma mulher bonita e
atraente não vai querer,normalmente, se envolver com uma pessoa que ela percebe
não poder lhe proporcionar riqueza,poder e fama. Assim, na cabeça daquele pobre
e desesperançado admirador da "beldade", um turbilhão de
impulsos nervosos o levará a tomar duas atitudes: resignação ou agressão. Para
se resignar diante de tanta descarga eletroquímica, impulsionadoras
de comportamento animalesco-sexual; é necessário que aquele cérebro-mente
esteja bastante forte, com um consciente vigoroso para conter e dispersar tanta
energia do seu Inconsciente. O que é pouco provável em uma pessoa sem
conhecimento, depauperado, revoltado, frustrado e faminto. O que mais deve
ocorrer é o ataque à vítima bonita e desnudada, principalmente quando as
encontram sozinhas e à noite; como faz qualquer fera faminta. Daí, tantos
ataques sexuais. Décadas atrás, o psicólogo americano Eckhard Hess
comprovou que as pupilas de um homem se dilatam muito ao verem
mulheres nuas e que as pupilas femininas pouco se dilatam ao verem homens nus.
Tal fato já havia sido notado, há vários séculos, pelos comerciantes chineses
que observavam as pupilas dos seus fregueses para saberem do seu
interesse pelas suas "mercadorias".
É
provável que muitos homens, com suas pupilas muito dilatadas, estejam
"vendo" e tratando as mulheres "bonitas" e sedutoras
como "mercadoria" e "objetos" que após o seu uso e
desgaste, rejeitam-nas em troca de outras mais "bonitinhas", deixando
muitas delas deprimidas e "desgastadas" pelo "mau uso" que
delas fazem eles. Devem, pois, as mulheres, aprimorarem as suas mentes
para saber distinguir os homens imaturos dos conscientes e responsáveis.
Outro problema que merece a nossa análise é quando se expõe o corpo em
mostruário público; ele passa a ser visto e avaliado como uma mercadoria que se
pode comprar trocar e vender. Exibindo-se desta maneira, as mulheres terão
grandes dificuldades em se impor, além de objetos de uso e descarte. . Quando
alguém valoriza em demasia a sua casca, não pode exigir que os outros
reconheçam e dêem valor ao cerne, ao seu conteúdo; como querem muitos e
muitas. Ao terminar este Trabalho, não poderíamos deixar de enfatizar que o
nosso propósito foi o de esclarecer a opinião pública (voltado mais para
a segurança, saúde e bem-estar feminino), sobre eventos inconscientes, capazes
de provocar transtornos mentais e fisiológicos. Focalizamos mais a beleza
física porque esta, sem o devido respaldo da maturidade mental, torna-se
responsável por grande número de conflitos, notadamente entre as mulheres, alvo
preferido pelo condicionamento dos interessados na obtenção de lucros e no
prazer sexual dos neuróticos sexistas.
Certa
vez, atendemos a uma jovem mulher que aos 15 anos tinha perdido a beleza
exterior e se encontrava em deplorável estado psicossomático, em decorrência do
doentio erotismo precoce, vítima da própria idolatria estética ( dela e dos
outros). Focalizamos mais o sexo feminino, neste Trabalho, por causa dos
séculos de submissão a que foi submetido, causando-lhe dificuldades ao acesso à
cultura científica; razão pela qual, somente agora é que elas estão tendo mais
destaque (com muita competência) no mundo científico. Dessa forma, o
conhecimento sobre o seu universo mental lhe foi subestimado, restando-lhes,
apenas, o cultivo de suas formas externas; do seu lado material subserviente
aos homens imaturos de todos os tempos. É lamentável que até hoje, muitas, ainda,
se encontram neste deplorável estágio mental. Assim, ficaram
vulneráveis frente às vicissitudes da idade, dos defeitos físicos, da
genética não-embelezadora e das desfigurações estéticas. Não tivemos a
intenção de criticar ou julgar quem quer que seja; pois não somos
juízes,puritanos ou salvadores. Focalizamos como terapeuta as causas e
efeitos do tema aqui abordado. È claro que nem todas as mulheres
encontram-se voltadas, unicamente, para as suas peles. Cremos que muitas
"Terezas de Calcutá" passam despercebidas por nós. Seus valores estão
além..., muito além da epiderme, onde os olhos estrábicos do nosso tempo não
alcançam.
Nota:
todos os dados pessoais, citados nos exemplos clínicos acima, foram trocados e
modificados em respeito às suas dignidades.
Obs.:
Este Trabalho, com algumas atualizações pelo autor, foi publicado no Jornal
"O Estado de Minas",em 12 de janeiro de 1986, sob o patrocínio da
Jornalista e Editora Anna Marina Siqueira.
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Perfil do
Autor:
Psicólogo-Clínico pela
Universidade Católica de Minas Gerais;
Estudante
de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá-BH
Escritor
e Pesquisador nas áreas Jurídicas e Psicobiológicas.
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