“A OBESIDADE NACIONAL”
Nos países mais pobres a obesidade se tornou um flagelo social, em virtude da grande ingestão de alimentos artificiais, massas, frituras, refrigerantes e os demais industrializados; pouco ou nada nutritivos. A falta de conhecimento da população e a propaganda maciça e condicionadora que as empresas alimentícias fazem, através da Mídia; são os principais responsáveis pela obesidade crescente que se vê nas ruas, principalmente nas camadas mais pobres e desinformada, mais acentuada entre as mulheres. Nesta oportunidade, vale a pena reescrever um aprofundado Trabalho publicado e divulgado em diversos sites, a respeito de tão importante assunto.
Os profissionais da saúde mental atendem, com certa freqüência, pessoas com problema de obesidade, decorrente de conflitos mentais. Nota-se que um grande número desses pacientes é do sexo feminino e, quase sempre, apresenta distúrbios somáticos, como efeitos decorrentes da psique abalada; são as disfunções psicossomáticas, inevitáveis nesses estados mentais.
Não é novidade para os estudiosos da Psicobiologia que os desequilíbrios mentais acarretam disfunções orgânicas e vice-versa. Se os negócios vão mal; o estômago poderá sofrer as conseqüências, com acidez, gastrite e erupção de úlcera gástrica. Em contrapartida, a preocupação repetida com o estômago, ocasionará um sofrimento na mente, um transtorno mental; um conflito que poderá levar alguém a engordar, provocar-lhe uma baixa estima, ao notar a deformação em seu corpo. Quando essa pessoa investiu muito em seu exterior, em sua beleza externa; obviamente, sofrerá mais abalo em sua personalidade que outra, cuja atenção se voltou para o seu interior e para o seu aprimoramento espiritual, cultural ou mental.
Talvez seja esta a principal razão que leva à depressão, mais mulheres que homens; mormente agora, em que todas as sociedades do mundo valorizam e idolatram a beleza física, o invólucro, o exterior, a casca e a aparência, em detrimento do conteúdo, da alma, do espírito, do humanismo, da beleza e da riqueza interiores; tinha que dar, e deu, nisso mesmo: a decadência moral, mental, cultural e o sofrimento e desestruturação psicofísica da maioria das pessoas do nosso tempo.
É só observar, conversar e analisar o comportamento da maioria dos nossos amigos, colegas, companheiros, parentes e outros que estão ao nosso redor: estão eles irradiando paz e resplandecendo amor e felicidade; ou revoltados,reclamando,lamuriando com os semblantes sérios e agressivos?
Analisemos um indivíduo que ao se sentir frustrado porque foi rejeitado por outro; ou, que não esteja tendo sucesso na sua vida profissional! Além de se tornar mal-humorado e agressivo; poderá ele recorrer ao excesso de comida, como forma inconsciente de fugir da causa ansiógena.
Da mesma forma uma inadaptação conjugal pode levar o casal (e, os filhos) à obesidade, como subterfúgio de seus conflitos. Um estômago sempre cheio dá a sensação falsa de realização e plenitude. Outra pessoa poderá se voltar para o comer obsessivo, caso a sua vida não venha correspondendo aos anseios e expectativas que esperava; ou, à realização de suas fantasias infanto-juvenis. Uma jovem esposa poderá se decepcionar com o marido e julgar-se traída, por verificar que ele não corresponde ao "príncipe encantado" idealizado e condicionado pelos falsos ídolos das novelas, filmes e romances de escritores complacentes. E vice-versa, o imaturo esposo de uma jovem esposa "noveleira" e "novelesca", poderá descobrir que ela não se comporta com aquela "princesa" que um dia foi despertada pelo romântico beijo de outro "príncipe", do reino encantado, que o modernismo desencantou, há muitas décadas! Uma mãe, cheia de decepções, poderá projetar a sua ansiedade, empanturrando-se e empanturrando os seus filhos de comida, engordando e levando-os à obesidade. A adolescente desiludida por não ter a beleza externa que os seus amigos, colegas, parentes e o mundo exigem dela; poderá ser compelida, por seu Inconsciente, a comer em demasia, como uma forma de "saciar" a sua frustração por não atender àqueles (também) imaturos que desejariam usar e abusar do seu corpo, se fosse ele "bonitinho", conforme as exigências do "mercado da carne". A mocinha imatura tenderá a se punir na "bulimia" que a tornará obesa ou, na "anorexia", que a tornará esquelética; com todas as conseqüências psicossomáticas que isto promove. Seus amiguinhos e coleguinhas, condicionados pelos incontáveis apelos erotomaníacos do nosso tempo cibernético; preferem "ficar" mesmo é com aqueles de beleza física externa, mesmo que sejam tão vazios e ocos como o bambu seco.
Outro caso clínico que muito bem exemplifica este nosso estudo é o de um paciente que nascera e convivera na pobreza material antes e, agora, adquirira fortuna graças a um prêmio milionário que recebera. Em pouco tempo vivendo na riqueza tornou-se um obeso e obsessivo. Sua família nos contou que o exagero no comer e em estocar alimentos era de espantar. Em casa lotava os três "frízeres" com alimentos, principalmente, com carnes, que não conseguia consumir, sendo obrigado a dar e perder muita comida; conforme nos disse a sua esposa. Nos restaurantes aonde ia, sempre deixava grandes porções de comida sem ao menos prová-la. Sentia-se feliz e realizado com toda aquela fartura sobrando ( e desperdiçada) à sua frente. Tal comportamento, além de demonstrar uma compulsão e obsessão, trazendo-lhe obesidade e propensão a muitas outras enfermidades mentais e físicas, como: ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes, acidentes cardiovasculares, etc.; é um atentado aos que sentem fome e a Deus, pelo pecado da gula. Além disso, o seu comportamento neurótico de comer, compulsivamente (bulimia), jamais o livrará do seu penoso passado de privações. As causas emocionais (mentais) da obesidade são as mais importantes para este Estudo, por serem elas os maiores geradores da obesidade ( e de quase todos os conflitos psicossomáticos), como ficou demonstradas nos exemplos clínicos acima citados. Leve-se em consideração que o nosso "viver" tornou-se cada vez mais angustiante devido aos incontáveis estímulos negativos do meio ambiente que recaem sobre os nossos cérebros. Basta que nos lembremos dos fatores mais negativos que afetam, diariamente, o nosso sistema cérebro-mente. A insegurança, motivada pela fome, miséria material e mental, violência de toda ordem, etc., levam-nos a pensar na desagregação psicossomática (corpo e mente) de quase todos os seres humanos.
Dá para se notar que, quanto menos conhecimento e cultura têm uma pessoa; mas frágil e vulnerável é o seu consciente. Como o consciente é o Senhor da Razão e do Bom-Senso; fica claro porque estamos presenciando tantos comportamentos negativos, nocivos e anti-sociais que prejudicam o indivíduo e a todos nós. Uma Sociedade composta de cérebros e mentes em que predomina o Inconsciente; está fadada à ruína, ao fracasso e à barbaria; uma sociedade animalizada e animalesca que se autodestruirá. Elevar-se o grau de conscientização das pessoas, através do estudo, da pesquisa, do conhecimento e da cultura geral; deveria ser prioridade de todo Governo que, de fato, não queira manter seu povo na ignorância, cujos cidadãos permaneçam sob o domínio de seus Inconscientes, incapazes de se oporem aos impulsos negativos e nocivos deles; com as conseqüências desastrosas para a própria Espécie, nesta verdadeira autofagia que ora presenciamos. Poucos entendem e se interessam por saber a respeito dessas poderosas forças que atuam na nossa mente, quando nos encontramos sob o império do domínio do Inconsciente negativo,desestruturada e desintegradora do indivíduo e da sociedade. É o que estamos vendo no cotidiano de todos os povos. São forças geradas, como já falamos em muitos escritos, nos núcleos que ficam abaixo do córtex cerebral. Esses centros nervosos, subcorticais, são remanescentes dos cérebros mais primitivos que evoluíram até o nosso atual cérebro. São resíduos cerebrais de nossos antepassados peixes, répteis, mamíferos inferiores, primatas e... Homem.
São, justamente, as formações cerebrais dos encéfalos desses ancestrais que ainda continuam ativos, dentro do cérebro de cada um de nós, em franco antagonismo com a camada cortical mais evoluída e recente (neocórtex) desse nosso órgão maior. Em razão do desequilíbrio entre o nosso Consciente (humano) e o nosso Inconsciente (animal/irracional) é que a maior parte da população mundial está se comportando como um autêntico animal... e, muito feroz. A prova disso é que, por qualquer motivo fútil e tolo; os indivíduos se atracam e se matam, com requintes de perversidade. Estamos nos destruindo, agredindo o semelhante e desestruturando a Natureza porque estamos virando Feras, comportando-nos e agindo pelo Inconsciente animalizado e desestruturado pelos milhões de estímulos negativos que recaem sobre o nosso cérebro, diariamente, formando uma mente desestruturada, irresponsável e, perigosamente inconseqüente para todos. Paul Mac Lean, um dos mais notáveis neurocientistas deste tempo, criou o termo "sistema límbico", apontando a divisão trina do nosso cérebro, onde ainda estão nos afetando: o cérebro dos répteis, dos mamíferos inferiores e dos primatas. Mac Lean disse, jocosamente, "quando levamos um paciente ao divã; também estamos deitando com ele Cobras Lagartos e Cavalos". Devem ter muito cuidado os sexistas de plantão! Quando forem para a cama com alguém; saibam que estarão deitados com cobras e lagartos; também!
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou dados, através da Mídia, a respeito da saúde dos brasileiros, destacando a crescente obesidade nacional. De fato, esse distúrbio psicossomático é um perigoso fator de risco que atinge grande parte da população do nosso país. O excesso de peso das pessoas ocasiona inúmeros problemas de ordem individual, social e econômica, pela extensão do seu alcance social. Em recente entrevista em São Paulo , com a fisioterapeuta Alessandra T., ouvimos daquela competente estudiosa, a mesma opinião e preocupação a respeito dos riscos a que estão expostas as pessoas com excesso de peso. Apesar do alerta da Dra. Alessandra e de outros profissionais da saúde, temos observado que esse grave distúrbio não tem sido tratado de forma mais abrangente, como merece. Os aspectos psicológicos, sociais e econômicos que envolvem e decorrem da obesidade, são tão ou mais graves que as suas conseqüências individuais.
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