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domingo, 3 de outubro de 2010

" AMOR E ÓDIO "

                                                             " A M O R     E     ÓDIO "

                                              ( A  Psicobiologia  da  Desestruturação  Mental )



Este trabalho foi escrito há 28 anos e publicado em jornais, livros, revistas, anais e motivo de reportagens televisadas; além de uma citação na Alemanha (1996).
Apesar de tanto tempo passado de suas primeiras publicações, este estudo continua bastante atual e válido, explicando cientificamente e de maneira simples, os mecanismos da mente que levam os seres humanos a se comportarem de forma tão nociva ao meio ambiente e a si mesmo. Não se pode negar que as pessoas estão cada vez mais agressivas e violentas contra tudo e contra todos. O nível de desestruturação mental é tão grande e devastador que o homem tornou realidade a famosa frase de Plauto, em uma de suas comédias, "Homo hominis lupos", querendo dizer que o maior inimigo do homem é o próprio homem (imaginemos o que ele afirmaria, se vivesse em nossos dias!). Muito pior que isso; além de atacar a sua própria espécie, o Homem é o principal devastador do seu próprio habitat: o Planeta que habita. Ainda mais, se pensarmos além, veremos  que a sua sanha destrutiva não se limita às agressões aos seus semelhantes, à fauna, à flora e à Terra. A sua nocividade atingiu o Cosmos, poluindo e degradando planetas vizinhos e o Espaço Sideral. Toneladas de dejetos do seu comportamento desestruturado, sobem, diariamente, para a atmosfera e  estratosfera, poluindo ,de forma irreversível, tudo  que nos circunda. Milhares de objetos, sucateados pela vaidade megalomaníaca de alguns e pela indústria bélica e aeroespacial, estão vagando e gravitando no espaço cósmico e, assim, ficarão por muitos e muitos anos, até que comecem a cair ou não, sobre as nossas cabeças ocas, entulhando e prejudicando o Universo; sem falarmos nas incontáveis outras formas de agressão e violência, caracterizadas pela estupidez das guerras diárias, atentados, revoluções, radiatividade, agrotóxicos, pragas, contaminações, fome, epidemias e tantos outros males que assolam o mundo, dito moderno, provenientes da desestruturação mental dos indivíduos e da família universal. Não nos esqueçamos do avanço inexorável do uso das drogas, que nos faz prever o triunfo do Mal sobre o Bem; o golpe fatal contra a Família e a Sociedade Mundial.  A finalidade deste Trabalho, fruto de mais de 10 anos de estudos e pesquisas nas áreas da Biologia Cerebral e da Psicologia, é de conscientizar a maioria das pessoas para uma vida mais saudável e pacífica; se é que isto ainda é possível, tal é o índice de desestruturação dos humanos.  Agora você vai saber por que somos "Anjos" e "Demônios" ao mesmo tempo. Porque matamos por ódio e por amor e porque nos acovardamos hoje, e amanhã nos comportamos como heróis.

A  Guerra  entre o " Consciente"  e  o"Inconsciente".

Os seres humanos são, naturalmente, os mais importantes protagonista da Terra e, possivelmente, tornar-se-ão os mais numerosos, com a destruição progressiva, irresponsável, sistemática e inconsciente, das demais espécies de vida. Poucos sabem, porém, que os papéis desempenhados por nós, são em sua maioria, motivados por uma parte de nossa mente, ainda pouco conhecida. Esta atividade mental, obscura e complexa é o "Inconsciente". Ele,é o responsável direto ou indiretamente, pela maioria dos males que acometem o Homem. Que é o "Inconsciente"? Onde se situa no cérebro? Qual a sua origem e como se  manifesta ?  A Ciência vem se esforçando para nos dar as respostas destas indagações. Contudo, até o momento, grande parte destas perguntas continua um mistério. São estas indagações que procuro explicar neste Trabalho, de forma que as pessoas possam assimilar e, assim, conhecerem a ação de seus inconsciente no dia-a-dia. A linguagem do inconsciente é indireta e muitas vezes simbólica; manifesta-se através de certas posturas corporais, na mímica, no olhar, nos sonhos, no timbre da voz.... ,dependendo de seu conteúdo gravado, pode ser o nosso maior aliado (que é a sua função original) ou o nosso maior inimigo . Inicialmente, relutei em tornar público este Trabalho, por se tratar de um assunto muito vulnerável à crítica e à polêmica. Todavia, por três motivos resolvi  fazê-lo :
1°) Sinto que é dever de todo aquele que adquire um conhecimento, torná-lo público, a fim de que outros possam se beneficiar deste conhecimento, que não deve ser privilégio individual;
2°) Por observar e lidar no cotidiano com o sofrimento de muitas famílias, nas quais, evidentemente, a ação do Inconsciente se faz sentir de maneira desastrosa onde constato a desestruturação, não só individual e familiar, como também da sociedade na  extensão desses comportamentos familiares negativos e, finalmente ;
3°) Para que outros pesquisadores possam acrescentar mais subsídios a este enfoque.

Não pretendo assustar e nem tampouco disseminar o medo ou o pessimismo entre aqueles que me lerem. Muito pelo contrário, a minha intenção é ajudá-los a lidar melhor com os seus  inconscientes cerebrais; familiarizando-os com este importante artífice da mente. É muito mais fácil combater quando se conhece o inimigo; embora não seja ele propriamente um inimigo; todavia, ele é, seguramente, o grande causador de transtornos entre os Seres Humanos. Podemos até dizer que as guerras tão costumeiras e nefastas, desde Caim até os dias atuais são a extrapolação dos conflitos inconscientes individuais e familiares. Diariamente vemos (e lidamos na prática clínica) comportamentos que, pela total incoerência, não conseguiríamos entendê-los, senão como ações totalmente inconscientes por parte daqueles que os praticam. A lógica, por si só, não os explica. Alguns exemplos esclarecerão melhor esses comportamentos, que por sua incoerência traduzem, de forma clara, que os seres humanos estão cada vez mais sendo conduzidos por uma força negativa interna: o  " Inconsciente";  tema principal deste Trabalho.

-Um casal levou o filho de 10 anos para o tratamento;
 queixava-se de crises agressivas, sono inquieto, difi-
 culdade de aprendizagem, etc.
Após algumas sessões com os pais e com o filho, analisando pormenorizadamente o caso, verificamos que os sintomas apresentados pela criança provinham do comportamento agressivo do pai e das exigências excessivas da mãe, para com o mesmo, quando este teve  o primeiro insucesso na escola. Os consulentes receberam explicações sobre a ansiedade do filho e foram orientados, no sentido de evitarem exigências excessivas, especialmente, a imposição de castigos corporais. Apesar de concordarem com as explicações e orientação dadas, bem como da advertência sobre os males futuros que adviriam pela inobservância exata desta orientação ministrada; dias depois, o pai infligiu um violento castigo ao filho, ao ponto de deixar-lhe visíveis marcas pelo corpo, o que redundou no agravamento dos sintomas inicialmente apresentados no consultório. Quando o pai foi chamado à presença do psicólogo e ao ser perguntado se vinha seguindo a orientação dada, ele respondeu que vinha obedecendo fielmente à mesma (!?). Por quais razões "mentia"? Será que esse pai não gosta do seu filho? Quer ele prejudicá-lo  intencionalmente ? É claro que esse pai gosta de seu filho e muito zela por sua saúde, integridade e futuro. Eis o que se me afigura explicação para comportamento tão contraditório: quem gosta e ama o filho é o consciente do pai ( que o levou à consulta ) e quem rejeita e prejudica o filho é o inconsciente   paterno  que levou esse pai a persistir nos maus-tratos), por ter direta ou indiretamente algo contra o filho e, dessa forma, se "vinga".
-Uma mãe solicitou tratamento para a sua filha de 30 anos, por considerá-la incapaz de tomar suas decisões sem o seu auxílio. Lamentou-se muito por ter de fazer "tudo" para ela, o que lhe acarretava grande trabalho e sofrimento para ambas. Chegou a chorar durante a narrativa do histórico de vida da filha. Dizia querer que a filha se libertasse dela para ter a sua própria vida. No contato seguinte com a filha, esta se apresentou muito tímida e acusou a mãe por não deixá-la fazer nada sozinha, inclusive controlando a sua alimentação. Continuou dizendo que desde pequena sua mãe a impedia de tomar  iniciativas, alegando que ela não tinha responsabilidade. Em outra entrevista com a mãe, esta foi orientada a permitir que a filha assumisse, gradativamente, certas tarefas caseiras, a fim de adquirir confiança em si . Esta orientação foi muito aceita, com a formal promessa de imediata execução. Com a filha, foi combinado que deveria insistir com a mãe para que esta lhe delegasse responsabilidade. Durante algum tempo as duas desempenharam bem os papéis  para os quais foram orientadas.  Mas, logo que surgiram os primeiros sinais de recuperação da personalidade da filha, "inexplicavelmente" voltaram à situação anterior de conflitos, onde se acusavam mutuamente, isto é, a mãe voltou a fazer os afazeres da filha e esta a não tomar decisões, porque a mãe continuou a decidir por ela. Possivelmente sem a ajuda terapêutica elas continuarão nesse relacionamento desestruturado traçado por seus inconscientes. Os motivos desse comportamento conflitante não são conhecidos por elas e, provavelmente,  vão levá-las a uma deterioração psicossomática. Porque, aparentemente, "preferem" permanecer numa situação doentia de sofrimento?  Não existe amor entre elas? Aposto que cada uma  daria a vida pela outra.

- Marido e mulher se agridem reciprocamente; sofrem na alma e no corpo esse tipo de relacionamento doloroso e patológico. Isoladamente, cada um diz que é o outro o causador da desarmonia conjugal. Confessam ao terapeuta que se amam, mas não dizem isso entre eles. O lar está prestes a se desmoronar, pois os filhos também já apresentam sinais de distúrbios no físico e na mente. São, então, orientados pelo psicólogo para dialogarem entre si, expondo francamente as suas discordâncias, insatisfações, censuras, críticas, etc., toda vez que sentirem o ambiente tenso. A técnica funcionou bem enquanto seguiram a orientação dada. Mas, quando tudo indicava que a turbulência passara, a trégua é rompida. A esposa "sem querer" põe sal demais na comida ( o marido é hipertenso); convida a sogra ( que não nutre simpatia pelo genro) para passar uma temporada em sua casa e faz  outras coisas que desagradam o marido. Este, por sua vez, "sem querer", passa a  chegar atrasado para o almoço, elogia a beleza da cunhada e pratica outros atos  que desagradam a esposa. As brigas reiniciam e voltam à situação anterior de conflito. No consultório, se apresentam diferentes, juram que se amam e afirmam, repetidamente, que querem mudar o comportamento causador de tantos conflitos para todos. Realmente, os conscientes do marido e da esposa querem, efetivamente, deixar de sofrer; todavia, seus inconscientes estão em "guerra" e, assim, permanecerão, até que haja uma conscientização e análise dos motivos subjacentes dessa "guerra", que adiante esclareceremos melhor.

- Um marido acusa a esposa de tirana e dominadora; com os olhos lacrimosos expõe ao terapeuta os sacrifícios que lhe impõe  a sua "algoz". Suplica que ajude a salvar o seu casamento, tratando da mulher, que a seu ver, está muito doente. Acha que ela não gosta dele porque  sempre quis  ter filhos e ela lhe nega esse direito. Após algumas entrevistas com a esposa, fica comprovada a inversão dos papéis. Ele é quem é o algoz  e  nunca manifestou o desejo de ter filhos.  A mulher, passiva, vive em constante tensão, afirmando que adora o marido e já se acostumou com o sofrimento, preferindo deixar "as coisas" como estão "porque acha que ele não vai mudar". O que fez o marido "fingir" de forma tão  teatral ? O que força  aquela esposa se acostumar com o sofrimento? O que é que causa tantas mazelas morais, psíquicas,físicas,sociais e econômicas, quando uma "simples" mudança de comportamento pode mudar para melhor !!!  Parece-nos que algo dentro deles os impele a uma gama de transtornos que extrapolam da pessoa e de sua família, afetando sobremaneira, toda a Sociedade Humana. Daí a situação caótica que vivemos, em todos os sentidos. Não haveria guerra, revoluções, atentados, violência, crimes, etc.; se as pessoas estivessem no estado de homeostase; isto é, em equilíbrio interno e externo. Quem se sente feliz não agride, não inveja e não causa dano a quem quer que seja. Esses são apenas alguns exemplos de casos clínicos que os psicólogos e psiquiatras conhecem muito bem em seu mister profissional. Muitos outros exemplos de ações que são praticadas por indução inconsciente podem ser notados através da observação de nosso relacionamento ou outras, em seu dia-a-dia. Tomamos conhecimento pelos meios de comunicação de fatos que são pautados pela incoerência de quem os pratica; com  por exemplo:

-Empresários e empregados que produzem armas  se orgulham do lucro, da sofisticação e requinte mortífero de seus produtos; "esquecem-se" que seus produtos destroem os outros e podem ser  usados contra eles mesmos;

-O Governo, principal responsável pela saúde e segurança da população; incentiva o uso de bebidas alcoólicas; se orgulha de ter o maior número de botecos; lucra com as vendas dessas drogas e, incoerentemente, cria leis para punir os motoristas embriagados, gastando bilhões de reais com os prejuízos decorrentes dos milhares de acidentes nas estradas e ruas das cidades, provocados pelos imaturos e inconseqüentes motoristas bêbados que esses mesmos governantes promoveram! Vê-se que essas autoridades não desejaram e não desejam tais calamidades; seus inconscientes promovem o Mal e seus conscientes querem o lucro provindo das vendas, para comprarem ambulâncias; construírem hospitais, pagarem as despesas com os desastres causados pelos motoristas ébrios que eles incentivaram, bem como, suprirem de verbas o INSS a fim de pagar aposentadorias precoces aos inválidos, vítimas desses mesmos motoristas e Governos inconscientes. Vejam os prejuízos físicos, econômicos, morais, sociais, etc., causados pela insanidade!  É fácil notar-se que os impostos arrecadados das bebidas, dos cigarros e outras drogas; não são éticos e salutares. Repetindo, o Consciente é o responsável pelo gasto na manutenção e prevenção da Saúde e da Segurança públicas; e o Inconsciente é o Governo que, sem desejar e premeditar incentiva o uso do álcool, do fumo e de outros hábitos nocivos à saúde e à segurança.

-Quando cineastas e atores de cinema, novelas e teatro são entrevistados e falam de violência, agressividade ou permissividade dos outros, eles sempre se manifestam contrários a tais comportamentos e deploram tais atos. No entanto, esses mesmos indivíduos quando estão desempenhando os papéis que eles mesmos criaram, são os maiores incentivadores dessa permissividade, agressividade e violência, cada vez mais chocantes, induzindo por seus modelos, os imaturos e desequilibrados que os assistem e os vêem. Quando interpelados sobre o que dizem fora do palco e o que fazem no palco, alegam que nada tem a ver e que fazem o seu trabalho e que apenas traduzem a "realidade social"; o que se "passa na vida real"; como se eles não fizessem parte dessa "vida real" e que  não  são cúmplices da agressividade e violência  dos seus fãs, leitores, ouvintes e telespectadores que seguem os seus exemplos de violência, traições,adultério, corrupção,promiscuidade e outros vícios mais, tão vistos, explorados e incentivados  pela televisão, revistas,livros e jornais. Quando estão representando esses papéis nocivos , esses atores se comportam de forma Inconsciente; e, quando estão dando entrevistas, na vida real, eles estão movidos por seus Conscientes. O pior é que os personagens que seus Inconscientes representam, tornam-se cada vez mais  agressivos , violentos,permissivos e nocivos, a fim de superar seus concorrentes e obter mais lucros de seus patrocinadores, IBOP e platéia; basta que se observe o índice crescente  de permissividade em cada novela,filmes,teatro,revistas,jornais, etc., uma verdadeira bola de neve  de cenas macabras, horror,violência,promiscuidade,etc.

-Muitas empresas industriais instituem,incentivam,financiam e promovem trabalhos literários, palestras e outros, sobre a preservação e recuperação do meio ambiente que elas mesmas poluem e destroem. O pior é que elas continuam poluindo por não poderem parar as suas atividades fabris, sob pena de levar o desespero aos seus donos, acionistas, governo, operários e suas famílias; embora todos estes deplorem e sejam defensores do meio ambiente que eles mesmos  ajudam na destruição. Dá para se notar quem é o causador da poluição e quem deseja um ambiente ecológico sadio e limpo? Tempos atrás, assisti a uma Conferência sobre  Meio Ambiente, onde o palestrante vociferou, por uma hora, contra a nossa falta de respeito à natureza. Na saída, encontrei o "zeloso" ecologista fumando e jogando o toco (aceso) do seu cigarro no bem cuidado jardim do edifício!

-Outra vez, vi numa sala repleta de alunos de uma faculdade, assistindo uma aula de sociologia, onde o professor convenceu a todos que devemos lutar para assegurar os direitos dos pobres e miseráveis rejeitados pela sociedade capitalista que marginaliza esses infelizes. Aquele bondoso Mestre foi elogiado e aplaudido por todos os alunos; todavia, ao saírem do prédio, na calçada, foram abordados por um mendigo esfarrapado e mal-cheiroso que lhes pediu uma esmola; a debandada foi geral (inclusive o socialista professor), com intenso alarido de alguns daqueles que há poucos minutos defendiam os direitos daquele mendigo, agora, rejeitado por eles mesmos! Vale dizer que o mendigo não oferecia nenhum risco para nenhum deles.


-Alguns proprietários, diretores, sócios, acionistas, funcionários, etc., da indústria de armas, se consideram cristãos, honestos, humanistas e pacifistas. Todavia, não se conscientizam da contribuição que dão aos crimes de toda natureza; seus inconscientes dominam seus conscientes para que não sintam remorsos, culpa ou compaixão dos milhões de vítimas, diárias, das armas que com orgulho produzem ;

-De vez em quando um pesquisador de renome anuncia, eufórico, que desenvolveu uma técnica que proporcionará a fabricação de armas mais letais, de forma mais barata,econômica e que mata mais rápida e cruelmente. Um desses, recentemente, afirmou orgulhosamente para o mundo que "brevemente triplicaremos o nosso arsenal atômico" !!! Certamente tal cientista, em sua vida privada, em seu lar com a esposa e os filhos, é um pacato cidadão e um zeloso pai de família, freqüentador assíduo de algum culto religioso. Talvez seja até um daqueles que participam de passeatas contra a corrida armamentista e os efeitos mortais da radiatividade.  Naqueles pesquisadores, quem lhes incentiva a triplicar o arsenal de armas nucleares e quem é  que neles, gosta e luta pela paz, pela felicidade e preservação da Natureza ?

-Certa vez ouvi uma jovem mãe contar, orgulhosamente, que o seu filho de 15 anos era "louco" por mulher e achava uma gracinha quando ele "agarrava" as suas priminhas e outras menininhas ao seu alcance. Acontece que essa mãe
é  uma fervorosa feminista que condena  os homens que fazem da mulher um "objeto de consumo". Ela, inconscientemente, assim  como muitas outras, são  geradoras e incentivadoras  do "machismo" que tanto condenam !

-O Governo sobretaxa os supérfluos, exige e estimula a poupança e, por outro lado, se "esquece" que, se o povo compra menos, as indústrias e o comércio entram em crise e as pessoas  perdem os seus empregos. No entanto a sua intenção é a de ajudar  esse mesmo povo a quem ele próprio causa o desemprego;

-As mulheres, quanto mais sofrem ataques sexuais, mais se despem publicamente, provocando os seus possíveis agressores;

-Funcionários que atendem o público, mesmo temendo o desemprego, continuam tratando mal os usuários e fregueses que são os mantenedores de seus empregos;

-Vota-se e se elege, continuamente, políticos notoriamente corruptos  que mantém e causam a eterna miséria social desses mesmos eleitores;

-Muitas pessoas destroem o patrimônio público que são mantidos e pagos por eles e para eles;

-Os pais não se sentem responsáveis pelos crimes de seus filhos, "esquecendo-se" que estes são o reflexo da educação que deles receberam; Muitos pais "armam" seus filhos menores ou desajustados com carros e motos que vão destruir os filhos de outros pais que também estão fazendo o mesmo;

-Os homens falam muito em paz e nunca se armaram e se agrediram tanto. Enquanto os seus conscientes querem e falam em paz, amor, solidariedade e felicidade; seus inconscientes desejam e promovem  todo tipo de violência.  Esse imenso e eterno conflito entre as pessoas de todas  raças é provocado pelas partes consciente e inconscientes das mentes  dos homens. Essa atividade cerebral desestruturada (cada vez mais) é a ruína da humanidade, como sentimos nos dias atuais.

Esta pequena amostra de exemplos de comportamentos ambíguos e contraditórios traduz de forma evidente que os seres humanos, em sua maioria, estão sendo conduzidos por seus Inconscientes, cujas programações neles contidas, parecem-nos progressivamente negativas. E, isso é terrivelmente perigoso para toda humanidade, pois cada vez mais os homens estão sendo impulsionados a se comportarem de forma negativa, imatura e destituída de bom-senso; tendo em vista que é o comportamento dirigido pelo Consciente que nos leva ao raciocínio lógico, ao bom-senso, à paz, ao bem-estar e à saúde. A intenção deste estudo é  a conscientização pública desse mecanismo cérebro-mental, no sentido de se evitar, em futuro próximo, que a tônica do comportamento humano  seja a conduta unicamente inconsciente, cujas conseqüências tornariam até românticas as profecias bíblicas e as previsões de Nostradamus. Adiante voltaremos a apontar, analisar e explicar mais comportamentos contraditórios que praticamos e observamos na vida cotidiana.  Agora, exporemos o que já vimos apontando , há décadas, sobre a origem e localização  anatômica do Inconsciente e a sua atuação nos nossos atos diários. Como este trabalho é dirigido, especialmente, às pessoas não-especialistas, utilizamos termos científicos simples, mais conhecidos e fáceis de se compreender.

     A       Psicobiologia       do       Comportamento
                
A Mente é a maior e principal atividade do Encéfalo que é a massa nervosa localizada na cavidade do crânio, compreendendo o cérebro, o cerebelo e o bulbo. O encéfalo é composto de muitos bilhões de células especiais, denominadas Neurônios. A situação privilegiada do Encéfalo, na parte mais elevada do corpo, condiz com a supremacia que exerce sobre todo o organismo. Como gerador e condutor de todos os processos internos e externos da nossa vida, ele não poderia ter uma melhor e mais protegida localização. Dos muitos bilhões de neurônios que o compõe, cada um deles, além das funções fisiológicas conhecidas, tem para a atividade mental duas notáveis particularidades, que são transcendentais para a humanidade: a de ser um eficiente gravador e uma notável bateria. Portanto, temos no nosso Encéfalo bilhões de gravadores eletroquímicos (simploriamente denominamos assim, para melhor compreensão), altamente sofisticados e complexos.  A memória, que fixa uma miríade de eventos relacionados conosco no passado, no presente e no futuro; dentro e fora do nosso corpo; representa o que é de mais perfeito na Criação. A transmissão do impulso (mensagem) nervoso do cérebro ao pé ( e vice-versa), por exemplo,quando pensamos e queremos movimentá-lo; prova ser também o neurônio uma bateria eletroquímica, cuja velocidade de condução através das fibras nervosas( fios condutores) chega à dezenas de metros por segundo. Essas duas particularidades dos neurônios (gerador e gravador) afetam sobremaneira a espécie humana.


        A  Dinâmica   Mental  Consciente/Inconsciente
O  Ser Humano tem a sua vida mental definida pela atuação de seu consciente e inconsciente, relacionando-se entre si, interagindo com o seu meio interno psicobiológico, com o seu habitat e com os conscientes e inconscientes das demais pessoas. Atualmente aumentou consideravelmente esse complexo inter-relacional, levando-se em conta que muitos de nós estamos "ligados" a  bilhões de acontecimentos de bilhões de outras pessoas da "Aldeia Global". Dos bilhões de neurônios existentes no Encéfalo, parte deles forma o "Consciente" e a outra  forma o "Inconsciente". Os neurônios do Consciente começam a gravar após o nascimento e, através dos sentidos (visão,audição,olfação, tato e gustação) estruturam a vida consciente com as múltiplas interações com o meio ambiente e o seu meio interno fisiológico. O Inconsciente já começa a gravar desde o aparecimento das células iniciais do sistema nervoso, no início da gestação. Vamos procurar, agora, descrever a origem do Inconsciente. Na gestação, na fase embrionária da criança, surgem os primeiros neurônios. Como essas células têm características gravadoras e elétricas, obviamente iniciarão as suas gravações, constituindo, desta forma, o início da vida inconsciente de todos os seres humanos. Como o embrião se encontra isolado do mundo externo, a sua vida mental se restringirá à vida psicobiológica da mãe. Isto é, ele gravará o estado físico e mental da gestante, com as múltiplas implicações psicossomáticas decorrentes disso (tanto para a mãe como para o filho). Uma gestação é sempre um período crítico, pois a mãe sofrerá mudanças de toda espécie em sua psique (temores, ansiedade, pressão de outras pessoas, turbulência da vida moderna, etc.) e mudanças biológicas (desconfortos, hormonais, dietéticas,estéticas,etc.); proporcionando a gravação destes transtornos no inconsciente embrionário. Por mais normal que seja uma gestação, não poderá ficar imune a esses eventos negativos, que ficarão gravados na mente infantil, em forma de cargas negativas. Esse é o nosso "pecado original". Não quero dizer com isso que toda criança se tornará sempre um adulto problemático. Basta que se neutralize isso com uma boa educação humanística. Como esse tipo de educação está cada vez mais sendo abandonado pelos pais (por incompetência e/ou comodismo), vemos um número crescente de imaturidade, geradora de irresponsabilidade e violência de toda ordem.

                  A  Origem  do  Consciente

Como acabamos de ver, a criança quando nasce, tem em sua mente mais  inconsciente que consciente , em que está gravada a sua memória uterina . Agora, que ela toma conhecimento do mundo exterior, através dos cinco sentidos, parte do cérebro( os outros bilhões de neurônios) inicia a gravação da realidade experimental que, às vezes, é dolorosa também.  O desconforto físico, o estado material, o clima ambiente e psicológico que o espera, a aceitação ou rejeição, são fatores que colaboram para um "negativismo" na criança recém-nascida. Repetindo o que já dissemos, vamos encontrar a criança no início da formação do seu inconsciente. Se a sua maternagem for reconfortante, através daqueles que a cercam (e, isto é muito difícil no mundo atual), ela terá um consciente forte, à custa de gravações de acontecimentos gratificantes ( positivos) e assim terá neutralizadas as cargas negativas (sofrimento), até então gravadas em seu inconsciente que ainda a impulsiona totalmente . Se o ambiente familiar não for confortador, aí teremos mais cargas negativas, desta vez captadas, também, pelo seu consciente que, por não saber lidar, ainda (dada a sua fragilidade e inexperiência) com os estímulos traumatizantes, os repassa para o inconsciente que mais ainda gravará negativamente (formando os chamados pequenos,médios ou grandes traumas). São inúmeras e complexas as ligações inconscientes e conscientes do neonato com os seus familiares. Ele vai travar conhecimentos com o pai, a mãe, irmãos, avós paternos e maternos,parentes outras pessoas que conviverão com a sua família. Imaginemos que todas essas pessoas desse convívio, também passaram por uma gestação. Que tem um consciente e um inconsciente também! Que alguns deles podem causar ao bebê diverso tipos de desgostos e traumas. É muito importante saber que desgosto para o inconsciente é tudo aquilo que impede o seu prazer. Os seus pais não vão poder deixá-lo fazer tudo que ele quiser; como por exemplo, brincar com fogo, com lâminas e com muitos outros objetos, por força de sua própria preservação. Mas ele ainda não tem capacidade racional plena para analisar as proibições paternas e, então, se frustrará , guardando rancor (cargas e estímulos negativos) contra aquele que o privou de um prazer. O irmão que ele "destronou" da posição de caçula, o vê como a razão principal de seu abandono pelos parentes que, agora, tem um novo "reizinho" para adorar. Assim vendo, o ex-caçula considerará, inconscientemente, o recém-nascido como um inimigo que quer lhe prejudicar sobre todas as formas, inclusive, fingindo amá-lo ( há relatos de casos onde o irmão mais velho tenta se livrar do irmão-rival até pela destruição física). O menor, ao se sentir agredido, passa a agredir também porque o seu inconsciente tem que projetar para o exterior ( buscando o equilíbrio  ou homeostase) as cargas negativas, em forma de agressão contra os que as provocaram. Nesse contexto, cada membro de uma família carregará consigo, gravadas em seu inconsciente, cargas negativas que se projetarão sobre todas as pessoas do seu convívio, principalmente os familiares. Desta forma, cria-se um clima que considero a "guerra familiar inconsciente", onde cada um, amando o outro ,conscientemente, procurará destruí-lo de forma inconsciente

                A  Guerra  Familiar  Inconsciente .

Cada pessoa de uma família que, ao crescer não resolveu seus conflitos inconscientes, herdados de sua gestação e infância, continuará, inconscientemente, com um excesso de cargas negativas gravadas em sua mente, como:  dor,sofrimento,desprazer,frustração,inveja,maus tratos,fome,miséria,etc., gravadas em sua mente . Essas cargas negativas (que provocam impulsos destrutivos) tenderão a se projetar na direção de um familiar ou de qualquer outro do seu círculo social julgados por seu inconsciente como o/os causador/ores do seu insucesso, de sua frustração, derrota, etc. Vale ressaltar que o inconsciente pode atacar até mesmo algo ou alguém que se assemelhe ao(s) verdadeiro(s) causadores  de sua frustração. Por exemplo, alguém tem "raiva" de outro que lhe fez raiva;  e, ao ver um estranho com semelhança física ou comportamento igual àquele, ele poderá agredir (de muitas maneiras) esse estranho inocente. Tal agressividade é diretamente proporcional ao que o inconsciente julgar o que o outro lhe causou. "Olho por olho e dente por dente"; esta é a lei do Inconsciente!  Assim afetada, a família sob forte tensão, começa a se desestruturar.  Seus membros ficam irritados por qualquer coisa; se agridem  sem motivos relevantes; tornam-se impacientes. Outros descarregam no corpo essas tensões psíquicas que vão afetar os órgãos geneticamente  mais sensíveis, surgindo úlcera, hipertensão, dermatite, asma, insônia e outras doenças psicossomáticas, tão comuns nas famílias traumatizadas. Nunca tratei de uma família que um ou mais familiares não apresentasse sintomas psicossomáticos. Dependendo do grau da desestruturação mental de algumas famílias, não é raro que se desenvolvam alguns tipos de câncer. Vale salientar que este assunto (câncer e desestruturação mental) é mais bem estudado e explicado em nosso livro " A Implosão do Homem", Ed. Interlivros, Belo Horizonte,1981.  Perdurando a "guerra" familiar inconsciente, as tensões se tornarão insuportáveis, provocando estados mentais e/ou fisiológicos graves.  O mais comum  é que as pessoas de uma família em "guerra" inconsciente, raramente percebem que estão se destruindo. Isto, porque enquanto os seus inconscientes brigam, os seus conscientes se amam (nem sempre também). A razão desta ambigüidade é porque a pessoa é representada pelo seu consciente. O consciente é o papai, a mamãe, os irmãozinhos, a titia, o amiguinho, etc.  Enquanto que o inconsciente é o representante e responsável pela vida fisiológica da pessoa, responsabilizando-se pela vida vegetativa, como o pulsar automático do coração; o funcionamento involuntário dos rins,pulmões,fígado e demais órgãos. Cabe ao Consciente a responsabilidade da vida comportamental social do indivíduo; trocar ou confundir esses papéis é a causa da degradação humana, tão notada e mostrada pela mídia, diariamente. Daí concluiu-se que o termo "culpa" jamais poderá ser empregado ou sentido pelos membros familiares, pois como mostramos acima, todo esse processo além de ser despercebido, é biológico. Nas dezenas de famílias em que pesquisei esses fatos e cujos sofrimentos físicos, psíquicos, morais e econômicos motivaram-me a estudar e escrever sobre esses fatores a fim de detectar a deterioração de seus membros, decorrente desses conflitos que pela sua crescente  amplitude e gravidade, toma caráter social e exige uma conscientização geral.  Esse desequilíbrio familiar se amplia na sociedade porque cada pessoa envolvida  nessa "guerra" leva inexoravelmente os seus conflitos familiares e individuais aos diversos  grupos sociais que freqüentam. Transmitem e provocam tensões no ambiente de trabalho, nos clubes, nas associações de classe e religiosas e, principalmente, nas ruas, onde se percebe as tensões nos rostos das pessoas. Não é de se estranhar  que a violência esteja em toda parte e em níveis  crescentes de crueldade. Cada um, carregando a sua carga negativa no inconsciente, descarrega a sua frustração em forma de agressividade  no próximo sob qualquer pretexto.  Um bom exemplo disso é a violência dos motoristas no trânsito. Muitos condutores de veículos, induzidos por suas mentes imaturas (imaturidade é a dominância constante do inconsciente sobre o consciente ) e impulsionados por seus inconscientes repletos de frustrações , empregam um dos mais úteis inventos do homem, o carro, em uma das mais utilizadas armas em nossos dias. O veículo dá às pessoas imaturas uma sensação de poder e grandeza; pelo carro se conhece o inconsciente do seu dono.  Voltando à "guerra" familiar, devo dizer que existem diversos sinais que indicam a influência de conflitos inconscientes em uma família; dentre eles, os mais comuns são: o uso em demasia da ironia; que é uma forma sutil de agressividade inconsciente; dificuldade em expressar afetividade uns com os outros; esta dificuldade afetiva é só com os familiares, pois com pessoas de "fora", sabem ser gentis e afetuosos (é porque a "guerra" é com as pessoas com quem foram criadas, os que não pertencem à família não têm suas imagens gravadas no inconsciente, por faltar a convivência); alguém ou alguns têm problemas fisiológicos (úlceras,gastrites,asma,hipertensão); o tom de voz entre os familiares é geralmente agressivo; não gostam de datas festivas, como dia das mães,dia dos pais,aniversário de algum deles,Natal, Ano-Novo,etc.; pois nestas ocasiões ficam constrangidos ao terem que se cumprimentarem; põem defeitos no que o outro faz;  a TV ou algum equipamento de som é muito utilizado para desviar a dificuldade e  falta de diálogo entre eles; dificuldade em elogiar uma ao outro (é mais fácil elogiar e agradar alguém de fora porque este não está envolvido em sua "guerra" familiar); cada membro sente amor (consciente) pelo outro, mas são incapazes de demonstrar afetividade ; sempre tem um familiar que é considerado pelos demais como mais doente ou mais fraco, tornando-se este, o "bode expiatório" das tensões familiares; geralmente os membros de uma família em "guerra" comem em demasia (sendo comum casos de obesidade). O alimento em excesso serve de paliativo contra a ansiedade reinante no seio da família; etc.    Todos esses sinais deverão servir de alerta para uma tomada de posição correta, no sentido de erradicar os males advindos de tais comportamentos, através de um tratamento psicobioterapêutico e para uma reflexão por parte de cada pessoa da família. A fim de melhor entendermos a ação do Inconsciente e do Consciente na vida mental do indivíduo e na sociedade, argumentamos da seguinte forma neuropsicológica:

Normalmente as funções orgânicas, ditas "involuntárias" são controladas pelos neurônios do Inconsciente; como a circulação sanguínea, renal, hormonal, pulmonar e outras que funcionam independentemente na nossa lembrança, desejo e vontade. Já as funções voluntárias, "são controladas pelos neurônios do Consciente", como os músculos esqueléticos, que podem ser controlados pelo nosso desejo, vontade e lembrança. Mas, o sistema nervoso é único (a divisão é apenas didática)  e esses controles podem alternar-se. Por exemplo: podemos, conscientemente, entrar na área do Inconsciente e controlar funções ditas "involuntárias". Basta que se treine, tenha-se conhecimento psicobiológico e introspecção (como fazem certos monges e iogues). O contrário acontece em certos estados como a fadiga, pânico,susto,sono,alcoolismo e outros, em que o Consciente encontra-se inerte e o Inconsciente assume o controle motor, a fim de preservar a nossa integridade. Essa "invasão" do Inconsciente na esfera do Consciente é comum nesses estados em que "perdemos" a consciência. Outro exemplo dessa intervenção é no caso em que estamos "sonhando" acordado, com muitos problemas surgidos de repente e ao mesmo tempo. Como o consciente está muito atarefado na resolução dos mesmos (ou ausente, momentaneamente) o inconsciente, assumindo o sistema motor-muscular, dirige o carro por nós; conduz-nos através de uma rua movimentada, faz movimentar o braço, perna ou mão a fim de afugentar um mosquito que nos pica enquanto dormimos, etc. Quando o Consciente está inerte(pelo sono,bebida,drogas,cansaço ou outro fator qualquer) e o Inconsciente assume o controle total do corpo; ele se sai muito bem nessa tarefa ; apenas quando ele está isento de traumas, isto é, não tem cargas negativas; o contrário, quando está negativo, a sua intervenção nos atos conscientes é um desastre para o indivíduo e para a sociedade. Vejam o que é capaz de fazer um criminoso, por exemplo, quando está embriagado ou drogado!  Quando o Inconsciente positivado assume o comando nessa situação de perigo, ele se comporta muito bem, preservando-nos dos perigos, comprovando, dessa forma, ser originariamente  um grande aliado nosso. Se, também, ele nos causa  inúmeros  problemas individuais e sociais é, tão somente, devido a má-formação recebida ( as tais cargas negativas gravadas em seus neurônios) durante o desenvolvimento da pessoa. Veremos, agora, como funciona a mente no nosso cotidiano e suas implicações patológicas para o indivíduo e para todos nós que formamos a coletividade.  Quando os nossos cinco sentidos, principalmente a visão, nos fazem tomar conhecimento de algo, por exemplo, de uma pessoa com quem cruzamos na rua, a imagem desta pessoa é levada ao consciente que a analisa. Se a mesma coincidir com alguma outra imagem já gravada antes; essa pessoa é reconhecida como uma pessoa positiva, caso tiver ela nos proporcionado, alguma vez, algum prazer, alguma alegria (forneceu-nos estímulos positivos) ou será reconhecida de forma negativa, se a mesma nos causou algum desprazer físico ou psicológico antes. Neste caso, o nosso Inconsciente poderá mobilizar todo o nosso sistema de defesa, alertando o Consciente para o revide, que poderá ir desde uma simples "indiferença" até a uma agressão mortal, dependendo do nível de cargas negativas associadas à visão da pessoa que foi analisada; se for amiga, damos abraços, beijos e ajuda; se o nosso inconsciente julgá-la inimiga, agiremos com agressividade, violência, etc.  Podemos cometer injustiças nesse mecanismo de análise. Na comparação dessas imagens, a pessoa que está sendo vista pode  se assemelhar, em seus traços fisionômicos ou no comportamento similar a alguém que o nosso Inconsciente não simpatiza. Neste caso, ele pode tomar aquela pessoa inocente como a causadora de algum desprazer que sofreu no passado e, aí, agirá negativamente contra ela.  Isso explica, também a formação dos preconceitos  e de certas pessoas sentirem antipatia por outras, à primeira vista. A imagem de uma pessoa ou de algo que não provoca sentimentos negativos ou positivos, será dissipada pelo consciente, a fim de não sobrecarregar o aparelho mental  com gravações neutras e sem importância para o corpo e para a mente. Só serão gravados e arquivados ("micro filmados") os eventos que nos causem sofrimento e/ou prazer ( impulsos negativos e positivos). Em certas circunstâncias pode um fato neutro ser gravado e arquivado, basta que seja repetitivo. Disso se aproveitam os profissionais da publicidade, quando repetem nas propagandas auditivas e visuais ,os produtos que querem  vender, como : beba isso ou aquilo; use isso ou aquilo, etc. É a repetição constante de um estímulo que faz determinada coisa ou comportamento se tornar conhecido e usual no mundo todo. O consciente fraco deixa que o inconsciente desestruturado compre, use e siga modelos de comportamentos que muitas vezes são prejudiciais a si e para os outros. Alguns usam roupas, corte de cabelo e outros modismos que, às vezes, nem gostam muito; mas, como outros estão usando ele se deixa levar por seu Consciente fragilizado pelo Inconsciente desestruturado. Essa fragilidade do Inconsciente das pessoas é muito aproveitada para render lucros astronômicos para a indústria e o comércio que vende seus produtos, muitos deles maléficos para a saúde e o meio ambiente. Como a repetição é uma forma de gravar (condicionamento), explica-se porque as pessoas tornam-se agressivas, desonestas e violentas, quando se habituam a ver na TV,filmes, vídeos, revistas e nos jornais, exemplos de corrupção, desonestidade, agressividade, violência, etc.; vejam os quantos perigos estamos expostos, diante de tantos fatores negativos do nosso cotidiano. Nós nos acostumamos com eles e, pela repetição, acabamos por achá-los normais. Se não tomarmos consciência e providências, logo nos primeiros atos negativos que nos surgem, eles passarão, por causa da repetição, passarão para o inconsciente e, este, se programará negativamente. Se nas primeiras agressões sofridas ou que vemos, não reagirmos; depois será difícil  a reação, pois acabamos por nos acostumar e nos acomodaremos ao comportamento que agride os nossos direitos ( é a omissão dos bons). Podemos usar essa técnica de repetição para gravar eventos positivos no Inconsciente; condicionando-se, positivamente este, para nos dar saúde, vigor, equilíbrio emocional, etc. Caso falarmos, pensarmos e repetimos, constantemente, que estamos bem, que vamos nos curar de certas enfermidades ou que vamos prosperar, tais mensagens será bem gravadas pelo consciente e pelo Inconsciente; a mente total procurará cumprir o que lhe foi condicionado. Esta é uma das técnicas que desenvolvemos, décadas atrás, na clínica, no tratamento psicoterápico. Técnica essa que denominei de Psicobioterapia.  Antes de terminarmos esta exposição, desejo mostrar, mais, algumas implicações do Inconsciente nos fatos e nos ditados populares:
-A mesma pessoa que condena e se horroriza com a matança e extinção de animais; é a mesma que compra, usa e ostenta casacos, bolsas e cintos fabricados com as peles desses mesmos animais que tanto "defende;
Nesse caso é o seu Consciente que defende a preservação desses animais; enquanto que o seu Inconsciente (desestruturado) contribui para a extinção deles;

-Quem tem Cad. De Poupança quer sempre receber juros altos; ao mesmo tempo em que deplora a inflação (adivinhe quem "deseja o lucro e quem detesta a inflação!");

O "Meu Santo não combina com o dele"; é muito comum ouvir-se esse ditado quando o Inconsciente de alguém pressentiu algo de prejudicial no Consciente/Inconsciente de outro;

-"Não dá o braço a torcer"; o braço significa o Inconsciente de quem diz, porque ele sempre quer ser o "vitorioso".

Para finalizar, não poderíamos deixar de falar sobre a formação da criança. Quando afirmamos que se nasce com "cargas negativas" ( o "Pecado Original"), a única solução para evitar-se os males futuros para o indivíduo e para a sociedade, é a socialização dada pelos pais. Não deve ser como a educação rígida do passado, onde a tensão familiar era comum; nem, tampouco pode ser permissiva como na atualidade, cujos efeitos danosos estamos presenciando na violência  exacerbada e generalizada que atinge todos nós. Há muitos anos atrás, afirmamos em um trabalho similar, publicado no Jornal "O estado de Minas", que "chegaríamos, brevemente, a um estágio de violência e agressividade, que não haveria um só lugar no mundo que um ser humano poderia se resguardar da sanha agressiva de seu semelhante". Parece que chegamos a este estágio !
A educação rígida do passado e a permissiva do presente não neutralizam o excesso de negatividade na mente da pessoa em formação. Pelo contrário, a educação rígida e a permissiva são reforçadores negativos, pelos sofrimentos (cargas negativas) que infligem ao educando. Este, o futuro Cidadão, deverá ter parâmetros de comportamento que deverão ser-lhe ensinados através de exemplos positivos de honestidade, respeito ao social e ao meio ambiente; deve receber na sua educação carinho, compreensão e tranqüilidade para formar um Consciente forte e um Inconsciente saudável. A criança deve seguir os ensinamentos construtivos e positivos praticados e exemplificados pelos que a educam. Caso não levemos a sério o que a prática clínica nos tem mostrado e as experiências comportamentais têm revelado; principalmente os responsáveis pela educação dos mais novos, a imaturidade continuará crescente. Imaturidade esta que acabamos de ver, é um distúrbio em que o Inconsciente negativo predomina, gerando efeitos destruidores  para o indivíduo e toda a Sociedade. Este distúrbio  é o cerne da vaidade ( o vaidoso é um doente que perdeu a noção de sua própria finitude) ; da inveja (frustração) ; irresponsabilidade pessoal e social; incompetência pessoal e social, além de tantas outras mazelas que nos causam tantos prejuízos , nos dias atuais. Se alguém se conscientizar da intenção deste trabalho e, o levar a sério, o autor estará gratificado.      
Se     os Inconscientes dos que o lerem não permitirem a sua assimilação...,     que Deus nos acuda!!!



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Carleial. Bernardino Mendonça





 
    



(Artigonal SC #2844171)

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